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sábado, 17 de julho de 2010

Oliver, Benji e...Forlán!

sábado, 10 de julho de 2010

Mundial 2010: Dia 30


Uruguai 2 – Alemanha 3

O Uruguai é das equipas que mais vezes mudou a táctica com a qual abordar o jogo durante este Campeonato. Começou em 5-3-2 sem bola que passava a 3-5-2 com ela, contra a França, mudou depois para 4-3-3 com o qual atacou os 2 jogos do grupo que se seguiram aos (não) comandados de Domenech (África do Sul e México) e os oitavos, contra a Coreia do Sul. Nos quartos, contra o Gana privilegiou o 4-2-3-1, apostando na surpresa falhada de colocar Álvaro Fernández na direita do meio-campo ofensivo. Já nas meias, contra a Holanda, Tabarez apostou no 4-4-2 losango, com a cartada Gargano a surtir o efeito desejado, por ventura, mais do que o expectado pelo próprio seleccionador, e acaba o Mundial a jogar em 4-4-2 clássico sem bola, com Maxi a aventurar-se numa posição que nunca antes, nesta Competição, tinha experienciado (médio-direito) e Cavani a médio-esquerdo, embora jogasse em 4-3-3 quando tinha a posse da bola, subindo Cavani e formando um trio, o trio habitual na frente, com Forlán e Suárez, ficando Maxi, Pérez e Ríos no meio-campo.

A Alemanha manteve, naturalmente, o seu sistema, trocando apenas Jansen por Podolski, por opção, e Boateng por Lahm, supostamente por lesão (crê-se que por opção, ligadas às declarações do jogador, que alegadamente terá dito não ter vontade de jogar este jogo) – relembrar que Boateng já era titular à esquerda da defesa, passando pois para a direita e entrando Aogo para a esquerda. Muller retornou, como se esperava, marcando o 1º do jogo e actuando a bom nível, para não variar, Ozil esteve muito abaixo do que já mostrou por diversas vezes ser o seu real valor, e Podolski teria feito, quanto a mim, melhor trabalho do que Jansen acabou por fazer, apesar de ter feito boa exibição, culminada com um golo de cabeça, após centro muito bom de Boateng e péssima saída, que por sua vez culminou péssimo jogo, de Muslera.

Nota-se, no entanto, a falta de Lahm, nota-se que a equipa se ressente quando não tem a sua voz de comando.

Forlán voltou a fazer um jogão, assim como Suárez e Cavani, este último num degrau abaixo. No mesmo degrau de Cavani coloco Pérez e por ventura também Fucile, porque não?

Mas é mesmo de Forlán que me apetece falar. Que ele era um jogador excepcional, pouca gente tinha dúvidas, mas quem é que prognosticou um Mundial desta qualidade ao uruguaio, quem o prognosticou para o Uruguai (uma vez que ambos estão ligados e não são independentes um do outro)? Encheu o campo em diversos jogos, sempre muito participativo e a deixar o sangue em campo pela sua equipa, pelo seu país, Forlán deu espectáculo aos espectadores, deu-lhes grandes golos, como aconteceu ainda hoje, com um remate à meia-volta e em remate picado, levando a bola a embater no chão a meio da sua trajectória para a baliza. Todo ele espalha simpatia e classe em campo. Aos 31 anos, o bibota leva o Mundo do Futebol a pensar: será que não tinha capacidade para ter tido outra oportunidade num colosso europeu, depois da passagem muito mal sucedida por Manchester? Será que não podia nesta altura ser tribota ou por aí fora? Tratam-se todas de questões cuja resposta não se vislumbra, contudo penso que o maior elogio que se pode fazer a este jogador e à sua carreira é mesmo este, o de aos 31 anos ter sido o melhor avançado do Mundial, o mais consistente, ultrapassando nomes mais sonantes, jogadores de colossos europeus. Terá, obviamente, lugar no meu onze.

Escusado será dizer que o prémio de melhor em campo, atribuído sempre pelos usuários do site da FIFA voltaram a errar ao escolherem Muller. Só aceitaria 2 nomes, Forlán ou Suárez. E escolheria o 1º, pelo facto de ainda ter conseguido ser melhor.

Óbvio também o facto de ser, verdadeiramente, impossível um jogador da Alemanha ser considerado o melhor em campo, uma vez que a equipa uruguaia demonstrou sempre mais querer em garantir o 3º lugar e, por acréscimo, jogou melhor, em todos os momentos, que a Alemanha.

Ríos e Pérez foram pedras absolutamente basilares no sucesso obtido por esta selecção, complementando-se harmoniosamente um ao outro e dando uma consistência que arrisco dizer que nenhuma selecção conseguiu sequer igualar, quanto mais ultrapassar.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Mundial 2010: Dia 26


Uruguai 2 – Holanda 3

Com Suárez castigado, assim como Fucile, e Lugano lesionado, mesmo que tal não viesse explícito na ficha de jogo, mas que se presume facilmente, tendo em conta que é titularíssimo e capitão de equipa, com um peso muito grande no seio do grupo, o Uruguai só tinha uma maneira de abordar o jogo, isto, claro, se queria lutar pela vitória. Essa maneira, esse caminho, prendia-se com um espírito de luta e solidariedade que colmatasse tais ausências que tomasse força tal, que fosse capaz de destronar a Holanda de Sneijder, Robben e companhia.

E desde o início do jogo que se percebeu que Tabarez sabia muito bem aquilo que queria, e que o que ele queria era o mesmo que a equipa queria. Colocou Forlán na frente de ataque, ao lado de Cavani, fez um losango a meio-campo, com o habitual trinco, Ríos, a proteger as costas de Perez (na direita) e Álvaro Pereira (na esquerda), que regressou à titularidade após “aventura” pelo 4-2-3-1 (contra Gana), colocando Gargano a pisar os terrenos que compreendem a lua cheia do meio-campo e a posição 10. Na defesa, fez regressar Godín para colmatar ausência de Lugano e manteve Victorino, no eixo, mantendo Maxi na direita e adaptando Cáceres à esquerda mantendo, obivamente, Muslera com a missão espinhosa de manter as redes da baliza inviolável.

Da parte da Holanda, as únicas alterações que ocorreram ficaram-se a dever a suspensões de 2 jogadores e foram trocas directas, o que não surpreende de maneira nenhuma, uma vez que a equipa de Bert Van Marwijk nunca prescinde do seu 4-2-3-1. Saiu Van der Wiel da lateral-direita, para dar lugar a Boulahrouz e, para fazer dupla com Van Bommel, no meio-campo defensivo, De Zeeuw para o lugar de De Jong.

Como referia no início do texto, o Uruguai interpretou perfeitamente a filosofia com que devia de abordar o jogo, desde o apito inicial, entrando destemida e organizada. Só assim poderia mostrar à Holanda que tinha uma palavra a dizer e agigantar-se, mostrando-lhe que o passaporte para a final não estava tão assegurado assim.

Uma Holanda muito desinspirada, sem grandes ideias, com os seus principais dinamizadores do jogo ofensivo (Sneijder, Robben e Kuyt) muito apagados, mostrou-se acessível aos sul-americanos até que um golão de Van Bronckhorst, do meio da rua, descaído na esquerda, com a bola sempre a subir e a deixar Muslera completamente batido, tendo mesmo embatido ainda no poste, fez ver que a missão Uruguai nada tinha de fácil, porque uma equipa como a Holanda, mesmo a jogar mal, pode virar o jogo num lance individual e, nalguns casos, até mesmo fortuito.

Poderia pensar-se que o Uruguai baixaria as armas e não mais reagiria no jogo, contrariamente à Holanda que se galvanizava. Nada mais errado. A filosofia com que o Uruguai abordou o jogo não podia durar apenas os primeiros 18’, mas sim o jogo inteiro, inclusive no período em que a Holanda esteve por cima, que nunca foi muito tempo. E o melhor elogio que se pode fazer a esta equipa, metaforicamente, é ir buscar a imagem de Forlán, o líder da revolta Uruguai, após tantos e tantos anos na sombra, a marcar um golo de longe, após simbiose perfeita de os seus dois pés, quando o marcador marcava ainda 41’, demonstrando que a força uruguaia continuava em alta, com capacidade de ‘reempatar’ o jogo no melhor momento em que o podia ter feito. Espantoso!

Tabarez foi com a sua equipa para os balneários e lá sonharam todos em conjunto em continuarem a fazer história. Voltaram e ainda se bateram que nem uns leões por mais de 25’. Até que…aos 71’, um remate de Sneijder à entrada da área, com sorte nos ressaltos e na decisão do fiscal, que validou mal o lance, deu, de novo, a vantagem à sua equipa e, apenas 2 minutos depois, o trio adormecido construiu a jogada que mataria o jogo: Sneijder abre em Kuyt que, da esquerda, tira o cruzamento para o cabeceamento letal de Arjen Robben.

Manteve a cabeça bem levantada o Uruguai, tentando derrubar o Golias que tinha pela frente, e Maxi voltou a deixar nova imagem fantástica da equipa: estava já no minuto 90, o jogo, no momento em que, em jogada perfeitamente estudada e já no último fôlego, o Uruguai tem um livre a cerca de 30 metros da baliza de Stekelenburg, livre esse que é marcado curto, para Maxi, que surge vindo de trás, e que, apesar da percepção de Elia, vem para dentro, dando um toque de pé direito e finalizando com o esquerdo. Mais uma imagem fabulosa, de novo, e não por acaso, numa jogada de simbiose perfeita entre pé direito e esquerdo. Caíram de pé os homens de Tabarez.

Uma palavra especial para Gargano e Cáceres, os homens que entraram no onze. O 1º fez um jogo sem que lhe possam apontar grandes defeitos, tal foi a acção que teve a meio-campo, sempre muito consistente, a dar poder ao meio-campo, assim como Cáceres, que soube anular muito bem as acções de Robben, apesar de estar adaptado, sempre muito rápido. 2 nomes, que de sonantes nada têm, mas que têm uma importância nesta equipa impressionante: Ríos e Perez. O 1º é o tampão da equipa, garantindo ainda os equilíbrios da mesma; o 2º costuma formar com o 1º um duplo-pivot, mas acumula outras funções, sendo um médio mais de transição e contribuindo decisivamente para as transições da equipa.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Mundial 2010: Dia 22


Holanda 2 – Brasil 1

Foi daqueles jogos com 2 jogos completamente opostos dentro de si, digamos assim.

Na 1ª parte, o Brasil surpreendeu tudo e todos, com um futebol criativo, apoiado e muito técnico, condizente com a história da canarinha que apenas em tempos mais recentes vem largando o mesmo e trocando-o, ou pelo menos tentando, por um futebol mais eficaz e menos bonito. A verdade é que não tem tido êxito nenhum, uma vez que os seus jogadores estão preparados e capacitados para juntar a eficácia e o futebol espectáculo na mesma equipa, quanto a mim, e deveria ser considerado crime o que têm feito com a selecção brasileira.

Dizia eu que o Brasil entrou muito bem no jogo, a fazer o seu melhor jogo deste Mundial, devendo muito a Robinho, único jogador que vinha dando o verdadeiro toque brasileiro à equipa, e Kaká, que se mostrou com vontade de progredir e sair do lamaçal de má forma em que se encontra desde há largos meses.

O golo obtido por Robinho veio confirmar isso mesmo, que a selecção brasileira estava preparada para discutir a vitória com uma equipa que se mostra desde o início da prova capaz de grandes feitos. Num grande passe de Felipe Melo a isolar Robinho, a Holanda expôs ao Mundo as dificuldades defensivas com que estava a encarar o jogo, fazendo Robben vir atrás e tentar acompanhar Robinho, quando na verdade esta missão pertencia a Van der Wiel.

Desde o apito inicial que se mostrou inspirada e decidida a não dar hipóteses à Holanda, cortando-lhe todas as linhas de passe, não dando qualquer tipo de hipóteses de jogo ao adversário, pois sabiam de antemão que se a bola chegasse ao trio do meio-campo ofensivo da equipa, o Brasil corria sérios riscos. Desempenharam o seu papel na perfeição, os jogadores brasileiros, e Robben e Sneijder nada puderam mostrar porque os passes da equipa, essencialmente de Van Bommel, não lhes chegavam sequer.

Na 2ª parte, a canarinha mostrou-se sempre muito desorganizada defensivamente e a Holanda consciente de que teria de lutar mais pela bola, fazer mais pressão e ser menos ansiosa e mais determinada na troca de bola, pois só assim esta chegaria ao quarteto ofensivo, sem que Gilberto Silva ou Felipe Melo, numa primeira fase, e depois os defesas brasileiros, numa segunda fase, a interceptassem.

Após o auto-golo de Felipe Melo (que esteve no melhor – grande assistência – e no pior – auto-golo e, mais tarde, expulsão), no seguimento de um cruzamento remate de Sneijder, o melhor em campo, a desorganização táctica com que o Brasil abordou a 2ª parte, numa atitude, provavelmente inconsciente, de que estava muito superior no jogo e dificilmente via a vitória fugir, tornou-se ainda mais bem patente.

A partir desse momento foi ver o Brasil a descontrolar-se psicologicamente (depois de já se ter descontrolado tacticamente) e a Holanda a saber rentabilizar isso como gente grande, com o trio que leva a equipa às costas Robben, Sneijder e Kuyt a temporizar muito bem o jogo e a obrigar fazer o adversário recorrer á falta – e aqui falo de Robben, mestre desta arte, conseguiu sacar o vermelho da cartola do árbitro com destino a Felipe Melo.

Noutro lance de bola parada (canto marcado por Robben), Kuyt penteia a bola de cabeça, sobrando esta para Sneijder, completamente ausente de marcação, fazer o golo.

Pouco mais há a dizer, até parece simples pelo sub-rendimento apresentado pelo Brasil na 2ª parte. Não se deverá é esquecer quem teve papel fundamental e muito complicado, ao estar a perder por 1-0, nesse sub-rendimento. Quem teve a força mental, de campeão, para dar a volta a uma equipa, que independentemente do seu valor colectivo, tem grandes valores individuais e estava talhada para fazer grande jogo durante os 90 minutos.

Uruguai 1 – Gana 1 (4-2, G.P.)

Jogo muito equilibrado entre duas selecções com legítimas aspirações de fazer história. Ambas as equipas não estiveram ao nível a que nos têm habituado, apesar das duas terem feito muitos remates e lutado pela vitória.

O Uruguai apresentou-se com uma alteração nada pequena, uma vez que mexeu com o sistema: abandonou o 4-3-3 que garantia a Álvaro Pereira um lugar no onze, a meio-campo, e deu uma oportunidade ao 4-2-3-1, sistema privilegiado por muitas selecções nesta competição. Em teoria, esta alteração permitiria tirar mais proveito da capacidade de finalização de Suárez e colocar um homem na direita do meio-campo ofensivo (Álvaro Fernández). Digo em teoria, porque não há grande termo de comparação, uma vez que o Uruguai fez, muito provavelmente, o seu pior jogo do Mundial (o que nunca pode deixar de ser um elogio à equipa de Tabarez) e, portanto, jogou melhor nos outros jogos em que não havia apenas uma referência na frente, mas três – Suárez, Forlán e Cavani.

Álvaro Fernández não produziu o desejado e, ainda na 1ª parte, uma baixa de peso ocorreu na selecção uruguaia, falo da lesão do capitão Lugano, a voz de comando da equipa e da experiência.

O Gana lamentar-se-á sempre da suspensão aplicada a Ayew, a grande referência criativa da equipa, como não há outra. E, obviamente, do penalty falhado por Gyan quando o marcador já deixara de marcar 120’.

Segue o Uruguai, apesar de 26 dos 40 remates terem pertencido ao Gana, 10 dos quais à baliza (contra 7 uruguaios).

Dizer que a troca de Inkoom por Tagoe não poderá ser muito criticada, uma vez que o 1º cumpriu com o chamamento do país, comparecendo a bom nível, e que a prova dada pelo próprio de que foi a (boa) alternativa natural a Ayew, foi o golo marcado por Muntari.

Podia ter ultrapassado o feito do Senegal, que em 2002 ficou-se também pelos Quartos, e não foi por ter tido a sorte do seu lado que não conseguiu…

Caíram de pé os africanos!

domingo, 27 de junho de 2010

Mundial 2010: Dia 16


Uruguai 2 – Coreia do Sul 1

O Uruguai jogou melhor que a Coreia, com o tipo de jogo e a qualidade que tem demonstrado ao longo de todos estes jogos. A Coreia não jogou bem. Exceptuando o jogo com a Argentina, onde se viu impotente para parar a alviceleste, a Coreia esteve sempre a um nível muito alto, autora de grandes exibições, pelo que se esperava muito mais, do que apenas uma 1ª metade da 2ª parte a bom nível.

O Uruguai entrou bem no jogo, apesar do livre directo de Park Chu-Young (desde o início que já tinha dito que ele é fortíssimo neste tipo de lances) ao poste. Chegou ao golo logo aos 8 minutos por Suárez, que jogou muito bem – sendo justamente considerado o melhor em campo: bisou –, tal como Forlán e Cavani, o trio que compõe a frente de ataque dos uruguaios.

Para além desse lance fugaz de bola parada, a Coreia nunca mais criou grande perigo e a verdade é que por vezes o Uruguai ia criando. Depois do golo ter sido oferecido pelo guarda-redes coreano, que se fez muito mal à bola, deixando-a passar por ele e ir ter com Suárez, vários foram os erros defensivos ao longo do jogo da equipa comandada por Huh Jung-Moo, entrgando muitas bolas aos atacantes uruguaios, sem qualquer segurança defensiva.

E foi toda a equipa coreana, de vez em quando Park Chu-Young, o que mais lutou contra o destino da partida, e Park Ji-Sung, em condições normais o mais influente da equipa, lá tinham um rasgo, mas nunca foi uma postura coerente da equipa, contrariamente ao seu opositor.

Apenas entre o início da 2ª parte e o golo coreano, onde os uruguaios adormeceram um pouco e acusaram um pouco a ansiedade, desleixaram-se um pouco e isso coincidiu com alguma galvanização psicológica da equipa coreana, necessária para a recuperação, apenas nesse momento, a Coreia conseguiu jogar melhor, a procurar o golo, enquanto o Uruguai assumia uma postura medrosa e ansiosa. Deu-se o golo coreano, num erro gravíssimo também de Muslera, guardião do Uruguai e, a partir daí, a ansiedade e o medo desapareceram e repuseram o jogo como até aí tinha estado.

EUA – Gana

Um jogo que cria grandes expectativas, pela grande qualidade de ambos os intervenientes. Mas o que é facto, é que apesar de equilibrado, o Gana foi mais esclarecido, mais eficaz e entrou melhor no jogo.

Numa grande iniciativa individual de Kevin-Prince Boateng, o Gana adiantou-se muito cedo no marcador e assim o fez no prolongamento, ainda mais cedo, o que era difícil.

E é isto que eu gosto no Gana. Rajevac vem montando, desde que lá está, uma equipa muito esclarecida, muito solidária e eficaz que não só se faz valer pelas suas individualidades, mas por isso mesmo. E só assim se explica que a ausência de Essien não seja muito falada, pois se é verdade que Essien no lugar de Annan tornava a selecção muito mais poderosa, também não é menos verdade que a selecção se aproveitou desse facto para se unir ainda mais, com a consciência de que teria de ser, se calhar, ainda mais unidos e solidários.

Um exemplo de solidariedade é também a não-presença no onze de Muntari, jogador que se disse ter tido problemas disciplinares aquando do CAN e que se vê com o estatuto de suplente na equipa. Rajevac sempre privilegiou o querer e a entreajuda às estrelas, dando a titularidade a jovens jogadores com essas características, colocando do meio-campo para a frente um conjunto de 6 jogadores com uma média de 22 anos, todos eles talentosos.

Escusado será dizer o que já disse muitas vezes, que os seus pilares são laterais muito experientes e Boateng, a garantir os equilíbrios da equipa, Ayew, a dar criatividade e talento à mesma e ainda Gyan, o matador de serviço, muito talentoso, com muitíssima qualidade, juntando técnica e precisão de remate a um poderia físico impressionante.

Os EUA, como também já referi, têm uma grande selecção, com jogadores de grande craveira como o são Bradley, Donovan e Dempsey e peças muito importantes na equipa, como Altidore, Bocanegra e Howard. Trata-se de uma mescla de experiência com juventude e irreverência, que bons resultados deu. Contudo, e apesar de serem selecções que não diferem muito na sua qualidade (é essa a tendência do torneio, com o seu avanço), hoje não tiveram a capacidade de impor o seu futebol como tanto gostam e costumam conseguir, acabando por sofrer as consequências de uma Gana, como disse, muito esclarecida e determinada a seguir em frente.

Referência justa para Feilhaber, que entrou a suplente logo ao intervalo (neste aspecto, Bradley não facilita e aprecio essa sua qualidade) e actuou a muito bom nível, tendo conseguido cerca de 3 jogadas muito perigosas para a sua equipa sendo, portanto, uma aposta ganha. Assim como também me parece que Edu é superior a Clark e que a sua entrada em detrimento do habitual titular deveria ser uma opção de início.