De há um tempo a esta parte que venho tentado reunir alguns contactos, com o intuito de criar um novo espaço no blog, denominado Entrevistas. O nome dispensa apresentações e tenho reunido diversos contactos com todo o tipo de pessoas que acho serem interessantes entrevistados e que possam acrescentar algo àquilo que se vê publicado regularmente na imprensa desportiva. Algo diferente. Já contactei diversos agentes do desporto-rei, mas por uma ou outra razão, a entrevista acabava sempre por não aparecer. Até que, nas minhas pesquisas, me deparei com uma personalidade que encaixava bem no perfil que pretendia para abrir este espaço, seu nome: Ricardo Torrão, jovem português de 18 anos, que na temporada transacta esteve a actuar na China. Em seguida apresento a sua biografia e amanhã colocarei a respectiva entrevista.
Apresentação.
Ricardo João de Almeida Torrão é um jovem médio português de 18 anos, nascido na África do Sul no dia 18 de Fevereiro de 1991. Com 1,75m e 67kg, Torrão fez a sua formação no Estrela da Amadora.
Formação: desde a rejeição do Benfica à abordagem do Sporting, foi no Estrela que sempre se destacou.
Com os pais emigrantes em Macau, Ricardo Torrão decidiu partir para Portugal sozinho em busca de um sonho: ser jogador profissional de futebol. Tudo isto, quando tinha apenas 14 anos. Mal chegou a Portugal e o primeiro clube escolhido pelo jovem Torrão para tentar a sua sorte no mundo da bola foi o Benfica. Como já aconteceu com tantos outros jogadores, não ficou. De seguida foi tentar a sua sorte no Estrela da Amadora, onde ficou logo ao fim do primeiro treino. Contudo, no seu primeiro ano no Estrela (iniciados A) apenas jogou cerca de 5 jogos, devido a problemas burocráticos, mais concretamente problemas na inscrição que se prendiam com o seu registo de residência. No seu segundo ano na Reboleira, Torrão ascendeu à categoria seguinte da formação, os juvenis B, onde fez por 18 vezes o gosto ao pé e onde foi inclusivamente nomeado sub-capitão de equipa. O grande rendimento de Torrão valeu-lhe a promoção precoce aos juvenis A, quando este ainda não tinha idade para tal e valeu-lhe também uma ida à Academia de Alcochete para falar com Paulo Cardoso e Aurélio Pereira, após abordagem do Sporting. Contudo, esta abordagem não passou disso mesmo, uma abordagem, tendo em conta que o Sporting não avançou para a sua contratação e Torrão permaneceu na Reboleira. Na temporada seguinte “ascendeu” aos juvenis A, onde já se encontrava desde a segunda metade da temporada passada. Apesar de tudo isto, já na altura o Estrela tinha problemas e isso também era sentido pelos jogadores. Foi por sentir falta de condições de treino e falta de apoio por parte da direcção em relação à formação, que Torrão decidiu procurar outro desafio. Quando tinha idade de juvenil A, Torrão foi para o Clube Atlético Pêro Pinheiro, onde integrou a equipa júnior, participando também nos jogos dos juvenis. Em meia época (só chegou ao clube em Janeiro), Torrão completa cerca de 23 jogos e faz 30 golos, estatística relativa a jogos de juniores e juvenis. Na pré-época de 2008-09, com 17 anos (idade de primeiro ano de júnior), Torrão faz a pré-época com os seniores do Pêro Pinheiro e é nesse momento que surge o interesse da Plenitude Lusitana Sport, empresa de representação de jogadores de futebol, em representá-lo. Pouco tempo depois, a empresa que agora o representava, apresentou-lhe uma proposta para ir jogar para a China, no Chengdu Blades, clube adquirido em 2006 pelo Sheffield United, actualmente a actuar na segunda divisão inglesa (Championship), quando ainda se chamava Chengdu Wuniu.
A mudança para o Chengdu Blades.
Antes de mais, explicar o essencial: o funcionamento da rede dos blades (alcunha do Sheffield United) na China. Existe o Chengdu Blades, equipa que disputa a Primeira Liga Chinesa e o Sheffield United, equipa que milita na primeira divisão de Hong Kong. Ambas as equipas treinam na China, no Centro de Desportos de Chengdu, porém esta última funciona como as reservas da primeira, sendo portanto muito utilizada para rodar os jovens jogadores do clube. Em Chengdu, Torrão encontrou uma academia com grandes condições e com tudo o que é necessário para uma equipa se desenvolver da melhor maneira. Desde ginásios e jacuzzis, passando pelos essenciais campos de futebol, até saunas e dormitórios, a academia tinha um pouco de tudo. Quase todas as semanas fazia um jogo contra a “equipa principal” onde o Sheffield ganhava e empatava mais vezes do que perdia. Todos os fins-de-semana, as “reservas” tinham de apanhar um avião que levava 2 horas a chegar a Hong Kong, dormir lá e jogar no dia seguinte, pois é lá que o clube existe competitivamente. Na Liga Principal de Hong Kong, Torrão, com o número 10 nas costas, defrontou muitos jogadores que já passaram pelos relvados da Primeira Liga Portuguesa, como Tales Schutz, ex-jogador do Leixões e matador do South China, clube hegemónico no país. Apesar de todo este cenário, é fundamental referir que, apesar dos seus tenros 18 anos, Torrão apenas representou a equipa de “reservas” devido à lei dos estrangeiros. Assim, o clube já contava nos seus quadros com 3 jogadores estrangeiros que por sua vez contavam com um trunfo que Torrão só vai poder contar daqui a alguns anos: experiência; jogadores já em fim de carreira, com muitos anos de clube e/ou de Liga Chinesa.
Concluída a experiência chinesa…segue-se a portuguesa!
Foi uma experiência positiva, aquela que Torrão viveu em Chengdu, e que lhe permitiu “desenvolver bastante a minha capacidade física, em termos de força…”, segundo palavras do próprio.
Para esta temporada, as ambições de Torrão concentram-se em arranjar um clube em Portugal, país para o qual já tem viagem marcada, sendo no entanto ainda uma incógnita o clube que o irá receber. Outro dos objectivos é ser seleccionado para representar a selecção nacional sub-19, liderada por Ilídio Vale.
5 comentários:
Opportunidades nao faltarao, e' preciso e' que quem esteja a ler isto que ajude este moco a concretizar este sonho.
Existem muitos jogares que o sonho e' comprado, mas este miuso esta em busca dele, e ele so precisa de uma opportunidade .
Continua Ricardo, sei que es bom jogador, e concretozaras o teu sonho.
Força rapaz, estou torcendo por ti
Beijokas
Pois isto e o que se passa com nossos Jogadores Portugueses. Formacao teem mas depois metem nos de lado para meter estrageiros no lugar deles... Que depois vem a ser naturalizados como Portugueses para jogar pelas nossas cores..... Isto e nao e justo.... espero que Federaccao Portuguesa abra os olhos muito bem.... Nossos miudos e que devem de ter estes tais lugares...... ESpero que este miudo tenha toda a sorte .... Forca ... nao sou grande fa da bola mas injusticas nao gosto ... vou me lembrar do teu nome e sabs se la um dia te vejo nao minha grande equipa VERDE .....
Pedro Nogueira finalmente uma pessoa com uma visao para os nosso miudos . Parabens....
Ricardo boa sorte puto pelo que vejo s lutador
Forca Torrao .... acho que ha mais outros dois na bola em Portugal!!!!
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