Honduras 0 – Chile 1
A abrir o último grupo, o Chile tomou conta do recado e levou de vencida as Honduras, por 1-0. Pessoalmente, simpatizo bastante com o Chile. Gosto de muitos dos seus jogadores, seniores e jovens, e por eles estou a torcer para que façam um bom campeonato.
Jogadores como Vidal, Matías, Sánchez e Valdívia, só para citar alguns encantam-me. Cada um ao seu estilo mas todos com um denominador comum: técnica acima da média, pés dotados que lhes permitem marcar a diferença.
Com Loco Bielsa desde 2007 a comandar os diversos escalões do Chile, La Roja entrou em campo num 4-3-3, diferente do 4-2-3-1 utilizado na qualificação. Com o goleador Suazo no banco, a escolha para matador recaiu no mágico Valdívia, que é um verdadeiro 10 e nunca um 9, e como pensador encontra-se Matías (foi dele o passe de ruptura para Isla oferecer a Beausejour). Na ala, um jogador que adoro: Alexis Sánchez. Abana com o jogo, é irreverente, habilidoso, sempre disposto a colocar os opositores em alvoroço com slaloms de trocar as voltas a qualquer um. 21 anos apenas, 1,68m, é mesmo estrela!
A equipa das Honduras é claramente favorita a não passar da fase de grupos, pois até tem alguns bons jogadores, mas é sem dúvida a equipa sul-americana mais fraca em prova, com apenas 3 jogadores na alta roda europeia (Alvarez, Palacios e Figueroa). Não consigo também alcançar o porquê de Suazo não jogar nesta equipa, para além de motivos disciplinares, pois Suazo seria, a jogar, o elemento provavelmente mais influente da equipa.
De resto, esta equipa mistura um pouco veteranía com juventude, tanto tem jovens de 34 como de 23 anos, mas quer uns quer outros, muitas vezes, sem a tal experiência da alta roda que cada vez tem uma maior importância em competições deste estilo.
Espanha 0 – Suíça 1
A vez da Grande Espanha chegou às 3 da tarde. Que espectáculo! Esta Espanha é mesmo um hino ao futebol. A maneira como trocam a bola, como vêm com ela com posse em progressão, com Puyol a proteger as costas do Piqué, o primeiro homem da transição defesa-ataque. O jovem Busquets substituiu o “velhinho” Senna (enormíssimo jogador, fundamental em 2008) e à frente do talentoso produto blaugrana, estão Xabi Alonso (que rematão à barra) e Xavi, já reconhecido por todos como um dos melhores do Mundo. Iniesta, à esquerda, confere uma maior liberdade táctica à equipa, uma vez que, por vezes efectua diagonais para o centro do terreno, e obriga a que um dos médios-centro cubra a sua temporária ausência, ou seja, confere outra dinâmica táctica à equipa. Ele e Silva mantém-se desde os tempos de Aragonés, apenas com a mudança natural de um 4-4-2 para um 4-3-3. Mudança esta que obriga Villa a estar sozinho lá na frente.
Apesar de adorar esta Espanha, não tenho dúvidas nenhumas, a melhor selecção em prova, confesso que gostava mais da de 2008. Jogava em 4-1-3-2, com Xavi a fazer o transporte do meio-campo defensivo para o ofensivo, sendo Senna o homem que lhe permita tais ousadias. Na direita Silva, na esquerda Iniesta, mas na frente, Villa e Torres. Aqui sim está a grande diferença, a Espanha de 2008, não necessitava de 3 médios a meio-campo, bastava-lhe 2 e a máquina carburava tão bem ou melhor. Já na frente, e isso foi notório no jogo de hoje, estavam 2 temíveis: Villa e Torres. Agora só lá está Villa, que falhou uns quantos (bons) golos e, quando entrou El Niño, nada lhe saiu bem como costuma, por nítida falta de entrar de início, estar lá aquando do apito inicial.
Parabéns á Suíça, que actuou em 4-4-2 clássico e apostou no veterano Nkufo e no talentoso Derdiyok que na sua primeira época na Bundesliga em 3 jogos marcou 1, a uma média de 0,68 golos/jogo.
Na esquerda do meio-campo, não estava um extremo estilo Barnetta, mas sim uma adaptação táctica: Gelson Fernandes, trinco do Saint-Étienne. E foi ele que acabou mesmo por marcar, num lance atabalhoado.
Que mais poderei dizer do jogo em si, se não que a Espanha teve a bola durante 42 minutos (63%), em contraste com os 25 da Suíça (37%); rematou 24 vezes, 8 à baliza, do lado da Suíça 3 de 8 foram à baliza; a Suíça fez quase o triplo de faltas (sim, são mesmo necessárias para tentar abrandar o ritmo espanhol): 21/8. Penso que as estatísticas do jogo ilustram bem quem é que jogou e melhor e lá está, são dos tais jogos que acontecem de quando em quando – não esquecer que, à partida para este jogo, nos últimos 48 jogos da selecção espanhola, esta apenas tinha perdido uma vez (45 vitórias), nada de euforias, portanto.
África do Sul 0 – Uruguai 3
No primeiro jogo da segunda ronda, os caseiros receberam a visita dos uruguaios, liderados em campo por Lugano.
Tabarez mexeu na táctica e trocou um 5-3-2, que se transforma num 3-5-2, por um 4-3-3, avançando com Fucile para o lugar de Álvaro Pereira, passando este para o meio-campo e entrou Cavani (avançado) para o lugar do central Victorino.
E o que é facto é que Forlán melhorou substancialmente a sua performance, mesmo sem que Cavani tenha feito grande exibição, longe disso. Suarez idem. Sem dúvida que a aposta foi ganha, quanto a mim. A equipa melhorou sem qualquer tipo de dúvida com esta alteração táctica.
Da parte dos caseiros, esperava-se um Piennar acima de quase nada, mas este manteve o mesmo rendimento, Tshabalala, esperava-se que se mantivesse como uma das surpresas da prova, com um rendimento ao nível da estreia. Errado (mérito de Maxi também, obviamente). Muito apagado assim como Modise. Face a este cenário difícil seria que Mphela jogasse mais.
Atrás, Letsholonyane também esteve abaixo do esperado e Dikgacoi e Gaxa demonstraram serem bons jogadores. E com essa ideia tinha já ficado do primeiro jogo, ainda mais de Gaxa, lateral que sabe atacar e defender com semelhante qualidade. Consistente, é difícil passar por ele – neste caso era Cavani o opositor directo, que foi bem anulado.
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