O melhor do Mundo? Naturalmente Cristiano...

Ora bem, mais um prémio para Cristiano Ronaldo, considerado o Melhor Jogador do Mundo pela FIFA. Não tenho muito a dizer, visto já ter dito tudo em um ou dois posts sobre Cristiano Ronaldo, pelo que esta postagem serve apenas para frisar uma frase de Ronaldo quando este diz, no seu discurso vencedor da gala organizada pela FIFA, “espero cá voltar”. É este ponto que torna, na minha opinião, Cristiano tão especial, a dedicação, o esforço, o trabalho, que tanto imprime à actividade que pratica. Que outro jogador entra mais cedo nos treinos, sai mais tarde, treina nas horas-extra,…que jogador tem esta ambição desmedida, que provoca discursos dos mais variados treinadores e jogadores? Críticas, elogios, tudo faz parte do dicionário que rege os melhores e com o qual estes têm de conviver todos os dias. Levaram a mal a cara de chateado que fez no ano passado, na mesma gala, quando Joseph Blatter revelou haver um engano e, em vez de 2º lugar, ter ficado apenas em 3º (lugar que, pelo menos até aos dias que correm, nunca deveria ter ocupado)? Pois é. É esta sua maneira de ser que o faz o jogador completíssimo que é, que o faz marcar aqueles livres rocket que tanto encantam todos os adeptos do desporto-rei, chutar bem com os dois pés, ter um poderosíssimo poder de impulsão e um excelente cabeceamento, enfrentar sem medo qualquer jogador no um-para-um, e tudo mais. Não é qualquer um que chega a Inglaterra, pela porta do Manchester United, com 18 anos, e não acusa a pressão dos adeptos, adversários, media,…tudo lhe passa ao lado, até joga melhor! Quando diz que espera voltar à gala e em entrevista à SIC afirma, quando questionado das suas ambições, que troféus faltam conquistar, Cristiano é claro quando toca nos prémios individuais e diz, com toda a naturalidade do Mundo, que “falta ganhar mais uma ou duas vezes este prémio”. Receita? “se pensarmos que já sabemos tudo e que já ganhámos tudo estamos a pensar mal e eu não penso assim, penso que ainda não ganhei nada e penso que cada época é um novo desafio e é isso que vou tentar fazer este ano: tentar dar o meu melhor, ajudar a equipa a ganhar títulos, tentar ganhar títulos individuais, pensar que nunca ganhei nada e que o sonho ainda está mantido [intacto]”. Creio que isto diz tudo de Cristiano, acredito que é este ponto que o distingue de todos os outros, nunca está satisfeito, sabe que poderá sempre fazer melhor, ganhou o título de Melhor Jogador do Mundo? Mas o Zidane e o Ronaldo ganharam-no 3 vezes, porque não tentar ganhá-lo mais 1 ou 2 vezes como Cristiano reconhece ambicionar. Ganhou uma Liga dos Campeões? Mas já começou nova época, vamos tentar ganhar a segunda, a terceira Premier League, e por aí fora. A tendência de um jogador, por muito que dê o litro nos treinos é fazer apenas o essencial (e com isto não estou de maneira alguma a criticar os jogadores, como é óbvio). Quando digo fazer o essencial, falo em limitar o seu trabalho aos treinos, mas, como disse há pouco, e já o tinha dito antes, Ronaldo levantava-se, aquando dos seus tempos na Academia de Alcochete, às 5/6 da manhã para ir treinar e “assim” continua hoje, adaptando naturalmente o seu esforço físico às suas obrigações e responsabilidades – é claro que a intensidade do futebol da Premier League não é de todo igual à que Ronaldo estava habituado nos seus tempos de júnior do Sporting, por exemplo, e obviamente que o corpo pede mais descanso, mas não é por isso que Cristiano não continua a ir ao ginásio, chegar mais cedo aos treinos, sair mais tarde,…como diz, “há sempre coisas a melhorar”. Ele é extremo, rápido, bom no chuto, no cabeceamento, no passe, na técnica, e por aí fora, então e atributos como o posicionamento e o desarme, por exemplo? Bem sei que são características que não abundam num jogador ofensivo, mas por isso mesmo é que existem sempre parâmetros que a pessoa pode melhorar, tudo isto que Ronaldo disse não é novo, não faz parte exclusiva do futebol, como de qualquer outra profissão, mas da vida. Agora, há quem ame aquilo que faz e se esforce ao máximo para atingir as suas ambições, tapando os ouvidos sempre que preciso, quando se levantam aquelas vozes invejosas que não podem com os melhores, e quem se fique pelo essencial, torne a sua actividade num tédio, ou, simplesmente, não aguente a pressão. Poderia acabar aqui, mas não quero deixar de expressar a minha convicção de que, com a sua cabeça e ambição, Ronaldo vai voltar para receber o prémio que ganhou este ano com 935 votos, 257 votos à frente de Lionel Messi (678 votos, 2º) e 732 à frente de Fernando Torres (203 votos, 3º), e mais do que uma vez. O seu nome, o futebol jamais esquecerá (é imortalizado a cada dia que passa), Ronaldo foi uma palavra que, com o passar do tempo, caiu em desuso, se nela não se utilizar o “prefixo” Cristiano.