terça-feira, 23 de setembro de 2008

A má gestão portuguesa e a consequente primeira chicotada psicológica...


Inadmissível a gestão da (quase) totalidade dos clubes portugueses. Primeira chicotada psicológica da Primeira Liga Portuguesa: António Conceição, do Trofense. Vejamos: após uma grande época ao serviço do Trofense, com poucos meios, Toni conseguiu colocar o clube da Trofa, pela primeira vez na sua história, na Primeira Liga Portuguesa, feito histórico no clube como é facilmente compreensível. Para esta época, o Trofense reforçou-se bem, conseguindo conciliar a experiência com a aposta em jovens promessas do futebol português, ao juntar nomes como Zé Carlos (contratado ao APOEL Nicósia), que obteve uma passagem muito positiva pelo Braga há duas épocas atrás (tornando-se, inclusivamente, num dos ídolos dos adeptos bracarenses), Lipatín, proveniente do Nacional, Areias, oriundo do FC Porto, Delfim da Naval e Sydney (Al-Wahda), que também passou pelo Braga há três épocas atrás, para além de Tiago Pinto, emprestado pelo Sporting e Hélder Barbosa, emprestado pelo FC Porto. Todas estas contratações, a juntar à boa imagem que deixaram transparecer na época passada, deixaram-me cheio de fé numa(s) boa(s) época(s).

Onde é que reside o problema da gestão da grande maioria dos clubes lusos? Muito simples: na pressa em obter resultados, independentemente dos recursos, das capacidades e da dimensão dos clubes. Assim, e pegando no mais recente exemplo do Trofense, depois de um feito histórico, existiam razões mais que evidentes para manter Toni por muitos e longos anos no comando da equipa. Primeira reacção, e não tendo em mínima consideração o facto da equipa estar a jogar numa prova mais competitiva do que a frequentada no ano passado: despedir António Conceição (à terceira jornada). E mais: um dos jogos (logo o primeiro, ainda por cima - e digo ainda por cima, visto que qualquer jogo tem influência natural no jogo seguinte, quer seja uma influência positiva ou negativa) foi contra um dos "três grandes" - Sporting - e em todos os jogos disputados até ao momento o Trofense marcou, índice que retira um pouco a preocupação relativamente à forma actual do clube, demonstrando que a capacidade finalizadora do mesmo não está totalmente em baixo.

Baseado no que disse Quique Flores há bem pouco tempo, quando um treinador ganha um título e sai do clube, todo o trabalho e planeamento realizados consigo no comando técnico da equipa, pura e simplesmente desaparece, visto que, qualquer que seja o seu sucessor traz filosofias e métodos de trabalho diferentes relativamente aos anteriores.

Em suma, para um clube com a dimensão do Trofense, que está pela primeira vez a frequentar a Primeira Divisão, não será uma má estratégia despedir o treinador responsável por tal feito, apenas com três jogos realizados? A resposta parece-me evidente...

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