São poucos os lances do jogo que o sapo oferece para descrever, contudo é melhor que nada.
A primeira jogada de destaque saiu dos pés de Derlei, aos 11’, precisamente nos dois minutos que antecederam o seu golo. Polga avança com a bola controlada até à linha do meio-campo, encontra Derlei em boa posição e envia a bola para o ponta-de-lança que, por sua vez, a dispara rapidamente para uma boa defesa de Beto, a não permitir que o remate do ninja tivesse consequências de maior. Acabaria a bola por entrar aos 13’, contradizendo a superstição, altura em que Liedson lançou Derlei, no limite do fora-de-jogo, para, de pé esquerdo, colocar a bola a jeito e rematar para dentro da baliza de Beto, guarda-redes formado na prestigiada escola leonina. Aos 21’, após falta cometida por Polga sobre Chumbinho, foi a vez de Roberto Sousa tentar a sua sorte de livre indirecto, mas a bola saiu para o meio da baliza, à figura de Rui Patrício. Por fim, aos 80’, após canto batido da direita por João Moutinho, foi a vez do levezinho criar perigo com um cabeceamento, ao primeiro poste, a embater nas malhas laterais da baliza leixonense.
O primeiro lance de perigo surgiu dos homens da casa, aos 13', na execução de um livre directo por Bruno Ribeiro, onde a bola não passou muito longe da baliza portista. Livre causado por falta de Bruno Alves sobre Rodrigo Silva onde o central salta com o avançado e lhe dá uma cotovelada, mais uma vez Bruno Alves a passar impune, sem ver qualquer tipo de cartão no jogo e consta que também não verá nenhum sumaríssimo. É pena, visto que incentiva, ou pelo menos desmotiva o português de fazer faltas e leva a que quase todas as semanas nos cheguem imagens a casa de lances protagonizados com o defesa em que este faz jogo sujo, na medida em que joga fora dos limites da legalidade. E com isto não quero de maneira nenhuma colocar a qualidade do jogador em dúvida, visto tratar-se de um grande central. Aos 17’, Hulk pega na bola a meio-campo saca duma arrancada espantosa sobre Nuno Silva, daquelas a que já nos habituou por as fazer tantas vezes, mas que é daquele tipo de jogadas que nunca cansa, porém falha no último capítulo – o da finalização – ao chutar a bola rasteira à figura de Beto. Aos 23’, Rui Costa (árbitro) aponta para a marca de grandes penalidades, após Hugo Morais ter posto a mão à frente da cabeça de Rolando, quando ambos saltaram na área (um para interceptar a bola e outro para a cabecear para a baliza) e ter impedido a bola de chegar a Rolando. Bem assinalado e Lucho a marcar exemplarmente a bola parada, com Beto a adivinhar o lado, a esticar-se, mas a não conseguir evitar o inevitável, tendo em conta a colocação de bola que Lucho consegue normalmente incutir nas suas marcações de penalties. À meia-hora de jogo, mais propriamente aos 31', Mariano González faz um passe de ruptura por entre os defesas leixonenses, a desmarcar Farías para ficar na cara de Beto, mas o ponta-de-lança só não fez melhor por não ter recebido a bola como desejava e ter tido a obrigação de voltar atrás para ajeitá-la e, então voltar a seguir viagem. O problema é que nesse preciso momento já a defesa se estava a chegar a Farías e este teve de chutar como pôde. Saiu frouxo e ao lado. Aos 47’, Laranjeiro vê em Roberto Sousa o homem ideal para depositar a bola, pela pressão que tinha de Hulk nas costas, porém o brasileiro emprestado pelo Celta de Vigo escorregou e o timing do passe não foi o correcto, o que fez com que Hulk corresse atrás da bola que nem um desalmado, combinasse com Farías e centrasse ao segundo poste onde Mariano viu que não conseguia marcar e viu Lucho bastante melhor colocado, acabando por tomar a opção mais correcta e passar a bola ao El Comandante que chutou de primeira, mas viu a bola passar ao lado da baliza. O segundo golo do FC Porto é bastante simples de contar: pontapé de baliza batido por Hélton, Farías a saltar ensanduichado com dois jogadores da equipa da casa ao lado, o árbitro entende que não é nada, quando tudo parecia estar à espera de ouvir o apito, Laranjeiro tenta o atraso para Nuno Silva, de cabeça, Hulk estava mais perto e, já se sabe, apanhou a bola, correu em direcção à baliza e facturou. Isto aos 50’. Aos 56’, Lucho dá para Hulk que, quase parado, e com Cissokho a passar-lhe nas costas, chuta muito forte e com muito efeito por cima da baliza de Beto. A oportunidade seguinte daria mesmo em golo, aos 66’, Farías transporta a bola pela direita e, após boa jogada (passar a bola por um lado e ir pelo outro, passa rasteiro para trás, para Mariano, que deixa a bola para a entrada de Raúl Meireles, vindo de trás, que remata rasteiro para o 0-3. Aos 73’ foi a vez do Leixões sentir um pouco o cheiro a golo, após livre batido da direita (por falta de Cissokho sobre Zé Manel) e após o cabeceamento de Joel (que saltou mais alto que Bruno Alves) à boca da baliza, com a bola a sair por cima da trave. Mais uma grande oportunidade para o FC Porto aconteceu aos 75’, quando Hulk cruzou de 3/4 do campo, com a bola a passar vários jogadores leixonenses e a isolar Mariano do lado oposto, que chutou forte, com a bola a sair, no entanto, ao poste. Não teve que esperar muito o FC Porto, uma vez que um minuto depois, aos 76’, após canto batido na esquerda por Mariano, Farías sai da marcação, recuando um pouco para cabecear a bola à baliza dos caseiros. O Leixões lutava por golos e, aos 79’, Roberto Sousa chuta forte, de longe, com a bola a tocar ainda no poste direito da baliza de Helton. Aos 89’, após cruzamento do capitão Bruno China, Helton amarra a bola no ar, porém, ao cair, tropeça em Cissokho e deixa cair a bola. Ao ver este cenário, Diogo Valente que já se preparava para sair da área, volta para empurrar a bola para a baliza. Helton fica a protestar falta inexistente de Diogo Valente.
Aos 11’ já o Benfica dava sinais de perigo, com Ruben Amorim a fazer um passe rasteiro, em profundidade, para Di María, que consegue ganhar posição, apesar da pressão constante de Roberto Sousa, e chutar à baliza de Beto. Não foi um chuto para marcar, visto que foi feito com o pé mais fraco, com muito pouco ângulo e, como já disse, com bastante pressão, mas serviu para ganhar um canto, este sim, já poderia ter trazido perigo de maior à baliza defendida por Beto. Aos 16’, a Luz gritava “golo” pela primeira vez: David Luiz executa o lançamento de linha lateral, na esquerda, Laranjeiro vê a bola passar-lhe por cima, isolando-se Reyes, que tem tempo para parar a bola e cruzar rasteiro para Cardozo. A bola passa por Beto, que a tenta afugentar da área, esticando-se, e sobra para Élvis que, com Cardozo mesmo atrás de si, tenta enviar a bola para canto, no entanto, com a pressão do paraguaio, lá acabou por encostar para a primeira alteração no marcador. Aos 22’, após canto batido na esquerda por Reyes e a confusão normal que esta bola parada provoca, poderia ter acontecido aquilo que, muito provavelmente, nunca ninguém imaginou poder acontecer: Luisão marcar um golo de pontapé de bicicleta. O central recebeu a bola pelo ar, por David Luiz, dominou de cabeça e cá vai disto, sacou da cartola um belo pontapé de bicicleta que por pouco não entrou. E que pena a bola não ter entrado! Aos 47’, o Benfica realiza uma excelente jogada de ataque, que tem início em Cardozo e fim em Reyes. O paraguaio recebe a bola, na direita, com a oposição de Élvis atrás, domina de peito e envia a bola por cima, de pé esquerdo, para os pés de Di María, o argentino não inventa e toca curto para Pablito Aimar que se encontra mesmo a seu lado e Aimar, com um toque cheio de classe, isola Reyes na esquerda que caminha todo endiabrado em direcção à baliza de Beto e só descansa quando chuta forte à baliza. Saiu rasteiro e à figura, mas ficou na retina uma bela jogada ofensiva do Benfica. Aos 66’, após passe falhado da equipa de Matosinhos, Di María pega na bola, com a equipa do Leixões partida, e segue em direcção à baliza do Leixões, atraindo para si os defesas e deixando Cardozo ausente de marcação. É nesse momento que dá a bola ao paraguaio, mesmo no limite do fora-de-jogo. Tinha tudo para dar em golo, não fosse Cardozo dominar mal a bola e tê-la visto bater na canela e indo parar às mãos de Beto. Aos 67’, houve tempo para Cardozo vestir a pele de Reyes ou Di María e aventurar-se pelo flanco direito tentando, inclusive, fazer uma cueca a Élvis, a bola voltou a ficar em sua posse e, apesar da sua velocidade ser escassa, correu em direcção à linha de fundo e cruzou a bola de pé direito para Nuno Gomes fazer o 2º golo da partida e do Benfica vindo de trás, belo cruzamento de Cardozo! Aos 75’, o Leixões consegue chegar ao golo de honra e pôr os adeptos benfiquistas em pulgas para que o árbitro soe o apito final. Jean Sony aposta na jogada individual, após passe de Bruno China e parte para a área, tentando, depois, o passe para Rodrigo Silva. O passe foi, no entanto interceptado por Miguel Vítor, mas iria sobrar para Diogo Valente, pelo que Balboa tentou resolver a situação indo à bola, nesta disputa, “ganha” por Balboa, a bola acaba por sobrar para Rodrigo Silva que mesmo à frente da baliza, e apesar do esforço de Luisão, faz o golo.