Cristian Rodriguez no FC Porto!

Pessoalmente, sempre me fascinaram estas contratações (de rival para rival) e até gostava que houvessem mais no futebol português, porém, talvez se houvessem mais, não seriam tão espetaculares. Um sentimento feito de contradições. Exemplo perfeito deste tipo de contratações é o campeonato italiano, no qual é indiferente (ou quase indiferente) o destino do jogador que se pretende vender (o exemplo mais recente disso é Alberto Gilardino que foi contratado, neste defeso, por 14 milhões de euros por parte da Fiorentina, ao AC Milan, clube que o tinha contratado em 2005, por uma soma de 24 milhões, ou Gianluca Zambrotta, jogador vendido há dois anos atrás ao Barcelona pela Juventus e que se prepara para integrar a comitiva rossoneri rumo à luta pelo scudetto). O que ainda é mais curisoso neste fenómeno italiano é o facto de estas transições não se limitarem a jogadores, como também a todo o staff relacionado com os clubes - directores, treinadores, etc. Assim, e para dar um exemplo de uma personalidade bem conhecida dos bastidores do futebol mundial, Fabio Capello, enquanto jogador, representou a AS Roma de 1967 a 1969, representando posteriormente a Juventus (1969-1976) e o AC Milan (1976-1979). Como treinador, e depois de já ter treinado o AC Milan na época 86-87 e entre as épocas 91-96, Capello volta a assumir o comando em 97-98, transferindo-se para a AS Roma, clube que treinou até 2004. Após esta passagem pela capital italiana (relembre-se que todo este historial é consecutivo, isto é, sem anos intercalares de uns clubes para os outros), Capello muda-se para Turim, desta feita para assumir o leme da Juve até 2006. Cristian Rodriguez é, a seguir à transferência Postiga, a segunda contratação de rival para rival deste defeso, e muito provavelmente a última. Aqui está mais uma grande jogada de Pinto da Costa que, perante a lentidão das negociações levadas a cabo para a renovação de contrato que ligava cebola ao Benfica, aproveitou mais uma vez para dar uma facada no grande rival de sempre, Sport Lisboa e Benfica, acabando por contratar um grande jogador que já está adaptado ao futebol português (na sua primeira época, ao serviço do Benfica, em 24 jogos - 22 como titular - facturou 6 golos). Rodriguez até já tinha acordado com o Benfica tornar-se o jogador mais bem pago do plantel, ficando à frente de Nuno Gomes que, actualmente, aufere 900 mil euros/ano. Contudo, em conjunto com os seus representantes, recentemente começou a fazer cada vez mais exigências (muito provavelmente por já estar em conversações com o FC Porto: chegou a pedir 1,6 milhões de euros por ano), obrigando o Benfica a dar por encerradas as negociações. Numa altura em que as relações entre FC Porto e Benfica estão bastante tensas pela vitória nortenha - relativamente à continuação do FC Porto na Liga dos Campeões - Jorge Nuno aproveita para deitar mais uma axa para a fogueira. Por sua vez, vai mantendo boas relações com o outro clube da segunda circular, o Sporting Clube de Portugal. Cebola segue, assim, os passos de Edgaras Jankauskas e Tomo Sokota, sendo que os azúis-e-brancos tiveram de desembolsar 7 milhões de euros por 70% do passe do uruguaio que irá auferir 1,5 milhões de euros por época e irá vestir as cores do dragão nas próximas quatro temporadas. Última nota para o facto de me parecer que esta transferência conta com futuros lucros de transferências de jogadores, ainda activos do FC Porto, tais como Ricardo Quaresma e Lucho Gonzalez, visto tratar-se de uma elevada verba (por 70% de um passe, ainda para mais) para um clube português. Digo isto mesmo sabendo que o Benfica despendeu, no mercado de Verão do ano transacto, 9 milhões de euros para assegurar 80% do passe de Oscar Cardozo mais 2,8 milhões, na época que agora acabou para assegurar os restantes 20% (perfazendo 11,8 milhões de euros) e que o FC Porto tem vindo a receber continuamente, nos últimos anos, elevadas receitas provenientes de boas (muito boas, excelentes,...) campanhas europeias e vendas de activos (Paulo Ferreira, 20 milhões, Bosingwa, 20.5 milhões, sendo que destes 20.5 milhões apenas 16,5 milhões foram parar aos cofres do FC Porto, visto que os restantes 4 ficaram com o empresário do lateral-direito português, Rui Neno - como já tinha referido noutro post, Deco, 21 milhões, Ricardo Carvalho e Pepe, 30 milhões, Anderson, 31,5 milhões, etc).