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sábado, 3 de julho de 2010

Mundial 2010: Dia 23


Argentina 0 – Alemanha 4

A Alemanha entrou muito bem no jogo, com Muller a responder da melhor maneira a um livre de Schweinsteiger e a cabecear para a baliza de Romero, que foi muito mal batido.

A Argentina tentou responder, mais individualista que a Alemanha, naturalmente, mas a equipa de Low demonstrou, uma vez mais, ser a selecção mais bem organizada em prova e, quanto a mim, só possível de ser travada pela melhor Espanha, isto é, aquela Espanha que sabe trocar a bola entre si e deixar o adversário a cheirar a bola, com a filosofia de jogo do Barça e com grandes individualidades que podem decidir no último terço.

Schweinsteiger, jogador que há muito quero colocar no onze ideal da jornada, fez um jogão, sempre muito consistente e aproveitou o facto de Khedira ter jogado a grande nível para poder subir mais no terreno e participar um pouco mais nas acções ofensivas da equipa.

Muller, o jovem virtuoso do Bayern encheu, também ele, o campo. E quem perde, mais do que a Alemanha, pela sua ausência da meia-final por acumulação de amarelos, é o futebol, que chorará a ausência de um dos melhores jogadores do Mundial, que chegou à Competição com apenas 2 internacionalizações.

Voltou também a ser gigante Ozil, letal nos contra-ataques, como se viu no 4º e último golo do jogo. E mantenho o que venho dizendo de Klose: trata-se de um dos goleadores mais frios da actualidade, mas já desde há alguns anos largos.

Em 6 remates à baliza, 4 deram em golo e a Argentina precisava mais do que um Di María a fazer o seu melhor jogo, um Tevez lutador e a ter de vir buscar a bola atrás e um Maxi Rodríguez (o da 1ª parte) mais compreendido e imitado na capacidade de, também ele, vir buscar a bola atrás e empurrar a equipa para a frente. Precisava de uma capacidade de contrariar a Alemanha muito maior: um Messi mais influente, pois contrariamente a Di María, fez o seu pior jogo, sempre muito marcado; um Mascherano que tivesse mais apoio de toda a equipa e que não estivesse sempre marcado em cima por Ozil, uma vez que é ele o 1º homem da transição ofensiva da equipa, é ele quem transporta a bola e a coloca em Messi, Maxi ou Di María; um Higuaín mais esclarecido e inspirado na hora de finalizar, ele que também, escusado será dizer, esteve muito marcado.

Contudo, pouco mais há a dizer, se não que a Alemanha foi muito mais forte, como sinceramente já esperava, talvez não com tanta supremacia, e que não deu qualquer hipótese à Argentina que obrigava os jogadores mais criativos – costuma ser só Messi a ter essa preocupação de maneira tão ostensiva – a virem buscar a bola a Mascherano, que por sua vez, não tinha espaço para pensar e entregar, como ele tanto gosta. Normalmente (viu-se muito na 1ª parte, até à troca de Di María por Maxi) era Maxi a vir apoiar, dando a ilusão temporária que a Argentina jogava com um duplo-pivot. Tratava-se apenas de uma ilusão.

Uma última palavra para a troca de Di María com Maxi. Via-se desde o início que a oficialização da transferência de Di María para o Real Madrid retirou-lhe muita ansiedade, que não o deixava explanar o seu futebol na selecção e num palco tão vistoso, e ao mesmo tempo tão temível, pela pressão que acarreta, como é um Mundial de Futebol. Via-se que a pressa de ganhar no um-para-um, de mostrar que tinha capacidade para ganhar, essencialmente, não dignificava a sua qualidade e que hoje surgiu, desde o apito inicial, com outro arcaboiço para jogar, simplesmente. Um dos que demonstrava maior espírito de luta era Maxi, e Maradona decidiu trocá-los. Mais franzino, Di María saiu da asa do experiente Lahm, que poucas hipóteses dá aos atacantes, e passou para a asa do jovem Boateng, ficando a partir desse momento Lahm incumbido de marcar Maxi, jogador que outro porte físico e habituada a jogar em campeonatos mais competitivos, aumentando também o rendimento de Di María, muito mais capaz de diagonalizar o seu jogo e fazer uso da sua meia distância.

Paraguai 0 – Espanha 1

Muito bom jogo do Paraguai, muito mau jogo da Espanha. Este jogo foi ideal para se perceber que esta Espanha tem muitas dificuldades a jogar contra equipas que pressionam forte e agressivas. Já assim tinha mostrado o jogo contra o Chile de Bielsa. O que nos leva a nós, portugueses, desejar e imaginar como teria sido o desfecho do jogo com Portugal, se este tem entrado agressivo no jogo, a pressionar a Espanha em cima, mal esta recebe a bola, porque a verdade é que esta Espanha está longe, muito longe da de 2008. Quando se vê que selecções como Paraguai e Chile, por muita qualidade que tenham, conseguem não deixar jogar o meio-campo de Espanha e, consequentemente, Espanha, facilmente se percebe as dificuldades por que passa a Roja e rapidamente se questionam as hipóteses que terá contra a Alemanha, cuja baixa de peso dá pelo nome de Muller.

Martino montou cuidadosamente a sua equipa para este jogo, ciente da capacidade do seu adversário, voltando ao 4-4-2 do início do torneio, apostando na saída de Vera, dos melhores da equipa, e na entrada de Cardozo, para contrastar com as características de Valdez – o que não deixa de impressionar os mais atentos, uma vez que à frente de Cardozo, com características semelhantes, encontra-se Santa Cruz, que depois acabou mesmo por entrar, mas o que é facto é que o paraguaio fez um bom jogo assim, claro, como Valdez, que até viu o seu golo absolutamente válido, anulado. Que jogador é Valdez, demonstrou-o durante todo o tempo de jogo que Martino lhe ofereceu neste Mundial: lutador nato, porte atlético grande, corre e dá tudo em campo: saiu esgotado aos 72’, não aguentou mais, já estava esgotado quando o árbitro apitou para o intervalo!

Dizia eu que Martino, lá terá as suas razões…, prescindiu dos serviços de Vera para este jogo, numa atitude inesperada e deu a titularidade a Barreto e Santana, nas alas, mantendo os intocáveis Cáceres e Riveros no meio do meio-campo, a segurar o jogo espanhol. Tirou também Bonet, bom jogador, e apostou em Verón, que também actuou a bom nível. Para além da dupla de centrais, que já venho elogiando há muito, esta selecção paraguaia tem um jogador que me enche as medidas: actua na lateral-esquerda da defesa e dá pelo nome de Morel, jogador de 32 anos, actua no Boca Juniors há 6 anos e na Argentina fez todo o seu percurso futebolístico.

Pouco há a dizer da Espanha, uma desilusão constante. Os grandes jogadores que estão lá não rendem o esperado (sim: Xavi, Iniesta,…!) e há muito depende de Villa para resolver os jogos (já assim foi contra Portugal!).

terça-feira, 29 de junho de 2010

Mundial 2010: Dia 19


Paraguai 0 – Japão 0 (5-3, G.P.)

Um jogo equilibrado, com algumas oportunidades de golo para ambos os lados, mas nada assim de muito flagrante, até porque ambas as defesas estiveram muito sólidas e concentradas.

Ambas as equipas mantiveram-se fiéis a si mesmas, com o Paraguai apenas a trocar Cáceres por Ortigoza, para o lugar de trinco por pura obrigação, uma vez que o 15 da equipa sul-americana se encontrava a cumprir castigo.

Pareceu-me a mim que o Japão, apesar de ter feito um bom jogo, acusou um pouco a ansiedade e não conseguiu manter aquele seu jogo fluido, com trocas de bola entre si, muito colectivo, que faz quando não acusa pressão, como contra a Dinamarca, quando o jogo de fácil não tinha nada, antes pelo contrário. Conseguir manter a pressão afastada começa a ser cada vez mais difícil à medida que a Competição avança, ainda para mais nas selecções que não têm historial no que toca a presenças em fases adiantadas de Mundiais.

O certo é que, quanto a mim muito pela falta de presenças em fases tão adiantadas da prova de ambas as selecções, ambas tiveram muito cuidado com a abordagem do jogo, uma vez que ambas sabiam quem estava do outro lado, e em nenhum dos casos era fácil obter o carimbo para a fase seguinte.

Pouco há a dizer. Como já referi, ambas as equipas actuaram como o têm feito sempre e o jogo em si não foi muito bonito, mas também não foi feio. Poderá parecer repetitivo, mas o facto é que é natural que jogos destes sejam assim.

Na 2ª parte, o Japão tentou surpreender, juntando mais as suas linhas, e o que é facto é que fez uma 2ª parte melhor do que a 1ª, que foi muito equilibrada. No prolongamento, as equipas já estavam cansadas e só num lance de bola parada ou num ressalto poderia ficar resolvido um jogo que não ficou resolvido em 90 minutos.

Espanha 1 – Portugal 0

Portugal entrou com a sua estratégia bem definida. Queiroz optou por não adoptar a postura defensiva com que abordou o jogo com o Brasil, num 4-1-4-1 e voltou ao 4-3-3, mostrando não temer os espanhóis.

Na 1ª parte, a exibição de Portugal foi boa, com os jogadores lusos a saberem o que tinham de fazer. Quando a equipa não tinha a bola em sua posse, Cristiano largava a ala, ocupando a posição 9 e a equipa formava um 4-5-1, com Hugo Almeida a recair numa das alas do meio-campo, na da esquerda, quando Simão se encontrava na direita, e assim vice-versa.

Espanha soube voltar ao seu futebol, implacável na troca de bola entre os seus membros. Mas mérito para Portugal, que soube não deixar a Espanha chegar aos seus intentos e muito mérito para Eduardo, que impediu, literalmente, que a Espanha chegasse ao golo por 3 ou 4 ocasiões.

Na 2ª parte, a Espanha continuou a fazer o seu jogo, cada vez mais forte, impulsionada essencialmente pela substituição de Torres, que está muito em baixo de forma – vem de lesão –, por Llorente, que fez grande jogo e aumentou o poder de fogo na frente da roja. E Portugal não conseguiu manter a Espanha pressionada e ao mesmo tempo conseguir jogar, criar jogadas por si mesmo. Conseguiu continuar a pressionar a Espanha mas a parte de criar algo sozinho, como conseguiu por poucas vezes na 1ª parte, já não teve capacidade.

Deu-se o golo, com a Espanha a conseguir furar a muralha defensiva portuguesa, numa grande jogada, que permitiu a Villa marcar à 2ª após passe de calcanhar de Xavi e defesa de Eduardo a remate feito por si.

Tinham os adeptos portugueses esperança numa reacção positiva da parte de Portugal, pedia-se influência a Cristiano (já tinha tido oportunidade em conversas de amigos de dizer que o Ronaldo não ia jogar nada, perspectivando uma marcação cerrada à sua pessoa, como se veio a confirmar), mas nunca ouviram as preces dos adeptos os jogadores lusitanos.

Acabou Portugal a jogar em 4-4-2 com Ronaldo e Liedson na frente e Danny sobre a esquerda do meio-campo, com Tiago no lado oposto e Raúl Meireles e Pedro Mendes no meio, chegando mesmo Pedro Mendes a ocupar o lugar de trinco, com a natural mudança para 4-1-3-2.

Espanha jogou muito melhor que Portugal, que se limitou a tentar contrariar o jogo espanhol, através das poucas oportunidades que teve. Dominou o jogo, com 61% de posse de bola e terminou o jogo como sabe: trocando a bola no seu meio-campo e deixando Portugal a cheirá-la. Para mal dos nossos pecados, para bem do futebol.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Mundial 2010: Dia 14


Paraguai 0 – Nova Zelândia 0

Jogo muito fraco, protagonizado pelas duas selecções, com o Paraguai a procurar mais o golo, pela natural diferença de qualidades de uma selecção para a outra, e apesar de ser a Nova Zelândia quem tinha mesmo de ganhar para seguir em frente.

Apostou em Cardozo, Martino, mas mais uma vez deve ter jurada para nunca mais, assim desta maneira (titular), até porque só o fez por ser o último jogo do grupo. Exibição fraquíssima de Takuara, que não encaixa nas ideias que o seleccionador tem para a equipa, contrariamente a Lucas, Valdez e Santa Cruz, que trabalham para a equipa, são móveis, vêm buscar atrás, correm, enfim, tudo aquilo que Cardozo faz em muito menores quantidades.

Vera foi para a frente dos médios-centro, para funções que nem se podem considerar como sendo de um 10. Perdeu brilho.

De frisar, isso sim, o grande jogo, para mim o melhor em campo, aquele que mais procurou o golo, apesar da sua posição em campo, que juntou melhor a vontade de vencer com a qualidade exibicional, foi mesmo o avô Caniza, lateral-direito, capitão de equipa com 35 anos, que entrou para a posição normalmente ocupada por Bonet. Vários remates perigosos a passar rente à barra e muito boas investidas pelo flanco direito acima, chamaram a atenção que está ali opção muito boa, numa mescla de experiência e frescura física, por que a tem, para a ala direita da equipa.

A Nova Zelândia termina com a proeza de fazer melhor do que a campeã mundial, Itália, ficando com 3 empates em 3 jogos, feito importante para a selecção e futebol do país.

A estratégia de Herbert era simples: tentar evitar o golo do Paraguai, que bem podia ter acontecido por diversas vezes e tentar surpreender num contra-ataque qualquer, sendo por isso mesmo a prioridade não sofrer, pois só assim a equipa poderia sonhar com algo.

Reid fez muito bom campeonato, demonstrando qualidade a defender, ele que é central de origem, mas que actuou sempre à direita da defesa. Vê-se que tem qualidade que destoa da maioria da equipa, não devendo ser factor exógeno a esse facto, o de jogar na Dinamarca desde os 11 anos e presença assídua nas camadas jovens do país.

Quem também jogou muito bem foi Bertos, sempre descaído na direita do meio-campo, constituindo uma lufada de ar fresco na selecção pela qualidade técnica que apresenta e por um perfume de futebol habilidoso que tenta imprimir ao futebol da equipa. Já o trio de ataque também esteve a bom nível, assim como a aposta do treinado na jovem promessa Chris Woods, que se revelou em muito bom plano.

Já tinha referido, mais do que uma vez, a importância do avozinho Elliot, que é imensa. Ele é o marcador dos pontapés de livre longos, constituindo quase sempre perigo para o adversário este tipo de lances, graças à experiência da marcação deste tipo de lances por parte do veterano de 36 anos.

Nelsen, velho conhecido do público em geral, pela visibilidade que o campeonato inglês confere aos seus protagonistas, esteve sempre intransponível, sendo cruel pedir-lhe mais do que aquilo que deu à equipa.

Eslováquia 3 – Itália 2

Já tinha tido oportunidade, por mais do que uma vez, de elogiar a selecção eslovaca, pela sua qualidade e pelo seu jogo colectivo, com a equipa a demonstrar sempre um bom fio de jogo.

Apenas dois nomes sonantes na equipa, Hamsik e Skrtel. De resto, o que mais se aproxima disso é Vittek. Mas o que é certo é que Weiss escolheu um modelo de jogo e dele não abdica, com curtas variações de jogo para jogo, como a deste jogo, em que o normal 4-2-3-1, sofria apenas uma pequena alteração, estando Hamsik a jogar um pouco mais avançado, deixando a posição e função de 10, para passar a fazer a ponte entre um 10 e um segundo-avançado.

Hamsik fez um jogão, encheu o campo: pressionou em cima do adversário, ganhou muitas bolas, cruzou para a área, à procura de perigo, descaiu para os flancos como se lhe pede, …enfim melhor era difícil. Já Vittek continua a revelar-se, também ele, fundamental na manobra ofensiva da equipa, constituindo uma referência na frente de ataque e fazendo uso do seu porte físico para chegar ao golo e da sua inteligência de movimentações.

Gli Azzurri não jogaram nada. Equipa muito solta, sem ideias e jogadas colectivas, primando na selecção o individualismo e a desunião.

Apesar da média de idades da equipa ser elevada, o que é facto é que muitos erros infantis foram cometidos durante a partida, nomeadamente por Cannavaro, que se esperava ser um elemento chave neste Campeonato do Mundo e acabou por ser dos piores, se não mesmo o pior, desta selecção.

Penso ainda que o 3º golo da Eslováquia – golo obtido através de um lançamento de linha lateral ao pé da área da Itália – espelha bem a partida e as selecções em si: de um lado, uma Eslováquia muito prática, solidária e colectiva e do outro, uma Itália desunida, apática, com jogadores supostamente experientes a darem a entender que estão a fazer o seu 1º jogo num Mundial.

Merecidíssima, portanto, a passagem da Eslováquia aos oitavos e a não passagem da Itália.

Gostaria apenas de referir que, se o 2-2 feito por Quagliarella, depois de um 1º golo excepcional, tem sido validado como deveria ter sido, a Itália dava mais um exemplo da sua “sacanice”, isto é, a pouquíssimos minutos do fim colocava-se toda à defesa e provavelmente não sofria mais golos, passando sem jogar nada, como diversas vezes tem feito, ao longo da sua história.

Dinamarca 1 – Japão 3

Mais uma grande prova dada pelo Japão, de que veio a África para ficar mais alguns dias e não apenas de passagem.

E não tenho quaisquer problemas em afirmar que esta selecção do Oriente é a selecção mais solidária e que melhor funciona em conjunto, em competição.

Identifico apenas 2 jogadores que poderão ter, aqui e ali, opções individualistas, em situações onde deveriam optar por colectivas: Honda e Okubo. Contudo, não nos enganemos, na grande maioria das vezes, mesmo estes jogadores trabalham muitíssimo em prol do colectivo e na maioria dos casos optam por jogadas colectivas, existindo até o exemplo do 3º golo nipónico, que mais não vem do que confirmar isso mesmo, com Honda a fintar o adversário, tirando-o do caminho e, frente a Sorensen, a optar pelo passe para Okazaki, numa situação em que apenas não fazer golo, tornaria a jogada bizarra.

Sem surpresas tácticas quer por uma quer outra selecção, o Japão demonstra grande facilidade de interpretação do seu sistema de jogo.

Num claro 4-2-3-1 com bola, é o 4-5-1 que é utilizado quando a equipa não tem a bola em sua posse, com Okubo e Matsui a baixarem para a linha do meio-campo, Endo a formar um duplo-pivot com Hasebe e ficando Abe atrás desse duo, com responsabilidades de descer ainda mais, para 5º central, quando a equipa sente essa necessidade, como nos cruzamentos bombeados para a sua área.

A Dinamarca vai para casa, apesar de ter demonstrado que sabe praticar bom futebol, um futebol positivo, também ele apoiado, com Agger, Poulsen, Rommedahl e Bendtner a constituírem os principais pilares da equipa, nos seus diversos sectores.

De frisar as boas perspectivas futuras desta selecção, que tem em Agger, Kjaer, Bendtner e Eriksen muito boas perspectivas para o futuro.

Já Rommedahl demonstrou ser o mais jovem de todos, pela frescura física que fazem com que pareça ter 21 anos e não 31! Espectacular, adorei vê-lo a jogar, grande jogador!

Camarões 1 – Holanda 2

O melhor jogo dos Camarões nesta fase de grupos, melhor jogo dos africanos neste Mundial 2010. Com Le Guen a trocar o 4-2-3-1 pelo 4-4-2 clássico e optar por Geremi para ocupar a lateral direita da defesa, os Camarões retiraram a pressão e mesmo sem Eto’o em grande forma (jogou bem mas nada daquilo a que nos tem habituado) conseguiram fazer do jogo um jogo equilibrado até 20 minutos do fim, altura em que Robben entrou em acção e estragou a possível festa aos leões indomáveis. Um minuto depois da chegada de Arjen, Le Guen colocou Rigobert Song e retirou de campo N’Koulou, central com menos 13 anos que o 1º, apostando, pois na experiência para travar Robben!

“Mas não é que o endiabrado extremo holandês não pára de criar perigo”? Esta era uma das questões possíveis que podia ir na cabeça dos jogadores, depois de tanto tempo a baterem-se de igual para igual com a Holanda e tudo mudar de um momento para o outro, não tanto pelas entradas de Huntelaar e Elia, mas sim pela de Robben, que só agora recuperou de uma lesão e que foi fundamental para Huntelaar marcar, na recarga de um grande remate em jeito de Arjen ao poste.

Tivessem as entradas de Idrissou e Vincent Aboubakar tido o mesmo efeito que tiveram contra a Dinamarca e o resultado poderia sofrer alterações, em abono dos africanos. Mas não era o seu dia, nem de um nem do outro.

Tinha dito que os golos de Van Persie haveriam de chegar, pela persistência do ponta-de-lança e assim foi, depois de uma grande combinação do jogador do Arsenal com Van der Vaart.

domingo, 20 de junho de 2010

Mundial 2010: Dia 10


Eslováquia 0 – Paraguai 2

Apesar de, tacticamente, a Eslováquia arriscar mais, no papel, à partida para este jogo, com a passagem do 4-2-3-1 para o 4-1-4-1, substituindo o duplo-pivot por apenas um pivot, na prática, tal arriscanço não teve complicações práticas para o Paraguai, que dominou completamente durante todo o encontro, sendo mais esperto na gestão do jogo, muito mais eficaz, com muitos remates perigosos.

A Eslováquia bem tentou entrar bem no jogo, isto é, fazer um golo cedo, mostrar que entrava forte e confiante, mas a adição de Santa Cruz à equipa, em troca com Torres, e a consequente passagem de 4-4-2 clássico para 4-3-3, com um Vera sempre muito activo a meio-campo e um Lucas endiabrado, fizeram com que a Eslováquia não tivesse sorte nenhuma.

Enquanto que Santa Cruz baixa no terreno quando a equipa não tem bola, Lucas está encarregue de estar sempre muito presente ao pé da grande área, apesar de muito móvel, ficando Valdez encarregue de vir também mais atrás, mas à esquerda e, como já afirmei, Vera é o mais activo ofensivamente, uma vez que é aquele que menos preocupações defensivas tem, ficando encarregue de surpreender o adversário com investidas esporádicas, combinado com Lucas na frente normalmente. Posto isto, Cáceres e Riveros ficam com a tarefa de cobrir tais investidas, mantendo-se próximos do centro do terreno.

Está de parabéns o Paraguai, que soube anular completamente as linhas ofensivas eslovacas, que perigo praticamente nenhum causaram a Villar. Quando Weiss apanhava a bola, caíam-lhe logo 2 ou 3 em cima para que o jovem talentoso não criasse perigo, com a sua rapidez e habilidade e Hamsik esteve também sempre bem controladinho para não usar o seu dom de fazer a diferença e o peso que tem na equipa.



Itália 1 – Nova Zelândia 1

Para ser sincero, esperava uma vitória da Itália, assim como a grande maioria dos espectadores.

Bem sei que está a atravessar um muitíssimo mau momento, mas, volto a repetir, penso que esta Nova Zelândia, apesar de hoje não ter ficado muito bem patente, apesar de ter contrariado essa tese mesmo, é muito fraca, das selecções mais fracas em prova a par das Honduras, quanto a mim.

O que é certo é que, através de um lance de bola parada, fizeram a Itália ir a correr atrás de um resultado, tendo apenas igualado através de grande penalidade, por Iaquinta.

Pepe, abono de família desta Itália, único pelo menos até à recuperação de Pirlo, esteve muito abaixo do nível a que se mostrou no 1º jogo, Iaquinta e Gilardino praticamente inexistentes. Inexistente voltou também a estar Marchisio, ainda pior que no último jogo, onde me parece ter actuado numa posição que se adapta melhor às suas características, a 10. E a equipa bem necessitava dele, pelas mesmas razões que o Brasil necessitava de um Kaká em grande forma, ou pelo menos, em boa forma. Criatividade, leitura de jogo, capacidade de passe, de pautar, são características importantíssimas no futebol actual e a jogar num 4-2-3-1, como a Itália jogou no primeiro jogo (neste jogou num 4-4-2, com Iaquinta a fazer de segundo-avançado) e o Brasil joga torna-se mesmo imprescindível e a ausência desse jogador torna-se gritante.

Montolivo foi mesmo o melhor italiano, tendo feito uma boa exibição culminada com grande remate de longe ao poste, e eu apostaria mesmo em colocá-lo a 10 com Pirlo a fazer dupla com De Rossi.

Arrisco, contudo, a afirmar que este jogo terá sido o melhor dos All Whites nos últimos tempos e dos que virão a seguir, neste caso, o próximo e último do grupo. Bertos jogou muito bem, com excelentes iniciativas ofensivas, passando com técnica pelos adversários, metendo a bola por um dos lados e indo pelo outro, Elliot voltou a estar muito bem (dele foi a marcação da bola parada que originou o golo) e volto a frisar a sua importância na equipa, assim como Vicelich, o restante elemento do trio que compõe o meio-campo, também esteve a grande nível.

Smeltz voltou mostrar bom rendimento, contribuindo decisivamente para o desfecho da partida com um golo, assim como Nelsen e Reid se apresentaram a muitíssimo bom nível.

Um dos pilares da equipa assenta na colocação de um 9 com porte físico considerável, daí ter lá estado neste jogo desde início Fallon (1,88m) e a meia-hora do fim ter entrado (típica substituição) Wood, 1,91m, com 18 anos mas já capaz de fazer estragos nas defesas adversárias, fazendo uso essencialmente do seu porte físico.


Brasil 3 – Costa do Marfim 1

A primeira parte do Brasil demonstra bem qual o estado da equipa. O Brasil é daquelas equipas que dificilmente se poderá dizer “vai perder”, pelas suas individualidades, ou que “não dá uma para a caixa”, pois para cada posição tem jogadores de craveira mundial e não é um, mas 3 ou 4 para cada um dos 11 lugares, todos eles titulares dos maiores clubes do Mundo.

Mas clarinho como a água é o Brasil estar uma sombra do que já foi.

Enfim, na defesa não há muito a apontar, os 5 têm cumprido com o que é pedido/exigível e todos eles são grandes jogadores. A posição da defesa que os adeptos poderiam ter maior receio pela ausência de nomes sonantes era mesmo a lateral-esquerda, contudo Michel Bastos revelou-se boa adaptação (não é costume o Brasil precisar delas!), sendo já indicado como o sucessor do Roberto Carlos, pelo seu potente remate e subidas pelo flanco esquerdo vindo de trás. A alternativa chama-se Gilberto, 34 anos, pouco conhecido do público menos atento.

Maicon dispensa apresentações, assim como Lúcio, Juan e Júlio César.

Mas, apesar de Fabiano não estar na melhor forma (sim, eu sei que bisou), o grande problema reside mesmo no meio-campo: Kaká está um fantasma em campo, em 5 bolas ganha 2 e perde 3, é vê-lo a cair e a errar passes, a perder a bola e a mostrar ansiedade, própria de quem quer fazer as coisas bem e elas não saem – se fosse a Dunga, colocaria Júlio Baptista contra Portugal independentemente do Kaká ter sido expulso (pior, muito pior, para Portugal, quanto a mim) e Felipe Melo e Gilberto Silva demonstram não servir para formar dupla daquela que é a melhor selecção mundial de futebol, a mais consagrada, pentacampeã mundial, quanto mais não seja, por nada de relevante acrescentarem à equipa, ou pelo menos, por não acrescentarem aquilo que a equipa pedia. Já Robinho e Elano destacam-se pela positiva.

Mas, para ser sincero, confesso que estou mesmo muito desiludido (já o venho a estar desde há alguns anos) com a selecção brasileira, com jogadores todos muito “europeizados”, sem verdadeiro espírito brasileiro, sem o perfume do futebol brasileiro, selecção que está muito envelhecida, olha-se para o banco e para o onze e saltam à vista os 30, 32, 33 anos no BI. E uma coisa era serem grandes jogadores, outra é já terem sido ou, simplesmente, não serem.

A Costa do Marfim, entrou muito bem no jogo, ganhando o meio-campo ao Brasil e, com isso, o jogo. Via-se uma Costa do Marfim por cima, com jogadores capazes de, mais momento, menos momento, dar o golpe aos canarinhos, eis se não quando um lance (penso que o primeiro, não só do jogo, mas de há largos dias) de Kaká a isolar Fabiano, vira o jogo: 1-0, assim se manteve o marcador até ao intervalo.

Conseguiu depois o Brasil melhorar um pouco e inverter a tendência do jogo, mas não foi nada fácil e, lá está o porquê de uma selecção como a brasileira ser sempre perigosa, um lance entre 2 predestinados e golo. O jogo vai-se invertendo naturalmente, os costa-marfinenses começam a ficar um pouco cansados e o jogo vai ficando cada vez mais partido, apesar da Costa do Marfim ser das selecções mais disciplinadas tacticamente deste Mundial, sobressaindo depois a qualidade técnica individual dos jogadores em campo. Aí ganha claramente o Brasil, quanto mais não seja por respeito à história do futebol mundial!

Yaya Touré voltou a estar absolutamente espectacular no jogo, tendo sido dele o passe para o golo. Dindane não esteve tão activo no ataque como contra Portugal. Tioté revela-se muito importante naquele meio-campo e Zokora demonstra saber sair a jogar, podendo-se até fazer um paralelismo com Piqué, na maneira como ambos se impõe como o primeiro homem da construção ofensiva das respectivas equipas, tendo papel importante na equipa, assim como Kolo Touré, obviamente.