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sábado, 10 de julho de 2010

Mundial 2010: Dia 30


Uruguai 2 – Alemanha 3

O Uruguai é das equipas que mais vezes mudou a táctica com a qual abordar o jogo durante este Campeonato. Começou em 5-3-2 sem bola que passava a 3-5-2 com ela, contra a França, mudou depois para 4-3-3 com o qual atacou os 2 jogos do grupo que se seguiram aos (não) comandados de Domenech (África do Sul e México) e os oitavos, contra a Coreia do Sul. Nos quartos, contra o Gana privilegiou o 4-2-3-1, apostando na surpresa falhada de colocar Álvaro Fernández na direita do meio-campo ofensivo. Já nas meias, contra a Holanda, Tabarez apostou no 4-4-2 losango, com a cartada Gargano a surtir o efeito desejado, por ventura, mais do que o expectado pelo próprio seleccionador, e acaba o Mundial a jogar em 4-4-2 clássico sem bola, com Maxi a aventurar-se numa posição que nunca antes, nesta Competição, tinha experienciado (médio-direito) e Cavani a médio-esquerdo, embora jogasse em 4-3-3 quando tinha a posse da bola, subindo Cavani e formando um trio, o trio habitual na frente, com Forlán e Suárez, ficando Maxi, Pérez e Ríos no meio-campo.

A Alemanha manteve, naturalmente, o seu sistema, trocando apenas Jansen por Podolski, por opção, e Boateng por Lahm, supostamente por lesão (crê-se que por opção, ligadas às declarações do jogador, que alegadamente terá dito não ter vontade de jogar este jogo) – relembrar que Boateng já era titular à esquerda da defesa, passando pois para a direita e entrando Aogo para a esquerda. Muller retornou, como se esperava, marcando o 1º do jogo e actuando a bom nível, para não variar, Ozil esteve muito abaixo do que já mostrou por diversas vezes ser o seu real valor, e Podolski teria feito, quanto a mim, melhor trabalho do que Jansen acabou por fazer, apesar de ter feito boa exibição, culminada com um golo de cabeça, após centro muito bom de Boateng e péssima saída, que por sua vez culminou péssimo jogo, de Muslera.

Nota-se, no entanto, a falta de Lahm, nota-se que a equipa se ressente quando não tem a sua voz de comando.

Forlán voltou a fazer um jogão, assim como Suárez e Cavani, este último num degrau abaixo. No mesmo degrau de Cavani coloco Pérez e por ventura também Fucile, porque não?

Mas é mesmo de Forlán que me apetece falar. Que ele era um jogador excepcional, pouca gente tinha dúvidas, mas quem é que prognosticou um Mundial desta qualidade ao uruguaio, quem o prognosticou para o Uruguai (uma vez que ambos estão ligados e não são independentes um do outro)? Encheu o campo em diversos jogos, sempre muito participativo e a deixar o sangue em campo pela sua equipa, pelo seu país, Forlán deu espectáculo aos espectadores, deu-lhes grandes golos, como aconteceu ainda hoje, com um remate à meia-volta e em remate picado, levando a bola a embater no chão a meio da sua trajectória para a baliza. Todo ele espalha simpatia e classe em campo. Aos 31 anos, o bibota leva o Mundo do Futebol a pensar: será que não tinha capacidade para ter tido outra oportunidade num colosso europeu, depois da passagem muito mal sucedida por Manchester? Será que não podia nesta altura ser tribota ou por aí fora? Tratam-se todas de questões cuja resposta não se vislumbra, contudo penso que o maior elogio que se pode fazer a este jogador e à sua carreira é mesmo este, o de aos 31 anos ter sido o melhor avançado do Mundial, o mais consistente, ultrapassando nomes mais sonantes, jogadores de colossos europeus. Terá, obviamente, lugar no meu onze.

Escusado será dizer que o prémio de melhor em campo, atribuído sempre pelos usuários do site da FIFA voltaram a errar ao escolherem Muller. Só aceitaria 2 nomes, Forlán ou Suárez. E escolheria o 1º, pelo facto de ainda ter conseguido ser melhor.

Óbvio também o facto de ser, verdadeiramente, impossível um jogador da Alemanha ser considerado o melhor em campo, uma vez que a equipa uruguaia demonstrou sempre mais querer em garantir o 3º lugar e, por acréscimo, jogou melhor, em todos os momentos, que a Alemanha.

Ríos e Pérez foram pedras absolutamente basilares no sucesso obtido por esta selecção, complementando-se harmoniosamente um ao outro e dando uma consistência que arrisco dizer que nenhuma selecção conseguiu sequer igualar, quanto mais ultrapassar.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Mundial 2010: Dia 27


Alemanha 0 – Espanha 1

“Assim sim!”, bem poderão exclamar os espanhóis. Finalmente, após tantos e tantos jogos, a Espanha voltou a jogar 90 minutos à Espanha. Ainda só o tinha feito logo no 1º jogo, contra a vencedora Suíça. E perdeu. Poderão dizer os menos atentos que também contra Portugal jogou à Espanha. Discordo. Jogou à Espanha quando se apanhou em vantagem – logo, não jogou à Espanha – e num jogo cuja filosofia abordada pelo adversário encaixa perfeitamente (bem como contra os suíços) na filosofia espanhola.

Hoje vimos uma Espanha que sufocou a Alemanha. Poderá invocar-se a baixa de Muller e a verdade é que a perda de um jogador da qualidade do jovem alemão, estreante nestas andanças mas já com tanta preponderância na equipa, terá ajudado a ditar as leis do jogo. Sempre mostrei, e continuo a mostrar, ‘mágoa’ pela ausência de um dos melhores do Mundial, contudo sou capaz de afirmar, ciente de que suposições destas, ainda para mais em futebol, são completamente inúteis e infundadas, que mesmo com a presença de Muller em campo, em detrimento do apagadíssimo (nada jogou!) Trochowski, não bastaria à mannschaft para obter o passaporte para o último jogo de selecções que o Soccer City acolherá nos próximos largos meses.

Falava em sufoco por parte da Espanha à Alemanha, como também poderia referir apenas alguns nomes (Xavi, Iniesta, Xabi Alonso, Busquets, Villa, Sérgio Ramos,…) que seriam sinónimos dessa mesma descrição. É que, para bem do futebol, hoje vimos a Espanha a jogar sem qualquer tipo de medo de enfrentar a selecção que marcou 4 golos à Inglaterra e, mais recentemente, à Argentina, nos oitavos e quartos, respectivamente. Com Busquets e Xabi Alonso a garantirem os equilíbrios da equipa, com o 1º a ficar com missões mais defensivas e o 2º com autorização para se aventurar um pouco mais no terreno, tendo algumas investidas de vez em quando, Xavi colocou-se à frente da dupla a pautar enquanto que Iniesta e Pedro Rodríguez, que substituiu Torres no onze e implicou mudança de 4-3-3 para 4-2-3-1, estiveram endiabrados durante todo o jogo, trocando de flancos, fazendo diagonais e 30 por uma linha! Foi toda esta máquina a carburar, com Villa na frente a manter o nível que vem mostrando nos jogos passados e uma dupla de centrais de excelência, com Piqué encarregue de subir no terreno e iniciar, desde trás, a construção de jogo ofensivo da Espanha, que permitiu que Sérgio Ramos passasse praticamente todo o jogo no meio-campo da Alemanha, com poucas preocupações defensivas. Que não deu quaisquer hipóteses à Alemanha de aplicar a sua matreirice e frieza nos contra-ataques, simplesmente não deu.

A Alemanha terminou o jogo com 1 remate perigoso, com possibilidade vincada de golo, num remate de Toni Kroos bem perto de Casillas. Foi este o único lance que fez com que Casillas largasse o conforto da sua posição vertical, para se esticar ao comprido e defender em esforço.

Já a Espanha podia até ter feito o 0-2, não fosse Pedro demasiado guloso, ao ponto de não passar a bola a Torres que, recém-entrado e ao seu lado esquerdo se encontrava, numa jogada de golo absolutamente iminente. Acabou por perder a bola e também algum brilho que vinha acumulando desde o apito inicial e desmanchando o título de exibição irrepreensível que a imprensa teria obrigatoriamente e sem possibilidades de incorrer em facciosismos bacocos, de colocar.

Temos uma Espanha aparentemente recuperada para a final, face a uma Holanda que não deixou boa imagem na meia-final e passou sem brilhantismos, certamente, pois, com vontade de regressar em alta e temos também uma Alemanha ferida no seu orgulho, por aquilo que jogou, ou não jogou, com Muller de volta, pronta a defrontar um Uruguai muito emocional e que já demonstrou ter capacidade de poder disputar um jogo com os melhores, também ele com Suárez (e Fucile) regressado, apontando ao 3º lugar. Ainda ferve, ainda ferve…

sábado, 3 de julho de 2010

Mundial 2010: Dia 23


Argentina 0 – Alemanha 4

A Alemanha entrou muito bem no jogo, com Muller a responder da melhor maneira a um livre de Schweinsteiger e a cabecear para a baliza de Romero, que foi muito mal batido.

A Argentina tentou responder, mais individualista que a Alemanha, naturalmente, mas a equipa de Low demonstrou, uma vez mais, ser a selecção mais bem organizada em prova e, quanto a mim, só possível de ser travada pela melhor Espanha, isto é, aquela Espanha que sabe trocar a bola entre si e deixar o adversário a cheirar a bola, com a filosofia de jogo do Barça e com grandes individualidades que podem decidir no último terço.

Schweinsteiger, jogador que há muito quero colocar no onze ideal da jornada, fez um jogão, sempre muito consistente e aproveitou o facto de Khedira ter jogado a grande nível para poder subir mais no terreno e participar um pouco mais nas acções ofensivas da equipa.

Muller, o jovem virtuoso do Bayern encheu, também ele, o campo. E quem perde, mais do que a Alemanha, pela sua ausência da meia-final por acumulação de amarelos, é o futebol, que chorará a ausência de um dos melhores jogadores do Mundial, que chegou à Competição com apenas 2 internacionalizações.

Voltou também a ser gigante Ozil, letal nos contra-ataques, como se viu no 4º e último golo do jogo. E mantenho o que venho dizendo de Klose: trata-se de um dos goleadores mais frios da actualidade, mas já desde há alguns anos largos.

Em 6 remates à baliza, 4 deram em golo e a Argentina precisava mais do que um Di María a fazer o seu melhor jogo, um Tevez lutador e a ter de vir buscar a bola atrás e um Maxi Rodríguez (o da 1ª parte) mais compreendido e imitado na capacidade de, também ele, vir buscar a bola atrás e empurrar a equipa para a frente. Precisava de uma capacidade de contrariar a Alemanha muito maior: um Messi mais influente, pois contrariamente a Di María, fez o seu pior jogo, sempre muito marcado; um Mascherano que tivesse mais apoio de toda a equipa e que não estivesse sempre marcado em cima por Ozil, uma vez que é ele o 1º homem da transição ofensiva da equipa, é ele quem transporta a bola e a coloca em Messi, Maxi ou Di María; um Higuaín mais esclarecido e inspirado na hora de finalizar, ele que também, escusado será dizer, esteve muito marcado.

Contudo, pouco mais há a dizer, se não que a Alemanha foi muito mais forte, como sinceramente já esperava, talvez não com tanta supremacia, e que não deu qualquer hipótese à Argentina que obrigava os jogadores mais criativos – costuma ser só Messi a ter essa preocupação de maneira tão ostensiva – a virem buscar a bola a Mascherano, que por sua vez, não tinha espaço para pensar e entregar, como ele tanto gosta. Normalmente (viu-se muito na 1ª parte, até à troca de Di María por Maxi) era Maxi a vir apoiar, dando a ilusão temporária que a Argentina jogava com um duplo-pivot. Tratava-se apenas de uma ilusão.

Uma última palavra para a troca de Di María com Maxi. Via-se desde o início que a oficialização da transferência de Di María para o Real Madrid retirou-lhe muita ansiedade, que não o deixava explanar o seu futebol na selecção e num palco tão vistoso, e ao mesmo tempo tão temível, pela pressão que acarreta, como é um Mundial de Futebol. Via-se que a pressa de ganhar no um-para-um, de mostrar que tinha capacidade para ganhar, essencialmente, não dignificava a sua qualidade e que hoje surgiu, desde o apito inicial, com outro arcaboiço para jogar, simplesmente. Um dos que demonstrava maior espírito de luta era Maxi, e Maradona decidiu trocá-los. Mais franzino, Di María saiu da asa do experiente Lahm, que poucas hipóteses dá aos atacantes, e passou para a asa do jovem Boateng, ficando a partir desse momento Lahm incumbido de marcar Maxi, jogador que outro porte físico e habituada a jogar em campeonatos mais competitivos, aumentando também o rendimento de Di María, muito mais capaz de diagonalizar o seu jogo e fazer uso da sua meia distância.

Paraguai 0 – Espanha 1

Muito bom jogo do Paraguai, muito mau jogo da Espanha. Este jogo foi ideal para se perceber que esta Espanha tem muitas dificuldades a jogar contra equipas que pressionam forte e agressivas. Já assim tinha mostrado o jogo contra o Chile de Bielsa. O que nos leva a nós, portugueses, desejar e imaginar como teria sido o desfecho do jogo com Portugal, se este tem entrado agressivo no jogo, a pressionar a Espanha em cima, mal esta recebe a bola, porque a verdade é que esta Espanha está longe, muito longe da de 2008. Quando se vê que selecções como Paraguai e Chile, por muita qualidade que tenham, conseguem não deixar jogar o meio-campo de Espanha e, consequentemente, Espanha, facilmente se percebe as dificuldades por que passa a Roja e rapidamente se questionam as hipóteses que terá contra a Alemanha, cuja baixa de peso dá pelo nome de Muller.

Martino montou cuidadosamente a sua equipa para este jogo, ciente da capacidade do seu adversário, voltando ao 4-4-2 do início do torneio, apostando na saída de Vera, dos melhores da equipa, e na entrada de Cardozo, para contrastar com as características de Valdez – o que não deixa de impressionar os mais atentos, uma vez que à frente de Cardozo, com características semelhantes, encontra-se Santa Cruz, que depois acabou mesmo por entrar, mas o que é facto é que o paraguaio fez um bom jogo assim, claro, como Valdez, que até viu o seu golo absolutamente válido, anulado. Que jogador é Valdez, demonstrou-o durante todo o tempo de jogo que Martino lhe ofereceu neste Mundial: lutador nato, porte atlético grande, corre e dá tudo em campo: saiu esgotado aos 72’, não aguentou mais, já estava esgotado quando o árbitro apitou para o intervalo!

Dizia eu que Martino, lá terá as suas razões…, prescindiu dos serviços de Vera para este jogo, numa atitude inesperada e deu a titularidade a Barreto e Santana, nas alas, mantendo os intocáveis Cáceres e Riveros no meio do meio-campo, a segurar o jogo espanhol. Tirou também Bonet, bom jogador, e apostou em Verón, que também actuou a bom nível. Para além da dupla de centrais, que já venho elogiando há muito, esta selecção paraguaia tem um jogador que me enche as medidas: actua na lateral-esquerda da defesa e dá pelo nome de Morel, jogador de 32 anos, actua no Boca Juniors há 6 anos e na Argentina fez todo o seu percurso futebolístico.

Pouco há a dizer da Espanha, uma desilusão constante. Os grandes jogadores que estão lá não rendem o esperado (sim: Xavi, Iniesta,…!) e há muito depende de Villa para resolver os jogos (já assim foi contra Portugal!).

domingo, 27 de junho de 2010

Mundial 2010: Dia 17


Alemanha 4 – Inglaterra 1

A Inglaterra não impressionou o Mundo, mantendo o seu nível de jogo, sempre muito baixo, com uma equipa muito boa individualmente, mas que colectivamente não produz o esperado, os jogadores estão todos descoordenados, com poucas boas jogadas colectivas e jogadores de classe mundial que nada jogam na selecção, com John Terry a ser o exemplo mais gritante.

E a dupla de centrais, a par de um guarda-redes muito mal na fotografia em quase todos os golos, foi mesmo o calcanhar de Aquiles da selecção dos três leões.

O meio-campo, ainda assim, é o sector da equipa onde os maus mecanismos são evidentes, com 4 grandes jogadores que não combinam bem em conjunto.

Rooney era dos jogadores que mais expectativa criava entre os espectadores e dos que mais desiludiu. Mas aqui penso que a culpa foi mesmo da lesão, uma vez que antes da lesão estava a jogar muitíssimo bem, com confiança, e seria muito importante para o seu país que assim continuasse. Deu-se a lesão e nunca mais foi o mesmo e, se já é difícil jogar numa equipa que estagia 1 mês num ano, que necessita desse curto tempo para criar mecanismos, mais difícil se torna com complicações extra.

Penso que não há muito a dizer: Defoe foi dos melhores da equipa, passando a titular a partir do 3º jogo da equipa, passando por ele o pouco perigo que a equipa consegue criar e por Lampard, essencialmente nas bolas paradas.

Já a Alemanha actuou a um nível elevadíssimo, com toda a equipa em grande forma e quando assim é, já se sabe o que é que a casa alemã gasta.

Muller, o melhor em campo, encheu o campo com a sua classe. Sempre muito colectivo, terminou o jogo com 2 golos e 1 assistência.

Já Ozil regressou ao nível que é o seu, o do início do Campeonato, e fez uso da sua técnica e velocidade para matar completamente a Inglaterra, quando esta já estava cansada psicologicamente. Assim o fez também Podolski.

E Klose dispensa apresentações, já todos conhecemos as suas capacidades. Trata-se, muito provavelmente, do jogador mais frio na hora de finalizar.

Neuer esteve muito bem no jogo com 3 ou 4 grandes defesas. Exibição com um único senão, a saída muito má no golo de Upson.

Schweinsteiger é, na ausência de Ballack, o patrão da equipa, organizando-a muito bem e já com a experiência necessária para fazer uma boa leitura do jogo e dar consistência ao meio-campo.

Argentina 3 – México 1

A equipa do México entrou bem no jogo, disposta a discutir o jogo de maneira concentrada e cuidadosa. Notava-se desde o início que a preocupação de não forçar o contra-ataque rápido era evidente para não desguarnecer a defesa, pois fazê-lo contra uma equipa com as individualidades da Argentina é fatal.

Logo nos instantes iniciais dois remates perigosos de Salcido, um deles à barra, abriram o caminho a uma exibição de grande nível do defesa mexicano, o melhor da sua equipa, apesar de jogar atrás, foi o que mais procurou o golo, através da sua perigosíssima meia distância.

Acabou a Argentina por fazer dois golos, no seguimento de dois erros defensivos, duas distracções – no primeiro, Messi deveria ter sido travado logo em falta, mesmo tendo em conta que dava um livre perigoso aos comandados de Maradona e no segundo, uma distracção de Osorio – e a partir daí, o México teve a clara consciência de que não poderia jogar nos limites, deixando apenas 2 ou 3 homens atrás, porque isso seria fatal contra o seu adversário (viu-se o que aconteceu à Inglaterra, mesmo com as suas individualidades), pelo que continuou a tentar chegar com calma ao golo, que só chegou depois de ter chegado mais um para a Argentina. Num lance individual de Tevez, que, sem que nada o fizesse prever, rematou fortíssimo para um lance impossível de defender para Pérez.

Javier Hernández ainda conseguiu reduzir e fazer o golo de honra (foi aposta desde início), um grande golo, recebendo a bola, virando, deixando para trás Demichelis e, numa boa utilização de ambos os pés, fugio com o direito mais para a esquerda e rematou, de maneira potentíssima, para ver a bola apenas parar no fundo das redes, indefensável para Romero.

Escusado será dizer que a alteração de 4-3-3 para 4-4-2, tendo em conta a estratégia e a maneira de abordar o jogo desde o 1º minuto estava bem pensada e se não tivessem sido as tais distracções defensivas iniciais, certamente, o México teria conseguido discutir o resultado por mais minutos. A entrada de Javier Hernández foi bem pensada, mas Bautista não rendeu o esperado, o que leva a concluir, até pelo que fez Franco desde a sua entrada em jogo, que teria sido melhor colocar Hernández a segundo-avançado, com Franco na frente.

Relativamente ao 4-3-3, sem Vela que parece estar ainda magoado e com Blanco a ser um jogador que não tem a capacidade de fazer a pressão necessária contra uma equipa do nível da Argentina, a única solução seria entrar Barrera de início. Mas seria sempre mais arriscado e Aguirre quis ganhar o meio-campo.

Entrou Barrera para a segunda parte e Bautista já não pisou a relva depois do intervalo. Teria de ser assim, até porque Barrera tem muita técnica e qualidade e é um jogador talhado para abanar com o jogo.

Independentemente de tudo o que se possa dizer, passou a selecção mais forte, aquele que se vai fortalecendo há medida que o Campeonato avança, cada vez mais coesa e mais colectiva, como é natural.