quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Ainda sobre o Man City (balanço de Inverno)


Já para o fim do Verão, escrevi um post em que expressei a minha opinião, defendendo o novo projecto do Manchester City e irei sempre apoiar este tipo de projectos: grandiosos. Grandioso como é, já se sabia que no Inverno, o clube de Manchester ia voltar à carga com mais dinheiro para acenar aos grandes clubes e jogadores, com o intuito de reunir os melhores e só os melhores. Tendo em conta a aquisição já tardia do clube, por parte de Sheikh Mansour Bin Zayed Al Nahyan, tendo em conta que foi finalizada nos primeiros dias de Setembro, o clube apenas teve tempo para uma aquisição (sonante) rápida. Depois de muita tinta correr na imprensa sobre uma possível transferência de Robinho para o Chelsea, o sheik, novo dono dos Citizens (sucedeu ao milionário Thaksin Shinawatra, ex-primeiro ministro da Tailândia, que ainda detém 10% do clube e ficou como presidente honorário do mesmo, sem quaisquer responsabilidades administrativas), aproveitou o facto de Robinho estar descontente com o clube de Madrid, por este considerar o brasileiro uma boa moeda de troca para envolver naquela que foi a novela mais badalada do defeso, a ida de Cristiano Ronaldo para o Real Madrid. Com uma proposta de 5.5 milhões de euros anuais, facilmente o sheik convenceu Robinho a mudar-se para um clube que o iria tratar da forma que este merece, como um ídolo. 42 milhões foi a soma, em euros, que os merengues receberam. Esta foi a história da primeira grande contratação do Manchester City Depois De Adquirido Por Sheik Mansour Bin Zayed. A primeira de muitas. No primeiro post que escrevi sobre o Man City, após a sua aquisição por parte do Grupo Abu Dhabi, chamei à atenção para este projecto que os árabes têm para o clube. São, como mostrei num post recente, 16.6 biliões de euros, o dinheiro que Mansour Bin Zayed tem na sua conta pessoal, não estando, por isso, com qualquer problema em despender grandes quantias de dinheiro por (grandes) jogadores que aprecie. Poucos dias após o take-over, foi logo noticiada a possibilidade de, já em Janeiro, o City oferecer 166 milhões de euros por Cristiano Ronaldo, ele que, curiosamente, foi o leitmotiv da saída de Robinho da capital espanhola, pelo menos segundo deu a entender o próprio. O que é certo é que já ofereceram ao AC Milan, naquela que foi, certamente, das propostas mais badaladas da história do futebol (pela enorme quantia que envolveu: seria uma soma recorde paga por um jogador) cerca de 130 milhões de euros – mais 55 milhões do que a soma recorde que o Real pagou por Zidane, no Verão de 2001, 75 milhões de euros. O AC Milan pareceu empurrar Kaká para o “sim” que faltava do jogador para que a transferência se realizasse. Falo apenas dos dirigentes, pois os adeptos de tudo fizeram para não ver a sua coqueluche partir, reunindo-se, inclusive, 500 adeptos rossoneros tarde e noite fora, à porta de sua casa e recebendo de Kaká um gesto em que este bateu com a mão três vezes no peito, simbolizando que o Milan está no seu coração, indo buscar depois a sua camisola com o número 22, num claro gesto de continuidade e fidelidade ao clube de Milão. Por um lado adorei este gesto de Kaká, que deu uma clara prova de amor a um clube que o idolatra ao rejeitar uma proposta de 550.000 euros por semana e que demonstrou, na hora da verdade, que esse sentimento de “idolatração” é recíproco, o que não quer dizer que se o Real Madrid ou o outro Manchester oferecerem a mesma quantia e ficarem em posição privilegiada para negociar directamente com o jogador, não o consigam levar consigo, porém para descer (actualmente, e no futebol o momento pesa muito), em termos qualitativos, de clube, disse “não”. Por outro lado, adoraria vê-lo a jogar nos relvados ingleses e a ser o segundo grande jogador a juntar-se ao Projecto Manchester City. E explico porquê. Primeira razão, adoro ver jogadores como Kaká – criativos, ágeis, habilidosos, rápidos e tecnicistas – jogarem em Inglaterra, pois creio que a Premier League é propícia para estas características e, por essa mesma razão, faz sobressair bastante estes jogadores. Nestas duas razões que invoquei, teve também origem a minha preferência, por exemplo, de Ronaldinho ter rumado ao City, em detrimento de ter viajado para Milão, com o intuito de representar o AC Milan. E assim irei continuar, se o futebol inglês assim continuar, como é óbvio. A segunda razão pela qual gostaria de ver Kaká vestir de azul bebé, prende-se com o simples facto de achar que este projecto tem mais que pernas para andar. Creio que as pessoas ainda não se mentalizaram porém, esta equipa, com todas as disponibilidades financeiras que tem, é uma equipa que se poderá tornar numa autêntica dream team, o que seria um estrondo no futebol. Aproveitando a deixa, pergunto: “se o Manchester City dá 130 milhões pelo Kaká, quanto dará por Cristiano Ronaldo?”. Como disse há pouco, aquando da aquisição do City por sheik Mansour Bin Zayed, não se tardou muito a especular sobre possíveis futuras contratações. E que melhor especulação do que Cristiano Ronaldo, o Melhor do Mundo? 166 milhões dizia-se…e já assim veio um director do outro, o principal Manchester, cujo nome já não estou recordado, afirmar que com uma proposta destas seria difícil mantê-lo. Pois é, tudo me faz parecer que, se o City decidisse mesmo avançar para a contratação de Ronaldo poderia muito bem despender cerca de 200 milhões de euros (já se fala que, para o Real Madrid contratar Messi, no total, teria de dispender 254 milhões de euros (!), com as despesas com os impostos,… – com 150 a serem atribuídos ao Barça). Atenção, estou simplesmente a especular, porém com os valores que o clube tem à sua disposição, com a intransigência do United em vender o português e com as mãos largas do sheik (ao ver que a última contratação do City, Nigel de Jong, tinha uma cláusula de rescisão que o permitia sair no Verão por 2.3 milhões de libras, cerca de 3.5 milhões de euros e foi contratado, já este mês, por 17 milhões de libras, cerca de 18.4 milhões de euros, pode-se ter uma – boa – ideia da disponibilidade financeira do clube), tudo aponta para um valor que não há de ficar muito longe ao que referi (se isto, porventura, viesse a acontecer). Peço às pessoas para imaginarem uma equipa que juntasse jogadores como Cristiano Ronaldo, Lionel Messi, Fernando Torres e Zlatan Ibrahimovic, tudo junto…Bem sei que existem mais jogadores como Kaká, que irão rejeitar a proposta de se juntar ao City por fidelidade ao seu clube (por enquanto, pois se o clube corresponder às minhas expectativas, este lote de jogadores vai-se encurtar cada vez mais, admitindo que haja sempre 1 ou 2 jogadores que rejeitem essa possibilidade, porém estes tornam-se excepção à regra, ao passo que, actualmente, quase todos os grandes jogadores rejeitam o City). Mas o que é facto é que um clube que começa a ganhar títulos, aumenta as suas possibilidades. Pegando no exemplo do Chelsea. Quem é que, em 2002, aceitaria juntar-se ao clube (falo de nomes sonantes)? E repare-se, neste momento, os jogadores que o Chelsea já teve ou tem nos seus quadros, 5 anos e meio após a aquisição do clube (Junho de 2003), por parte do magnata russo Roman Abramovich. Falo de Hernan Crespo, Adrian Mutu, Juan Sebastián Verón, Claude Makélélé, Didier Drogba , Michael Essien, Michael Ballack, Andriy Shevchenko, Ashley Cole,… Veja-se o que é que o Chelsea era e no que é que se tornou em pouco mais de 5 anos. Penso que as potencialidades do City estão a vista de todos nós, excepto daqueles que não as querem ver. Agora claro: todas estas verbas que se despenderem com jogadores, terão de ser acompanhadas por uma boa gestão desportiva da equipa (problema que o Real sofre há muito tempo, com o fulgurante exemplo dos galácticos). Para finalizar, gostaria só de deixar a minha opinião ao sheik: para atingir sucesso, o City vai ter de contratar um grande treinador, tal como o Chelsea fez, após um ano de Ranieri, quando Abramovich foi buscar Mourinho, um treinador que, apesar de ainda não ter na altura um grande currículo, tinha uma grande capacidade, era jovem, metódico e ambicioso. O Manchester City, se quer mesmo ombrear com o seu rival United, devia começar logo pela escolha de um bom treinador, como o era Eriksson, que na minha opinião nunca devia ter abandonado o clube, após ter começado bastante bem o campeonato e ter terminado a temporada transacta na 8ª posição, dando mesmo a possibilidade do clube ir à Europa. Foi a primeira época, ainda não tinha estrelas, mas não foi o suficiente para convecer Shinawatra – não percebo estes dirigentes. Mas já que cometeu o disparate de despedir Sven-Goran Eriksson, que vão escolher outro, pois bons treinadores disponíveis para comandar o City não faltam. Já se falou em Mancini (sem clube), os rumores mais recentes apontavam para Mourinho (seria excelente em tudo, na minha opinião), sugiro que também estudem nomes como o de Frank Rijkaard (sem clube),…como vêem a oferta não é pouca, antes pelo contrário. Agora, Mark Hughes? Para um clube que quer ser grande, quer pensar como um grande, quer jogadores grandes, tem obrigatoriamente de ter um treinador grande, que faça sentir aos jogadores que estes não são superiores a ele. O clube estava ainda há pouco tempo abaixo da linha de água, neste momento melhoraram e estão em 9º - já com maiores recursos para o técnico – falo de jogadores. Apesar de tudo, fica a pergunta, não seria melhor terem mantido o sueco, um reconhecido líder de homens? Não sei se Eriksson, teria permitido Robinho viajar para o Brasil, com a finalidade de tratar assuntos pessoais e com a suposta autorização da direcção, a tão poucos dias de fazer anos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Enquanto os petrodólares forem dando, assistiremos à escandalosa deturpação de fortunas que, ao invés de se destinarem a eliminar a miséria nesses países sub-desenvolvidos, são direccionadas para os futebois....
Quanto ao City, não é com as tais grandes aquisições que se consegue o "pay-back" das verbas dispendidas.
Concordo que, primeiro, deveriam contratar técnicos de qualidade para orientar os diversos escalões futebolísticos do clube.
Para a equipa principal, proporia um Pep Guardiola que, embora inexperiente, operou um verdadeiro milagre num Barça que se arrastava e é hoje o mais sério candidato ao título europeu, a meu ver, claro!
Bom trabalho, Pedro, mas há um pormenor que convém ressalvar : os mecenas nem sempre vão alimentando estes dislates.
Veja-se o caso do Abrahmovic, com reduções drásticas nas suas contas bancárias e aplicações financeiras....
Por mim, continuo a apostar na 3ª divisão nacional portuguesa e nos distritais....
Cada um .......
JA