terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Benfica All-Stars, Miccoli e Magnusson, 18 anos depois...


Como não podia deixar de ser estive no jogo de ontem, o 7º organizado por Zidane e Ronaldo, para ajudar a reunir fundos para combater a pobreza. Jogo este que desta feita, teve uma matriz especial: pela primeira vez na história deixou de ser Amigos do Zidane contra Amigos do Ronaldo, para passar a ser Amigos do Zidane e do Ronaldo contra uma equipa, equipa essa que foi o Benfica All-Stars, conjunto formado por actuais jogadores e antigas glórias da Luz.

Várias ideias a reter. A primeira passa pela classe do eterno Zizou, que mesmo já tendo terminado a carreira há 4 anos, consegue ter melhor toque de bola do que quase todos os futebolistas activos, salvo raras excepções, isto é, jogadores de «top do top». É daqueles jogadores que muito dificilmente é ultrapassado, a curto/médio prazo. A segunda prende-se com os jogadores chamados e os não-chamados, assim, se é verdade que não se percebe porque é que João Pinto, pelo menos que se saiba, não foi chamado para a equipa do Benfica (se não fosse Vale e Azevedo, estaria acima de Rui Costa nas preferências encarnadas), o mesmo se aplicando a Preud’Homme, Diamantino, Van Hooijdonk, ou ainda Argel, Futre,…também não é menos verdade, e esse temos a certeza de que foram chamados, porque lá estiveram, que os fiteiros e mal agradecidos Miguel e Manuel Fernandes, que por acaso até foi hoje capa d’A Bola como sendo forte hipótese para reforçar os leões, histórico rival do Benfica, marcaram presença. Da maneira como saíram da Luz, para jogar este jogo teriam de ter sido convidados pelo Zidane, Ronaldo ou até mesmo Figo (que voltou a fazer parte integrante da equipa, como é seu hábito) e jogariam do outro lado, nunca do lado do Benfica, onde ficam longe da performance e do comportamento demonstrado por muitos dos que por lá passaram e ontem voltaram a envergar aquela camisola, muitos chegaram a sair do clube, mas a bem. Nenhum dos que lá teve saiu como estes dois. A terceira, como não podia deixar de ser, vai para as saudades de Fabrizio Miccoli, um disparate do Benfica tê-lo deixado sair, uma vez que tinha mantido há 3 anos no plantel, um ponta-de-lança espectacular por 4,5 milhões de euros, jogador com uma relação muito especial com o clube e adeptos, o que vale bastante e, por vezes, ao pensarem que é caro, enganam-se – caro é gastar 4 milhões no Balboa, isso sim é caro.

Saí de lá triste. Triste pelo Magnusson. Triste pela gargalhada avassaladora que se instalou no Estádio quando o seu traseiro embateu na relva, por duas vezes. De facto, se existem, deverão ser poucas as coisas mais degradantes do que a imagem de um atleta alto, espadaúdo, outrora (falo de 18 anos) goleador – 64 golos em 121 jogos, ao todo, pelo Benfica – reaparecer com barriga do tamanho do Mundo, cara inchada, sem força nas pernas para aguentar o seu corpo sobre uns quantos pitons que faziam a sua ligação à relva. Os jornais enganavam-nos constantemente, iludiam-nos, mostravam-nos mensalmente quase, um Magnusson jovem, bem-parecido e elegante, como se quer o nº9. Pois bem, ele ontem esteve no relvado da Luz, caía cada vez que tocava na bola, para regozijo dos demais. Prefiro esquecer este Magnusson que infelizmente, creio que irá perdurar na minha memória, uma vez que ainda não vi muita coisa sua. Só posso dar graças, neste caso, a não ter vivido no final dos anos 80, pois aí não tinha saído triste do Estádio, mas sim a chorar.



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