Março trata-se, para muitos, de mais um mês como tantos outros mas, para outros, onde me incluo, é especial. Por uma razão muito simples, que tem que ver com o começo da época de vários países, de onde destaco os Estados Unidos e o Japão. Mas é sobre os States que vou reincidir este artigo, visto que foi no campeonato do país que observei um jogador que irá certamente dar muito que falar no futuro. Seu nome: Fredy Montero.
Primeiro jogo da história do Seattle na MLS, com a sua figura de cartaz lesionada: Fredik Ljungberg, 10 dos Seattle Sounders FC que se encontra a contas com uma lesão, jogador que foi ganhar 1.3 milhões de dólares, cerca de 1 milhão de euros, por época. Com 32.523 espectadores irrepreensíveis, a equipa da casa levou facilmente de vencida os New York Red Bulls, cuja figura é o ponta-de-lança colombiano Juan Pablo Angel, contratado ao Aston Villa há dois anos atrás, por uns esclarecedores 3-0, mas que tem também em Jorge Rojas, número 13, um jogador interessante. O que mais me fascinou não foi o resultado em si, nem a excelente atmosfera, mas sim um talento emergente que fez a sua estreia no campeonato americano e que teve participação directa nos três tentos da equipa, tendo marcado o 1º e o 3º e feito a assistência para o central Evans fazer o segundo. Certamente não estão os americanos a ter consciência do talento que têm em mãos (mérito para a prospecção do Seattle), tratando-se de um público que se está constantemente a levantar e a sentar ao longo dos 90 minutos, numa ida permanente ao bar em busca de satisfazerem as suas necessidades que reclamam bem mais do que apenas um intervalo em toda a partida. Falamos de um público que, nos tempos da NASL (North American Soccer League, antiga liga de futebol americano – soccer), chegava a aplaudir quando, nos pontapés de baliza, o guarda-redes colocava a bola para lá da linha do meio-campo, estando convencidos de que se tratava de um grande feito.
Voltando à personagem principal deste artigo, Fredy Montero trata-se de um ponta-de-lança possuidor de uma técnica bastante acima da média e com boa mobilidade para se movimentar na área com classe. A sua estatura física não é assustadora (176 cm e 72 kg) pelo que não é a mesma que lhe faz impor respeito aos adversários, mas sim o seu killer instinct, que lhe permitiu liderar a lista de melhores marcadores no Apertura, em 2007, com 13 golos em 18 jogos (a par de Sergio Galván Rey), ao serviço do Atlético Huila, clube ao qual esteve vinculado na temporada 2006-07, por empréstimo, e que ajudou a ficar em segundo lugar na prova, a sua melhor classificação de sempre da história, e na Copa Mustang II (a segunda competição, à parte do Apertura, que dá agora pelo nome de Copa Mustang I, e que é uma espécie de segunda metade da Liga), com 16 golos em 22 jogos, contribuindo com um grande peso para o título de campeão da sua equipa na prova realizada na temporada passada, em 2008, portanto, já ao serviço da segunda equipa com mais título em Cali, logo após o América. Aquele menino que aos 13 anos chamou a atenção dos olheiros do Deportivo Cali, que depressa o levaram a prestar provas ao clube, e logo após a primeira experiência, fechou contrato com Los Verdiblancos, é o mesmo que começa a deixar crescer água na boca aos adeptos do Seattle, esperançados que faça no clube um trabalho tão bom como o que fez na Colômbia, e de todos os amantes de futebol, em geral.
Apesar do interesse do Bétis de Sevilha em contar com os préstimos do jogador, foi o Seattle quem, no primeiro mês do ano, o foi buscar à Colômbia, novamente por empréstimo, numa operação que, segundo alguma imprensa, terá tido a presença de outras partes envolvidas no negócio, detentoras de parte do passe, à semelhança do que já aconteceu com Tevez, Mascherano e Jô, por exemplo, cujos passes pertenciam ao fundo de investimento MSI de Kia Jaroobchian, acontecimento, contudo, que a FIFA não consente. Foram também os adeptos do Seattle quem tiveram o prazer de apreciar “de perto” as suas qualidades. Na pré-época, Montero deixou bem patente o “porquê” da sua contratação para ocupar a linha mais avançada do terreno: em 9 jogos facturou outros tantos tentos e fica agora na história do clube como tendo marcado o 1º e o 3º golo da sua (ainda curta) história, bem como sendo o autor da segunda assistência para golo de sempre.
Para terminar, fazer referência à carreira internacional de Montero, que só agora está a começar. Esta teve o seu primeiro capítulo com a sua estreia ao serviço da selecção principal do seu país em 2007, num jogo cujo opositor foi outra selecção da América do Sul, o Panamá. Para além desta primeira internacionalização, o ponta-de-lança conta ainda com mais duas. No total das três partidas conseguiu marcar um golo que certamente não esquecerá.
ver alguns dos seus golos na Colômbia
Um comentário:
O que ele sabe.....
JA
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