Naval 1 – Benfica 2
O Benfica não jogou bem e o jogo não foi bom. Contudo, tal não impediu que abrisse o marcador muito cedo, logo aos 3’, por intermédio de Pablo Aimar. O argentino sofre falta de Lazaroni, filho do treinador brasileiro que esteve ao serviço do Marítimo na temporada transacta e apurou o clube para as competições europeias. O livre é batido por Reyes, directo à área adversária, onde surge Diego Ângelo a aliviar a bola como pode, eis senão quando surgem Yebda e Godeméche a lutar pela mesma. Na sobra do lance, Aimar tira um chuto rasteiro e colocado, de primeira, sem quaisquer hipóteses para o francês Peiser. Aos 36’, Miguel Vítor (que fez uma exibição de luxo, interceptando uma investida de Baradji na área encarnada e estando na assistência ao segundo golo, por exemplo) tenta interceptar a bola a Simplício, ponta-de-lança da Naval substituído ao intervalo por Marcelinho, caindo mal e ficando no chão bastante queixoso. A bola acaba por sobrar para Godeméche que abre na direita em David, jogador sempre muito activo em missões ofensivas. O português toca para o meio, onde Simplício se encontra na entrada da área, rodando sobre si e chutando forte, com a bola a sair, porém, por cima da baliza do Benfica, naquele que foi um belo movimento à ponta-de-lança. Já na segunda parte, mesmo no início (53’), a Naval chega ao golo através de finalização de Marcelinho. Após lançamento da esquerda efectuado por Daniel Cruz para a área, Godeméche surge entre Yebda e Maxi Pereira, cabeceando a bola para as suas costas, onde, após Luisão ver falhada a sua tentativa de tirar a bola com a coxa, é Marcelinho quem aparece a rematar a bola para o fundo das redes da baliza visitante. Quatro minutos depois, após um passe primoroso de Reyes, feito ainda antes da linha de meio-campo, a desmarcar Di María, na esquerda, o Benfica atirou à barra por intermédio de Angelito, aos 57’, ele que fez um jogão e comprovou uma vez mais que tem de jogar sempre (bendita hora – segunda parte no jogo contra o Paços de Ferreira, na Luz – em que Quique percebeu que devia pensar em Di María como primeira opção para a direita, em detrimento de Rubén Amorim e puxar o centro-campista português para o centro do terreno). Aos 63’, já o Benfica corria atrás do prejuízo, quando Cardozo teve uma boa oportunidade de golo que por pouco não servia para alterar o marcador: lançamento lateral marcado por David Luiz, na esquerda para Cardozo que quase perdia para Paulão, entretanto Di María veio detrás tentar seguir com a bola controlada para a baliza, tendo para isso, de passar “apenas” por Diego Ângelo, único obstáculo na altura, porém caiu e viu Cardozo recuperar a bola e tentar o golo mesmo com a pressão de Lazaroni, picando a bola e vendo a mesma passar perto do poste. Aos 73’, o Benfica chega mesmo ao golo por intermédio de Katsouranis, o melhor em campo segundo a imprensa e, por conseguinte, principal protagonista das capas dos jornais de hoje, no seguimento de um livre que teve origem numa falta inexistente de David, em que o árbitro entendeu que o jogador figueirense tocou a bola com a mão, quando na realidade a bola lhe foi à cara, após um toque de Di María. O livre, esse, foi batido pelo habitual marcador de livres, José António Reyes, que, da esquerda, coloca a bola ao segundo poste em Miguel Vítor que a passa de cabeça para o poste oposto, onde aparece, ausente de qualquer tipo de marcação, Katso a facturar e a dar os três pontos à águia. Nota para Reyes que, apesar de muito criticado por Quique (bem sei que faz parte da estratégia e não estou de maneira nenhuma a criticar a atitude do treinador espanhol) durante o desenrolar da partida, e pelos comentadores televisivos, acaba por estar na origem dos dois golos e no (excelente) passe de ruptura que originou o remate à barra de Di María – momentos cruciais do jogo – e é nisto que jogadores da qualidade individual de Reyes se distinguem dos outros: mesmo quando aparentam estar a jogar mal, a qualquer momento sacam um coelho da cartola e dão outra intensidade ao jogo, outro resultado, por vezes, como foi este caso. No exemplo de Reyes, há a tal particularidade da marcação de livres, tipo de lances em que o espanhol é perito.
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