Um jogo como há poucos! Com a intensidade propícia do futebol inglês e mais alguma, o Chelsea e o Liverpool souberam dar um grande espectáculo aos amantes de futebol, ao longo de todos os 90 minutos, sem excepção. Falo da intensidade normal, a que se costuma assistir em todas as jornadas da Premier League, com o ingrediente especial de ser uma segunda-mão dos quartos-de-final da Champions, o que, a juntar àquele que se começa a tornar habitual Chelsea-Liverpool nas fases finais da Liga Milionária, deixa sempre as expectativas e as emoções em alta.
A primeira parte foi dominada pelo clube de Anfield. Os reds souberam entrar muito bem no jogo, encostando o Chelsea às cordas, colocando-o numa situação muito delicada, com o primeiro golo do jogo, marcado por Fábio Aurélio, através da execução de um livre directo, a mostrar claramente que este Petr Cech não é o mesmo do da era-Mourinho. Nove minutos depois, aos 28', estava Xabi Alonso a facturar, de penalty, o segundo do Liverpool. após sofrer falta de Ivanovic na grande área. Mesmo ao cair do pano da primeira parte, naquela que foi a última jogada do primeiro tempo, o Liverpool esteve muito próximo do golo e, se o tivesse conseguido, ficaria em vantagem na eliminatória (3-4, no total). Não o fez, Guus Hiddink teve 15 minutos para motivar os seus jogadores e berrar bem alto a importância que o jogo tinha, relembrando e refrescando a cabeça dos seus pupilos, com o intuito de não darem o prazer a Benítez de vivenciar uma situação semelhante à que teve na final de Istambul, contra o AC Milan, em que os reds recuperaram de um resultado negativo de 0-3 para 3-3 e acabaram mesmo por vencer a final nos penalties, com Jerzy Dudek em grande destaque, visto ter sido esse o desejo manifestado pelo manager espanhol em declarações à imprensa, pré-jogo. Ainda melhor do que a entrada do Liverpool no jogo, foi a entrada dos blues na segunda parte – o que era, aliás, dificílimo –, visto que, em 6 minutos, conseguiram recuperar de uma desvantagem de dois golos, com Drogba (51’) e Alex (57’) a reporem a igualdade no marcador. Atenção a esta recuperação, uma vez que o Liverpool tinha a vantagem de estar a dominar a partida, apesar de o despertar do Chelsea na primeira parte, após ter sofrido o segundo tento e o consequente aumento de qualidade do jogo dos homens de Stamford Bridge, começando a subir mais no terreno e a jogar mais no meio-campo adversário. E, estando a dominar a partida, animicamente, os homens de Liverpool estavam em vantagem, uma vez que demonstravam uma capacidade superior para marcar mais golos e, tendo em conta que mais um bastava para passar à fase seguinte, desde de que não sofressem, obviamente, então facilmente se compreende a dificuldade que o Chelsea tinha para dar a volta. Já com a igualdade no marcador, o Chelsea não tirou o pé do acelerador e, aos 76 minutos, Lampard coloca, pela primeira vez na história do jogo, o Chelsea em vantagem no marcador, dando um somatório de 6-3, no conjunto das duas mãos, à sua equipa. Contudo, o Liverpool não se rendeu e contou sempre com o apoio do seu público, sempre presente e que nunca deixa o clube da cidade dos Beatles caminhar sozinho e, em apenas dois minutos, viu Lucas Leiva, primeiro (81’), e Kuyt (83’), depois, numa grande jogada pela esquerda de Riera, a centrar para Kuyt e este a aparecer a cabecear, adiantando-se a Ricardo Carvalho, numa movimentação condizente com a sua qualidade, a repor a vantagem no marcador, vantagem esta que fugia à equipa visitante desde o minuto 57, momento do golo de livre directo de Alex, num autêntico míssil disparado a cerca de 30/35 metros da baliza. Sonhava o Liverpool, em repetir a proeza da final, ao realizar mais uma recuperação épica, tentando, nos escassos minutos que faltavam ir à procura do golo. Um bastava, desde que não sofressem, claro, para seguirem em frente na prova ‘rei’ do futebol europeu e mundial. Como imagens marcantes dos últimos minutos, ficaram o grande golo de Lampard, aos 89’, a rematar e a ver a bola entrar na baliza, depois de embater nos dois postes da baliza de Reina que, como Petr Cech, não esteve nada seguro neste jogo, tendo culpas no cartório no golo de Drogba, após assistência de Anelka e a bola rematada por N’Gog, com Cech fora da baliza e com Essien a tirar a bola em cima da linha de golo, de cabeça (grande trabalho do ganês, sem comprometer em nada a equipa com uma eventual mão na bola), que se tivesse entrado, voltava uma vez mais (!) a deixar o desfecho do jogo em aberto, nos últimos escassos segundos de jogo que faltavam, uma vez que bastaria um golo ao Liverpool para se apurar. Depois do acto heróico de Essien, estava acabado o sonho do Liverpool em seguir em frente na prova e dava-se continuidade à campanha do Chelsea, que encontrará, nas meias-finais, um também seu velho conhecido, nada mais, nada menos, que o Barcelona, clube catalão com o qual o Chelsea disputou, em 2004-05, o “Melhor Jogo de Sempre”, de acordo com um DVD vendido na loja oficial do clube, a contar para a segunda-mão dos oitavos-de-final da Champions, partida que os blues venceram por 4-2.
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