A Liga dos Campeões distribuiu 5,065 mil milhões de euros em prémios aos 105 clubes que já passaram pelas 17 edições, uma verba que quase cobriria o défice actualizado por Portugal para 2009. Segundo as novas contas do Governo para o próximo ano, o défice para Portugal deverá chegar aos três por cento do Produto Interno Bruto (riqueza produzida pelo país), mais de 5,2 mil milhões de euros, números ligeiramente superiores ao “bolo” distribuído até hoje pela mais importante competição europeia de clubes. As contas referem-se aos números totais das primeiras 16 edições (prémios por resultados e verbas referentes às transmissões televisivas), mais os euros distribuídos na presente temporada exclusivamente relativos ao percurso desportivo dos 32 finalistas, e não contabilizam as receitas de bilheteira. No balanço total, o Manchester United lidera a lista de ganhos, com 272 milhões de euros, quase mais 80 milhões que a soma arrecadada (193,7) pelos quatro clubes portugueses com presenças na “Champions”: FC Porto, Sporting, Benfica e Boavista. Nas contas portuguesas, o FC Porto, que reparte precisamente com o Manchester United o recorde de presenças na Liga dos Campeões (14), foi o clube que mais rentabilizou as passagens pela competição, com ganhos de 109 milhões de euros, cifras bem superiores às do Sporting (36,7 milhões em cinco presenças), Benfica (33,9 também em cinco) e Boavista (14,1 em duas). Se forem contabilizadas as representações das maiores potências europeias de futebol, Inglaterra (868,9 milhões), Itália (783,6), Espanha (756,9), Alemanha (667,4) e França (539,3), este quinteto juntou quase 71,4 por cento (3.616 milhões) do total distribuído pela UEFA, numa lista que contempla 31 países representados na competição. Os prémios ganhos pelos sete clubes ingleses quase chegavam para pagar a Ponte Vasco da Gama, orçada em 897 milhões de euros, enquanto a “fatia” do quarteto português (193,7) não chegaria para cobrir os prejuízos previstos pela TAP nas contas de 2008, que podem chegar aos 200 milhões. Na época passada, numa prova ganha pelo Manchester United, a competição rendeu aos cofres da UEFA 824,5 milhões de euros, com 71 por cento dessa verba (585,6 milhões) a ser distribuída pelos 32 finalistas. Desses quase 586 milhões de euros, 47,3 por cento (277 milhões) foram incluídos no chamado "market pool share", valor distribuído pelos clubes tendo em conta o número de representantes de cada nacionalidade e o valor pago pelos detentores dos direitos televisivos de cada país. Os prémios distribuídos na temporada 2007/08 mostram que o mercado televisivo tem quase metade do peso, embora a Portugal tenha calhado uma fatia irrisória. A verba total que calhou a FC Porto (1,6 milhões), Sporting (1,2) e Benfica (0,9) no “market pool share” da última época representou apenas 1,34 por cento (3,7 milhões) dos euros reservados aos clubes nessa área. Estes números revelam também que, no que respeita a Portugal, a Liga dos Campeões só é efectivamente rentável pelos prémios desportivos, uma conclusão que se confirma quando contabilizadas as verbas ganhas pelos três clubes portuguesas pelas prestações desportivas. Apesar de ter chegado apenas aos oitavos-de-final, FC Porto juntou 10 milhões de euros (prémio de presença mais resultados desportivos), enquanto Benfica e Sporting se ficaram pela primeira fase, garantindo, mesmo assim, 6,9 milhões cada um.
fonte: O Jogo
Um comentário:
Que pena, a FIFA, a UEFA, ou qualquer dessas instituições, não contemplar -com uma pequena percentagem das suas fabulosas receitas- a formação cívica e desportiva das camadas jovens, mais pobres, dos países que nelas se filiam !
Sustentam vícios, criam hábitos que nada têm a ver com o desenvolvimento de estruturas, onde os mais carenciados poderiam ter acesso....
Não configura esta crítica qualquer imagem de Robin dos Bosques, com a retirada- de tudo- aos ricos para distribuír pelos pobres.
Nada disso, bastaria que desse sector improdutivo e inútil, distribuissem umas quantas migalhas.Apenas e tão sòmente!
JA
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