quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Mais um!


E é assim que uma equipa com dinheiro como é o ucraniano Shakhtar Donetsk cresce, apostando em jovens valores, com um potencial desmedido a preços acessíveis (falo de 6/7 milhões) e, por conseguinte, susceptíveis de originarem grande margem de lucro numa futura venda, obviamente, sempre ligados a grandes exibições. O Shakhtar tem-nos habituado nos últimos anos a grandes jogadores como o são Matuzalém, Elano, Jadson, Willian, Ilsinho, Fernandinho, Brandão que, entre outros brasileiros têm deixado aquele cheirinho a samba nos relvados ucranianos e que tantas saudades têm deixado no Donbass Arena quando saem para clubes com um nome mais sonante no futebol europeu. E este cheirinho a samba, aliado à virtude de leste que jogadores como Tymoschuk, Vukic, Razvan Rat e Darjo Srna têm sabido imprimir à equipa elevaram-na a um patamar superior, ao de Rainha da Europa, após a conquista da última Taça UEFA da história do futebol, 2008/09, devolvendo um título importantíssimo ao futebol ucraniano que, nos últimos largos anos, tem estado arredado do pódio europeu, depois de anos a fio de supremacia do Dínamo.

Segue a sua política e, após adquirir Alex Teixeira ao Vasco a meio de Dezembro por cerca de 6 milhões de euros, eis que o clube orientado por Mircea Lucescu, há 6 anos no cargo acaba, segundo a imprensa do país, de adquirir o passe de Douglas Costa por 6,5 milhões de euros, sendo que esta verba corresponde a apenas 80% do passe. A concretizar-se a transferência será mais um resgate de qualidade de um jogador jovem de grande potencial para Donetsk. Apontado há muito como o «novo Ronaldinho», Douglas Costa era dado com frequência como sendo um jogador sob mira dos grandes tubarões europeus, com especial incidência para o Manchester United, o clube mais ligado ao avançado canarinho.

«Não penso ficar no Shakhtar a vida toda. Quero ficar um ano ou dois, e depois atingir o meu objectivo, que é chegar a um grande clube europeu». Foram estas as primeiras declarações do jogador como reforço do Shakhtar, citado pela Globoesportes. Declarações que em nada são novas em reforços de clubes de países que não os pertencentes aos reconhecidos como de top da Europa (vide Ramires, aquando da chegada ao Benfica), e que transmitem na integra o pensamento dos jogadores que, na grande maioria dos casos não muda, o que muda é a maneira como esse pensamento passa para o exterior (e aí entra em acção a eficácia dos gabinetes de comunicação dos clubes). Não esquecer que o contrato é de 5 anos, mas se tivermos em conta que o futebol é isto, a questão do profissionalismo patente nesta e noutras declarações é bastante discutível, uma vez que, se de facto Douglas fizer 2 temporadas acima da média e, quando estas findarem render uma boa maquia ao seu clube, então ficarão todos a ganhar. É, ainda assim, uma declaração que nenhum adepto gosta de ouvir e que poderia ser evitada com uma pinga de bom senso e de respeito pelo “clube acolhedor”.

Mais uma vez, os meus parabéns ao Shakhtar, cujo objectivo tem de passar pela manutenção de boas prestações, internas e externas, para se poder tornar num Porto Ucraniano, isto é, através da montra europeia, e com tantos valores no plantel, não há nenhuma razão de carácter desportivo para que o Shakhtar, não consiga ter os seus jogadores sob permanentes observações dos tubarões europeus…chegado ao cume (ou quase) resta o mais difícil – e o que torna um clube num grande clube – manter…

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