Uruguai 2 – Coreia do Sul 1
O Uruguai jogou melhor que a Coreia, com o tipo de jogo e a qualidade que tem demonstrado ao longo de todos estes jogos. A Coreia não jogou bem. Exceptuando o jogo com a Argentina, onde se viu impotente para parar a alviceleste, a Coreia esteve sempre a um nível muito alto, autora de grandes exibições, pelo que se esperava muito mais, do que apenas uma 1ª metade da 2ª parte a bom nível.
O Uruguai entrou bem no jogo, apesar do livre directo de Park Chu-Young (desde o início que já tinha dito que ele é fortíssimo neste tipo de lances) ao poste. Chegou ao golo logo aos 8 minutos por Suárez, que jogou muito bem – sendo justamente considerado o melhor em campo: bisou –, tal como Forlán e Cavani, o trio que compõe a frente de ataque dos uruguaios.
Para além desse lance fugaz de bola parada, a Coreia nunca mais criou grande perigo e a verdade é que por vezes o Uruguai ia criando. Depois do golo ter sido oferecido pelo guarda-redes coreano, que se fez muito mal à bola, deixando-a passar por ele e ir ter com Suárez, vários foram os erros defensivos ao longo do jogo da equipa comandada por Huh Jung-Moo, entrgando muitas bolas aos atacantes uruguaios, sem qualquer segurança defensiva.
E foi toda a equipa coreana, de vez em quando Park Chu-Young, o que mais lutou contra o destino da partida, e Park Ji-Sung, em condições normais o mais influente da equipa, lá tinham um rasgo, mas nunca foi uma postura coerente da equipa, contrariamente ao seu opositor.
Apenas entre o início da 2ª parte e o golo coreano, onde os uruguaios adormeceram um pouco e acusaram um pouco a ansiedade, desleixaram-se um pouco e isso coincidiu com alguma galvanização psicológica da equipa coreana, necessária para a recuperação, apenas nesse momento, a Coreia conseguiu jogar melhor, a procurar o golo, enquanto o Uruguai assumia uma postura medrosa e ansiosa. Deu-se o golo coreano, num erro gravíssimo também de Muslera, guardião do Uruguai e, a partir daí, a ansiedade e o medo desapareceram e repuseram o jogo como até aí tinha estado.
EUA – Gana
Um jogo que cria grandes expectativas, pela grande qualidade de ambos os intervenientes. Mas o que é facto, é que apesar de equilibrado, o Gana foi mais esclarecido, mais eficaz e entrou melhor no jogo.
Numa grande iniciativa individual de Kevin-Prince Boateng, o Gana adiantou-se muito cedo no marcador e assim o fez no prolongamento, ainda mais cedo, o que era difícil.
E é isto que eu gosto no Gana. Rajevac vem montando, desde que lá está, uma equipa muito esclarecida, muito solidária e eficaz que não só se faz valer pelas suas individualidades, mas por isso mesmo. E só assim se explica que a ausência de Essien não seja muito falada, pois se é verdade que Essien no lugar de Annan tornava a selecção muito mais poderosa, também não é menos verdade que a selecção se aproveitou desse facto para se unir ainda mais, com a consciência de que teria de ser, se calhar, ainda mais unidos e solidários.
Um exemplo de solidariedade é também a não-presença no onze de Muntari, jogador que se disse ter tido problemas disciplinares aquando do CAN e que se vê com o estatuto de suplente na equipa. Rajevac sempre privilegiou o querer e a entreajuda às estrelas, dando a titularidade a jovens jogadores com essas características, colocando do meio-campo para a frente um conjunto de 6 jogadores com uma média de 22 anos, todos eles talentosos.
Escusado será dizer o que já disse muitas vezes, que os seus pilares são laterais muito experientes e Boateng, a garantir os equilíbrios da equipa, Ayew, a dar criatividade e talento à mesma e ainda Gyan, o matador de serviço, muito talentoso, com muitíssima qualidade, juntando técnica e precisão de remate a um poderia físico impressionante.
Os EUA, como também já referi, têm uma grande selecção, com jogadores de grande craveira como o são Bradley, Donovan e Dempsey e peças muito importantes na equipa, como Altidore, Bocanegra e Howard. Trata-se de uma mescla de experiência com juventude e irreverência, que bons resultados deu. Contudo, e apesar de serem selecções que não diferem muito na sua qualidade (é essa a tendência do torneio, com o seu avanço), hoje não tiveram a capacidade de impor o seu futebol como tanto gostam e costumam conseguir, acabando por sofrer as consequências de uma Gana, como disse, muito esclarecida e determinada a seguir em frente.
Referência justa para Feilhaber, que entrou a suplente logo ao intervalo (neste aspecto, Bradley não facilita e aprecio essa sua qualidade) e actuou a muito bom nível, tendo conseguido cerca de 3 jogadas muito perigosas para a sua equipa sendo, portanto, uma aposta ganha. Assim como também me parece que Edu é superior a Clark e que a sua entrada em detrimento do habitual titular deveria ser uma opção de início.
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