França 1 – África do Sul 0
Com a França a viver o seu caso Saltillo, a missão dos anfitriões era fácil. Sim, digo fácil porque esta França é, quanto a mim, e sem qualquer tipo de exagero, a equipa mais fácil em prova que qualquer outra equipa pode defrontar.
Obrigado a alterações forçadas, devido a jogadores que pedem para não jogar e a demais situações extra-futebol, Domenech escolheu o seu onze, saindo Abidal, Evra e, naturalmente, Anelka, pelas situações que se conhecem.
Até à expulsão o jogo estava a confirmar o expectável, 2 selecções a tentarem trocar a bola e a procurar a abertura de espaços para, num ataque e num remate, a bola entrar.
Contudo, a partir dos 25’, momento em que Gourcouff vê o cartão indesejado, ficam ainda mais visíveis as debilidades da França e a partir desse momento foi ver a África do Sul a subir e a aperceber-se que tinha sérias condições de conseguir um resultado muito positivo (vitória).
Para este jogo Parreira fez várias alterações, desde logo mudou de 4-2-3-1 para 4-4-2, adicionando Parker a Mphela, alteração que deu resultado: aumentou o rendimento de Mphela. Decidiu ainda colocar a meio-campo, no centro, Sibaya e Khuboni, por troca com Dikgacoi e Letsho, jogando bem os novos, como também jogavam os antigos, cada um com as suas características, uns melhores numas coisas, outros noutros, pelo que me parecem 4 bons jogadores que se complementam uns aos outros.
Por fim, Piennar passou para a direita, habitualmente ocupada por Modise, que faz falta na manobra ofensiva, pela sua qualidade e Tshabalala manteve-se na esquerda, embora com outras preocupações no que a movimentações diz respeito: com a táctica antiga jogava na esquerda mais à frente, no trio dos médios-ofensivos e, agora, como estava na esquerda do 4-4-2 clássico, flectia muitas vezes para o centro, onde realizou um trabalho muito bom a nível colectivo, deixando a ala esquerda aberta para Masilela se aventurar. Os meus parabéns a Tshabalala, pois realizou um jogo muito importante para a sua carreira, muito provavelmente o de maior importância, demonstrando que o 1º jogo não foi obra do acaso, ele que no 2º esteve num nível muito baixo, bem como toda a equipa, neste foi dos melhores em campo – para mim, o melhor em conjunto com Mphela, ele, a nível colectivo, Mphela a nível de finalização das jogadas, pois para além do golo, ainda teve tempo de fazer uns quantos remates perigosos e, aqui, penso que Parreira esteve bem em adicionar Parker para o apoiar, ele que também realizou muito bom jogo, com uma bola ao poste.
México 0 – Uruguai 1
A expectativa de ver jogar 2 boas selecções, um pouco parecidas até no estilo de jogo, era natural.
Pendeu para o Uruguai, que foi mais eficaz, mas também podia ter pendido para o lado mexicano, pensando eu que o empate é o resultado que melhor assenta num jogo actual entre ambas as equipas, tal a semelhança de qualidade das mesmas e dos seus valores individuais, no cômputo geral.
Uma grande jogada com início em Forlán, que abriu em Cavani, cruzando este eximiamente para a cabeça de Suárez fez com que se abrisse o marcador.
Uns quantos minutos depois, Guardado, num remate de uns 30 metros, envia a bola com estrondo a embater na barra, lance que poderia muito bem empatar a partida. Estes e outros lances, para ambos os lados, fizeram com que se verificasse o equilíbrio existente entre as equipas, com o México a ter uma clara supremacia na posse de bola, contudo, quando se tratou de chegar ao último terço do campo, o Uruguai em 3 remates enviou 1 à baliza, ao passo que o México enviou 1 à baliza em pouco mais de 5 remates!
De uma maneira geral, todos jogaram bem, com claros destaques para o trio ofensivo uruguaio, composto por Suárez, Forlán e Cavani que, estes sim, fizeram a cabeça em água aos mexicanos.
De continuar a salientar a importância de Perez e Ríos no equilíbrio táctico da equipa.
Nigéria 2 – Coreia do Sul 2
Um jogo entre 2 equipas muito equilibradas, como era de esperar.
E foi a Nigéria a adiantar-se no marcador através de Uche, que fez uma muito boa exibição, tendo inclusive atirado ao poste uns minutos depois.
Contudo, a Coreia demonstrou todo o seu espírito guerreiro e capacidade para dar a volta ao marcador. Através de 2 lances de bola parada – o primeiro centro e cabeceamento, meio com a cabeça, meio com o braço/peito, e o segundo directo.
Uma das ideias a reter deste jogo tem a ver com a descida de forma que vem afectando Enyeama, que depois de grandíssima exibição contra a Argentina, logo no 1º encontro, teve 2 exibições não lá muito famosas nos 2 últimos jogos. Não se podendo considerar más, porque teve realmente algumas boas defesas em ambos os encontros, mas com algumas falhas preocupantes, como, por exemplo, a do 2º golo coreano, de livre directo, em que dá um passo ao lado, não conseguindo depois chegar à bola. Contudo, este é, como disse, um exemplo apenas, que até é bastante comum nos guarda-redes, mesmo os já consagrados.
Obasi esteve também a muito bom nível, ficando na retina um grande passe para Martins falhar por pouco o golo, à maestro.
Da Coreia, gostaria de destacar Park Ji-Sung, Park Chu-Young e Ki-Sung Youeng. O primeiro é o grande dinamizador de jogo da equipa, aquele que a consegue galvanizar e está sempre presente, com exibições sempre muito consistes, fundamental no grupo; o segundo, jovem ponta-de-lança cheio de valor, é sempre um perigo à solta, com muita técnica e exímio, como já tinha tido oportunidade de referir logo no 1º texto, na marcação de livres directos; o terceiro é outra das pérolas presentes neste país: ainda no 1º ano fora da Coreia (no Celtic), demonstra na selecção todo o seu valor e a importância que já tem com apenas 21 anos, passando muito do jogo por ele, que sabe sempre qual o destino a dar a bola.
Grécia 0 – Argentina 2
Com uma táctica super defensiva, a Grécia iniciou e acabou o jogo contra a Argentina de Diego. Um 5-4-1, com Karagounis a fazer de falso segundo-avançado, e Papastathopoulos pronto para fazer de 4 central, já para não falar dos alas prontos para recuarem para a linha dos centrais, chegando a estar 6 e 7 homens da Grécia na grande área em diversas jogadas.
Mas não se pense que a Grécia jogou mal, muito pelo contrário. Pensando em espectáculo, não é com toda a certeza a selecção que salta à cabeça, mas, apesar de achar que esta selecção grega é muito fraca, jogando o jogo pelo jogo, a defender, pelos muitos anos de experiência que o futebol grego tem nesse campo, fazem-no com uma qualidade ao alcance de poucos.
A Argentina está a jogar bastante bem, com dois princípios de jogo bem definidos: muita dinâmica no ataque, com muitas trocas posicionais na frente e cultura de posse de bola.
E foi com base nestes princípios que foi à procura do golo que tardou em chegar.
Messi, quando pegava na bola, tinha logo 2 ou 3 a caírem-lhe em cima e a deitarem-no literalmente ao chão, Milito não mexia, pelas suas características, contudo o mesmo já não aconteceu com Aguero, que lá ia causando estragos aqui e ali.
Ma Verón foi bom exemplo de como tentar chegar ao golo: rematando de longe. Para azar dos argentinos, Tzorvas estava inspirado!
Bolatti fez grande jogo. Apesar de não ter tido muito trabalho, comandou, com a ajuda de Verón, as operações a meio-campo, tendo ainda tempo de subir e causar estragos nos cantos.
Karagounis continua a levar a equipa às costas e Samaras fez muito bom jogo, faltando apenas o golo difícil, com esta táctica, de alcançar.
Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Daí, através de marcação de um canto – tinha de ser! – Demichelis abre o marcador, marcando a equipa o 2º apenas a 1 minuto dos 90, numa recarga que, fica a ideia, estando 0-0, a equipa não deixava.
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