terça-feira, 15 de junho de 2010

Mundial 2010: Dia 5



Nova Zelândia 1 – Eslováquia 1

O primeiro confronto do dia 5 deste primeiro Mundial em África opôs a Nova Zelândia à Eslováquia.

Devo confessar que olhava, e ainda olho, esta Nova Zelândia de lado. Via jogar na Taça das Confederações e não me conseguiram fazer hoje mudar de opinião. Selecção fraca, que apenas dispõe de dois elementos que competem realmente ao mais alto nível, Nelsen e Killen, ambos na Premier League e, se quisermos, Reid, que actua no Midtjylland, da Dinamarca. Para além deste trio, tem dois jogadores a actuar no Championship (2ª divisão inglesa) e três nos EUA. Destes três destaco um veterano: Simon Elliot. Jogador experiente (36 anos) deixou o mais alto nível competitivo em 2007-08, ano em que realizou a sua 3ª temporada consecutiva no Fulham.

Trata-se de um jogador tão importante quanto o capitão Nelsen e o 10 Killen, quanto a mim, e são estes três os patrões dos seus respectivos sectores.

A táctica utilizada por Ricki Herbert faz, quanto a mim, com que o futebol dos All Whites não seja tão maçador quanto poderia ser. Mas, ainda assim, está muitos furos abaixo daquilo que se exige para se passar a fase de grupos…

Gostaria ainda de destacar o 9, Smeltz, fundamental no golo (foi dele a assistência), melhor marcador da Liga Australiana, com 19 golos. Bom jogador, possante e com boa técnica.

Da parte da Eslováquia, existem umas quantas individualidades que prometem apimentar um pouco qualquer desafio. Penso em Hamsik, capitão, Vittek e no talentoso Weiss.

Começo mesmo pelo último. Filho do seleccionador, Vladimir Weiss apresenta-se a si próprio como um extremo rápido, tecnicista, que abana muito com o jogo, sempre muito mexido e que se revela já peça fundamental na manobra ofensiva da equipa. Joga na esquerda, tem o 7 nas costas, 20 anos e actua no Manchester City.

Hamsik dispensa apresentações, uma vez que são poucos os que ainda dele não ouviram falar. Joga e faz jogar, transporta a bola e encarrega-se de a entregar em condições aos colegas.

Já Vittek é um jogador alto (1,87m), autor do primeiro golo da equipa em fases finais de competições internacionais – nunca tinha estado presente em qualquer fase final de Europeu ou Mundial! É um jogador possante, que joga atrás do também perigoso Sestak, na frente de ataque. Tem finalização apurada.

Depois de passar quase toda a 2ª parte a ganhar, passavam já 3 minutos dos 90 quando um erro de marcação, em conjunto com boa movimentação de Reid e grande jogada de Smeltz permitiram à Nova Zelândia empatar o jogo.

Costa do Marfim 0 – Portugal 0


Portugal inteirou parou, das 3 às 5 da tarde para ver em acção os seus heróis, com a ilusão de que pudessem surpreender e fazer muito mais do que as supostas grandes selecções têm feito até ao momento.

Desenganem-se os enganados: Portugal começou muito bem, com uma jogada de Cristiano, que levou a bola a embater no poste da baliza de Barry, que ia com selo de golo.

A Costa do Marfim começou receosa perante este começo de Portugal e tinha um plano de jogo bem definido: todos atrás da linha da bola e toca a jogar no contra-ataque.

Portugal foi perdendo aos poucos supremacia e tudo começou num livre claro à entrada da área sobre Cristiano. Foi Demel, que só não escapou impune porque começou a provocar Ronaldo e lá cavou um amarelo ao ás português, levando à desmoralização e inibição do mesmo.

Danny esteve bastante abaixo do esperado. Ele que tinha sido a figura contra Moçambique.

Raúl Meireles manteve o bom nível que sempre tem vindo a demonstrar na selecção e Coentrão soube aniquilar o irrequieto Dindane.

O certo é que a Costa do Marfim acabou o jogo por cima, com 3 ou 4 oportunidades de golo verdadeiras na última meia-hora, e Portugal a rezar para conseguir pelo menos um pontinho. Não pelo ponto em si, mas para que a Costa do Marfim não se destacasse com os 3.

O que não se percebe é o porquê da entrada de Amorim, numa altura em que Portugal estava supostamente a lutar pelo golo e Rubén é o 24º jogador. Supostamente deveria ter pelo menos um jogador à sua frente para entrar para aquela posição. Neste caso Veloso…Penso que esta é mais uma decisão que demonstra falta de coerência pela parte do seleccionador…

Eu pergunto-me: se Nani não se tivesse lesionado, como é que Queiroz faria se quisesse tirar Meireles? Colocava Veloso, que considerou superior a Amorim, uma vez que Veloso veio para ser médio e não lateral esquerdo. Então qual o porquê da entrada do médio benfiquista?

Brasil 2 – Coreia do Norte 1

Ao início da noite vimos uma Coreia do Norte acima das expectativas. Penso que esta será uma opinião consensual. Assim, os Chollima têm uma táctica defensiva, como já se sabia e, portanto, esperava, actuando os norte-coreanos num claro 5-3-2, e apostando, no contra-ataque, em Tae-Se e no capitão Yong-Jo, 2 dos 3 jogadores que jogam fora, para fazerem a diferença, pela sua técnica e velocidade. Depois, atrás, é fechar até mais não poder. E a verdade é que esta equipa me surpreendeu pela positiva pois, para além de jogarem olhos nos olhos com o Brasil (apenas o expoente máximo das selecções, independentemente do actual momento), vê-se perfeitamente que todos eles têm boa técnica e sabem trocar bem a bola entre si.

Da parte do Brasil, um Kaká que continua muito em baixo de forma. E tão importante que era que estivesse no ponto! Lúcio é o patrão de sempre, organizando a equipa de trás para a frente, Júlio César fará a diferença, pois é um grande guarda-redes, daqueles que fazem defesas de ficar boquiaberto.

Penso que o duplo-pivot brasileiro, composto por Melo e Silva está longe de ser inultrapassável e os restantes elementos da frente de ataque, desde Robinho a Fabiano, passando por Elano, são, todos eles, perigosos. E Robinho que está com muita vontade de fazer um grande Mundial, para se lhe abrirem portas que recentemente foram fechadas com o empréstimo ao Santos. Falo de clubes como o Barcelona.

Maicon é um lateral fenomenal e é consensual que se não é o melhor anda lá muito perto – só podia, para deixar Dani Alves no banco. No outro flanco, Michel Bastos tenta fazer renascer Roberto Carlos com o seu remate fortíssimo e subidas pelo flanco.

Longe de surpreender esteve mais um, o Brasil que acabou a sofrer um grande golo do seu opositor, num excelente pormenor de Tae-Sae.

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