Paraguai 0 – Nova Zelândia 0
Jogo muito fraco, protagonizado pelas duas selecções, com o Paraguai a procurar mais o golo, pela natural diferença de qualidades de uma selecção para a outra, e apesar de ser a Nova Zelândia quem tinha mesmo de ganhar para seguir em frente.
Apostou em Cardozo, Martino, mas mais uma vez deve ter jurada para nunca mais, assim desta maneira (titular), até porque só o fez por ser o último jogo do grupo. Exibição fraquíssima de Takuara, que não encaixa nas ideias que o seleccionador tem para a equipa, contrariamente a Lucas, Valdez e Santa Cruz, que trabalham para a equipa, são móveis, vêm buscar atrás, correm, enfim, tudo aquilo que Cardozo faz em muito menores quantidades.
Vera foi para a frente dos médios-centro, para funções que nem se podem considerar como sendo de um 10. Perdeu brilho.
De frisar, isso sim, o grande jogo, para mim o melhor em campo, aquele que mais procurou o golo, apesar da sua posição em campo, que juntou melhor a vontade de vencer com a qualidade exibicional, foi mesmo o avô Caniza, lateral-direito, capitão de equipa com 35 anos, que entrou para a posição normalmente ocupada por Bonet. Vários remates perigosos a passar rente à barra e muito boas investidas pelo flanco direito acima, chamaram a atenção que está ali opção muito boa, numa mescla de experiência e frescura física, por que a tem, para a ala direita da equipa.
A Nova Zelândia termina com a proeza de fazer melhor do que a campeã mundial, Itália, ficando com 3 empates em 3 jogos, feito importante para a selecção e futebol do país.
A estratégia de Herbert era simples: tentar evitar o golo do Paraguai, que bem podia ter acontecido por diversas vezes e tentar surpreender num contra-ataque qualquer, sendo por isso mesmo a prioridade não sofrer, pois só assim a equipa poderia sonhar com algo.
Reid fez muito bom campeonato, demonstrando qualidade a defender, ele que é central de origem, mas que actuou sempre à direita da defesa. Vê-se que tem qualidade que destoa da maioria da equipa, não devendo ser factor exógeno a esse facto, o de jogar na Dinamarca desde os 11 anos e presença assídua nas camadas jovens do país.
Quem também jogou muito bem foi Bertos, sempre descaído na direita do meio-campo, constituindo uma lufada de ar fresco na selecção pela qualidade técnica que apresenta e por um perfume de futebol habilidoso que tenta imprimir ao futebol da equipa. Já o trio de ataque também esteve a bom nível, assim como a aposta do treinado na jovem promessa Chris Woods, que se revelou em muito bom plano.
Já tinha referido, mais do que uma vez, a importância do avozinho Elliot, que é imensa. Ele é o marcador dos pontapés de livre longos, constituindo quase sempre perigo para o adversário este tipo de lances, graças à experiência da marcação deste tipo de lances por parte do veterano de 36 anos.
Nelsen, velho conhecido do público em geral, pela visibilidade que o campeonato inglês confere aos seus protagonistas, esteve sempre intransponível, sendo cruel pedir-lhe mais do que aquilo que deu à equipa.
Eslováquia 3 – Itália 2
Já tinha tido oportunidade, por mais do que uma vez, de elogiar a selecção eslovaca, pela sua qualidade e pelo seu jogo colectivo, com a equipa a demonstrar sempre um bom fio de jogo.
Apenas dois nomes sonantes na equipa, Hamsik e Skrtel. De resto, o que mais se aproxima disso é Vittek. Mas o que é certo é que Weiss escolheu um modelo de jogo e dele não abdica, com curtas variações de jogo para jogo, como a deste jogo, em que o normal 4-2-3-1, sofria apenas uma pequena alteração, estando Hamsik a jogar um pouco mais avançado, deixando a posição e função de 10, para passar a fazer a ponte entre um 10 e um segundo-avançado.
Hamsik fez um jogão, encheu o campo: pressionou em cima do adversário, ganhou muitas bolas, cruzou para a área, à procura de perigo, descaiu para os flancos como se lhe pede, …enfim melhor era difícil. Já Vittek continua a revelar-se, também ele, fundamental na manobra ofensiva da equipa, constituindo uma referência na frente de ataque e fazendo uso do seu porte físico para chegar ao golo e da sua inteligência de movimentações.
Gli Azzurri não jogaram nada. Equipa muito solta, sem ideias e jogadas colectivas, primando na selecção o individualismo e a desunião.
Apesar da média de idades da equipa ser elevada, o que é facto é que muitos erros infantis foram cometidos durante a partida, nomeadamente por Cannavaro, que se esperava ser um elemento chave neste Campeonato do Mundo e acabou por ser dos piores, se não mesmo o pior, desta selecção.
Penso ainda que o 3º golo da Eslováquia – golo obtido através de um lançamento de linha lateral ao pé da área da Itália – espelha bem a partida e as selecções em si: de um lado, uma Eslováquia muito prática, solidária e colectiva e do outro, uma Itália desunida, apática, com jogadores supostamente experientes a darem a entender que estão a fazer o seu 1º jogo num Mundial.
Merecidíssima, portanto, a passagem da Eslováquia aos oitavos e a não passagem da Itália.
Gostaria apenas de referir que, se o 2-2 feito por Quagliarella, depois de um 1º golo excepcional, tem sido validado como deveria ter sido, a Itália dava mais um exemplo da sua “sacanice”, isto é, a pouquíssimos minutos do fim colocava-se toda à defesa e provavelmente não sofria mais golos, passando sem jogar nada, como diversas vezes tem feito, ao longo da sua história.
Dinamarca 1 – Japão 3
Mais uma grande prova dada pelo Japão, de que veio a África para ficar mais alguns dias e não apenas de passagem.
E não tenho quaisquer problemas em afirmar que esta selecção do Oriente é a selecção mais solidária e que melhor funciona em conjunto, em competição.
Identifico apenas 2 jogadores que poderão ter, aqui e ali, opções individualistas, em situações onde deveriam optar por colectivas: Honda e Okubo. Contudo, não nos enganemos, na grande maioria das vezes, mesmo estes jogadores trabalham muitíssimo em prol do colectivo e na maioria dos casos optam por jogadas colectivas, existindo até o exemplo do 3º golo nipónico, que mais não vem do que confirmar isso mesmo, com Honda a fintar o adversário, tirando-o do caminho e, frente a Sorensen, a optar pelo passe para Okazaki, numa situação em que apenas não fazer golo, tornaria a jogada bizarra.
Sem surpresas tácticas quer por uma quer outra selecção, o Japão demonstra grande facilidade de interpretação do seu sistema de jogo.
Num claro 4-2-3-1 com bola, é o 4-5-1 que é utilizado quando a equipa não tem a bola em sua posse, com Okubo e Matsui a baixarem para a linha do meio-campo, Endo a formar um duplo-pivot com Hasebe e ficando Abe atrás desse duo, com responsabilidades de descer ainda mais, para 5º central, quando a equipa sente essa necessidade, como nos cruzamentos bombeados para a sua área.
A Dinamarca vai para casa, apesar de ter demonstrado que sabe praticar bom futebol, um futebol positivo, também ele apoiado, com Agger, Poulsen, Rommedahl e Bendtner a constituírem os principais pilares da equipa, nos seus diversos sectores.
De frisar as boas perspectivas futuras desta selecção, que tem em Agger, Kjaer, Bendtner e Eriksen muito boas perspectivas para o futuro.
Já Rommedahl demonstrou ser o mais jovem de todos, pela frescura física que fazem com que pareça ter 21 anos e não 31! Espectacular, adorei vê-lo a jogar, grande jogador!
Camarões 1 – Holanda 2
O melhor jogo dos Camarões nesta fase de grupos, melhor jogo dos africanos neste Mundial 2010. Com Le Guen a trocar o 4-2-3-1 pelo 4-4-2 clássico e optar por Geremi para ocupar a lateral direita da defesa, os Camarões retiraram a pressão e mesmo sem Eto’o em grande forma (jogou bem mas nada daquilo a que nos tem habituado) conseguiram fazer do jogo um jogo equilibrado até 20 minutos do fim, altura em que Robben entrou em acção e estragou a possível festa aos leões indomáveis. Um minuto depois da chegada de Arjen, Le Guen colocou Rigobert Song e retirou de campo N’Koulou, central com menos 13 anos que o 1º, apostando, pois na experiência para travar Robben!
“Mas não é que o endiabrado extremo holandês não pára de criar perigo”? Esta era uma das questões possíveis que podia ir na cabeça dos jogadores, depois de tanto tempo a baterem-se de igual para igual com a Holanda e tudo mudar de um momento para o outro, não tanto pelas entradas de Huntelaar e Elia, mas sim pela de Robben, que só agora recuperou de uma lesão e que foi fundamental para Huntelaar marcar, na recarga de um grande remate em jeito de Arjen ao poste.
Tivessem as entradas de Idrissou e Vincent Aboubakar tido o mesmo efeito que tiveram contra a Dinamarca e o resultado poderia sofrer alterações, em abono dos africanos. Mas não era o seu dia, nem de um nem do outro.
Tinha dito que os golos de Van Persie haveriam de chegar, pela persistência do ponta-de-lança e assim foi, depois de uma grande combinação do jogador do Arsenal com Van der Vaart.
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