segunda-feira, 28 de junho de 2010

Mundial 2010: Dia 18


Holanda 2 – Eslováquia 1

Um jogo dominado pela Holanda, que não deu qualquer tipo de chances à Eslováquia do colocar em prática o seu futebol: colectivo, passa por sucessivas trocas de bola em constante progressão no terreno e uma eficácia acima da média no último terço do terreno.

Uma Holanda que fica diferente, com outro toque de magia, com a simples entrada em cena de Robben, que presume-se ainda estar debilitado fisicamente, tal a precocidade com que regressou ao activo, em recuperação recorde, e que mesmo assim foi o melhor em campo, com as suas habituais diagonais, indo para cima do adversário e puxando a bola para o centro, saindo depois o remate. Assim foi o golo marcado por si, que deu o 1-0 e assim teve mais, pelo menos, um remate de golo iminente, com Mucha a defender e a bola a passar ainda assim a rasar o poste.

Sneijder, autor do passe longo soberbo a lançar Robben na frente, foi também ele protagonista de exibição completamente extasiante, com uma leitura e visão de jogo uma capacidade de passe, ao nível de poucos, muito poucos mesmo.

Diria mesmo que a esta selecção só falta um verdadeiro matador na frente. Já tinha aqui falado que, com a sua insistência, os golos de Van Persie acabariam por aparecer, como apareceram, como é natural, mas não como deviam. Deveriam aparecer em muito mais quantidade. É que jogadores tecnicistas, a Holanda tem muitos no seu meio-campo ofensivo, mas na frente o fantasma de Nistelrooy subsiste, pois da maneira como a Holanda joga, valeria mais 2 ou 3 golos por jogo. Poderia ser Huntelaar, mas está com a confiança em baixo e, no pouco tempo que entra, torna-se difícil impor-se como esse jogador.

Hamsik voltou a jogar muito bem, dentro das limitações impostas pela Holanda à sua selecção, empurrando o jogo, fazendo a sua leitura correcta. Trata-se de um jogador que combina força, técnica e visão de jogo, o que nem sempre é fácil de encontrar. Vittek, a outra grande figura da equipa, tentou mais, mas hoje era muito difícil e ter dado para marcar através da marcação de grande penalidade já foi positivo.

Stoch e Weiss, os homens das alas, dois jogadores baixos e habilidosos, foram aposta que não se pode recriminar, antes pelo contrário, pois bem tentaram, e têm essa capacidade, abanar com o jogo, abrir e desorganizar a defesa holandesa, mas sempre com pouco sucesso.

Uma palavra para Mucha que evitou ainda alguns golos, numa exibição de grande nível. Muito seguro entre os postes.

Brasil 3 – Chile 0

O Chile não esteve tão forte como contra a Espanha, é um facto, não jogou de peito aberto como contra os nossos vizinhos, foi uma equipa menos corajosa e menos agressiva.

Mas que não se pense que não se estava a bater bem. Até ao minuto 35 bateu-se muito bem, com um predomínio do Brasil no jogo, com mais bola e maior pendor ofensivo, tentando o Chile aproveitar o contra-golpe.

O jogo ficou diferente, para pior, no caso chileno, depois desse minuto, em que os sul-americanos marcaram de bola parada e logo 3 minutos depois, numa jogada rápida em que 3 grandes individualidades fizeram a diferença com apenas 4 toques na bola desde que esta saiu dos pés de Robinho, passando depois pelos de Kaká e Fabiano.

Podia ter adoptado a táctiva adoptada por Portugal contra os brasileiros e puxar Sánchez e Beausejour para o meio-campo, adoptando, assim, um 4-1-4-1 que bem funcionou com Portugal e que poderia ter funcionado com o Chile. Mas já se percebeu que não é esse o estilo de Bielsa, que inclusive adoptou uma táctica ainda mais ofensiva contra Espanha (4-2-3-1) e este não lhe mexeu, trocou apenas alguns jogadores, essencialmente por problemas físicos. Entrou Suazo, saiu Valdívia e não há dúvidas de que Suazo não está em forma, e optou por, face à indisponibilidade de Estrada para o jogo, colocar Mark González a meio-campo, numa medida que penso que teria sido melhor se tivesse sido Matías Fernández a entrar, pelas suas características que se adaptam muito melhor ao corredor central do que as de González, ou até mesmo Millar, que acabou por entrar…

Pena ver o Chile ficar pelo caminho, depois de ter demonstrado ser das selecções que melhor futebol pratica mas, ao mesmo tempo, praticamente inevitável. Mas também não tenho dúvidas nenhumas que, na sua máxima força, o Chile obteria um resultado bastante mais equilibrado, e daria muito mais luta, como o fez frente a Espanha, que não fica nada a perder ao Brasil.

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