O primeiro golo do jogo pertenceu aos caseiros e chegou aos 26’, por intermédio do matador do costume, Liedson: cruzamento de Caneira para Derlei interceptado por Robson, desentendimento entre Kieszek e Anderson do Ó e levezinho a encostar para o fundo das redes. 2 minutos depois, foi a vez de Veloso tentar a sua sorte, através de um potente remate de longe que, pela sua força, obrigou Kieszek a defender para a frente, podendo este acto ter levado consequências maiores à baliza sadina. Contudo, seria o Vitória quem iria chegar ao “golo seguinte” (38’), por intermédio de Bruno Gama, após uma jogada de contra-ataque rápido dos homens do Sado, que terminou com um remate do jogador emprestado pelo Porto ao V. Setúbal pela segunda temporada consecutiva, dá ideia que Rui Patrício poderia ter feito mais. Ao minuto 44, Alvalade gritou golo quando, após cruzamento rasteiro de Romagnoli, Derlei atirou perto do poste da baliza. Em mais uma jogada de perigo dos visitantes, quem voltou a estar em destaque por estar muito próximo do golo foi Zoro, jogador emprestado pelos encarnados, ao quase finalizar, de cabeça, um livre de Anderson do Ó, da direita (47'). Aos 55’, o Sporting executou uma jogada digna de golo: centro de Abel para a cabeça de Derlei que, em peixinho, quase fazia o 2-1. Valeu Kieszek! 3 minutos depois, Derlei descobre Pereirinha a desmarcar-se sem marcação em direcção à baliza do polaco e vai ser lá que coloca a bola, sendo que o português rematou para defesa do guardião para canto. Quem também teria a sua oportunidade para dar nas vistas seria Ronny que, de um livre mesmo à boca da área, rematou rasteiro com muita força, em direcção à barreira (66'): a bola ressaltou no muro humano e foi embater na barra. Kieszek estava completamente batido. Ao derradeiro minuto 90, Yannick dá para Liedson que, com um primeiro toque notável, coloca a bola em posição de remate. Assim, o fez, rematou e foi feliz o ressalto que a bola fez na tentativa de Robson em interceptar a bola. Estava assim feito o 2-1 final para os leões.
A primeira oportunidade de destaque criada pelos caseiros aconteceu ao minuto 26 e saiu dos pés de Bruno Alves, jogador com muito mercado na Europa, cobiçado, entre outros, por Barcelona e AC Milan, através da cobrança de um livre directo que, contudo, acabou por sair por cima da trave da baliza de Kieszek. Perto do intervalo, aos 40’, Bruno Gama, jovem extremo emprestado pelos dragões aos sadinos pela segunda época consecutiva, quase que conseguiu surpreender Helton quando, após ter tirado Tomás Costa do caminho, em vez do cruzamento, tentou o golo em jeito de chapelinho. Apesar da tentativa, Helton esteve atento e evitou problemas de maior. Logo no início da segunda parte (47'), Raúl Meireles, descaído na esquerda do terreno, conseguiu passar bem por Janício e tentou a sua sorte de pé esquerdo: a bola passou rente ao poste. O FC Porto chegaria à vantagem ao minuto 62, altura em que Farias, dentro da área, passou a bola a Lisandro Lopez e o artilheiro fez o golo, após fintar Auri, com classe…O jogo, que até tarde não teve qualquer dinâmica no marcador, voltava a mudar ao minuto 68, com o bis de Licha. Mariano levou a bola controlada, pelo flanco direito, e cruzou rasteiro ao primeiro poste, onde apareceria Lopez a facturar o seu 8º golo na Liga, este ano. Último lance de destaque reservado para o minuto 81, momento em que Rodriguez saca da cartola uma grande arrancada desde o meio-campo, partindo Auri no um-para-um, caminhando para a baliza e, mesmo com muita pressão do defesa sadino, rematando ao poste da baliza do polaco emprestado pelo Braga. Merecia um desfecho bem melhor o esforço do uruguaio.
O primeiro dos quatro golos do Benfica surgiu aos 26’, por intermédio de Nuno Gomes, a aparecer ao primeiro poste e a responder da melhor maneira a um cruzamento de Sídnei, da direita. Grande golo. Dois minutos depois, Carlos Martins é abalroado, com Artur Soares Dias a marcar a natural falta. Martins, responsável pela marcação deste tipo de lances, ajeita a bola e remata rasteiro, remate este que só pára, quando o paraguaio Óscar Cardozo domina a bola de pé esquerdo e remata forte de pé direito à boca da baliza, não dando qualquer tipo de hipótese a Kieszek. Já perto do intervalo, aos 42’, Cardozo ia colocando uma bola, mal chutada por Pablito Aimar, dentro da baliza dos sadinos, porém esta acabou por sair um pouco ao lado. Mesmo ao cair do pano (45+1'), tempo ainda para o 3º, Reyes passa para Cardozo facturar. Até parece simples, mas só o foi, não porque o Benfica jogou muito bem, porque não jogou, mas sim porque o V. Setúbal, respeitando os problemas que o clube atravessa, nunca fáceis de ultrapassar, não jogou nada. Normalmente as equipas costumam esfolar-se contra os grandes, com principal incidência para o Benfica, por ser o clube com mais historial, porém ontem no Bonfim, o cenário não se pareceu nada com esta descrição. Aos 61’, Di María tira muito bem um cruzamento da esquerda para o espaço entre Nuno Gomes e Cardozo, ganhou o paraguaio, mas a má comunicação entre os pontas-de-lança e o pequeno atraso de Cardozo fizeram com que a bola saísse ao lado do poste da baliza guardada pelo polaco emprestado pelo Braga. Aos 68’, o jovem Filipe Brigues, acabado de entrar mesmo no início da segunda parte, remata para boa intervenção de Quim, apesar de ter sido à figura. Para fechar as contas, Nuno Gomes voltou a agir, ao minuto 71, ao dominar a bola que lhe foi passada por Di María e chutar rápido…para o fundo das redes. Aos 83’, Cardozo procurava o seu hat-trick e, após toque de classe de David Luiz para Di Maria e cruzamento do jovem extremo argentino para a cabeça do paraguaio, este enviou a bola por cima da trave. No entanto teria outra boa oportunidade de voltar a acrescentar um número ao marcador, a favor da sua equipa, quando, aos 90+1’ chutou em jeito para grande intervenção de Kieszek…seria um golaço!
O Sporting deu o primeiro sinal de perigo aos 9' da primeira parte, numa resposta de Daniel carriço de cabeça, ele que viria a ser expulso por acumulação de amarelos, a um canto marcado pelo capitão João Moutinho. Não tardou muito a resposta dos sadinos, visto que, quatro minutos depois, Mateus levava perigo à baliza de Rui Patrício ao marcar um livre, que passou a uns dois metros da baliza, não mais do que isso. 17 minutos após o apito inicial, foi a hora escolhida pelos leões para fazer o primeiro golo da partida, com a assinatura do sempre perigoso Liédson, a aproveitar da melhor maneira a bola que estava a ser perdida por Abel, para rematar de pé esquerdo (o seu mais fraco). Aos 30' foi tempo de Liédson servir Moutinho, para este carimbar o último tento da partida, numa jogada com claras culpas para a defesa sadina, que viu Robson não saber o que fazer à bola e a permitir que o levezinho a resgatasse sem grandes dificuldades…Três minutos depois, chegou a hora de Abel "brilhar" ao safar uma bola perto da linha da baliza, numa jogada em que Rui Patrício comete uma saída a punhos um pouco desnecessário, pelo menos da maneira que a realizou e compromete, por momentos, o resultado da partida. Nota positiva para Bruno Vale, que aos 47' não se deixou enganar com um toque de Daniel Carriço, quando este apareceu, vindo de trás a atacar o primeiro poste, após um livre batido da direita por Miguel Veloso (de notar que também lá estava Hélder Postiga, para dificultar a tarefa ao internacional sub-21 português – falo de Bruno Vale). Aos 50' e 53', ocorreram duas das melhores oportunidades de golo para o V. Setúbal na partida, ambas protagonizadas por Leandro Carrijo, mas que não tiveram a trajectória desejada. Aos 59' boa jogada entre Vukcevic, Abel e Liédson, que acabou com um fremate cruzado da esquerda do montenegrino que não passou muito longe da baliza… A dois minutos dos 90', acontece a melhor chance para os sadinos com o homem que esteve em foco há três jornadas atrás, aquando da deslocação do Vitória à Luz, Anderson do Ó. Neste jogo teve também uma grande chance de golo muito perto do final, porém acabou por não dar o melhor desfecho possível a um chuto seu mesmo à boca da baliza.
Logo aos 2 minutos, assistiu-se na Choupana a mais uma demonstração de classe de Lisandro, jogador que todas as semanas, em todas as jornadas, insiste em mostrar todo o seu talento como que pedindo aos adeptos do futebol para não se esquecerem do nome do argentino, pois Licha é um dos melhores avançados do futebol europeu. Neste lance, Licha limita-se a elevar-se, receber a bola no peito e, quando vai a cair, fazer um pontapé à meia-volta com um pé que nem é o seu preferido (esquerdo). Aos 14 minutos é a vez de Edson tentar a sua sorte para os visitados, num chuto de longe e em boa hora o fez pois, com a ajuda de Bruno Alves, conseguiu que a bola embatesse nas redes adversárias (bola desvia no central portista). Aos 26 minutos, os portistas iam vendo a sua equipa a colocar o empate no jogo, após uma excelente investida de Crístian Rodríguez pela esquerda, deixando dois nacionalistas pelo caminho e passando a bola para a entrada da área para o chuto do El Comandante Lucho González, não fosse Bracalli, guardião da equipa orientada por Manuel Machado, ter realizado mais uma excelente partida e dar continuidade ao seu excelente momento de forma que já tinha evidenciado na Luz. Aos 30', os madeirenses susteram a respiração quando viram Fabiano a quase enganar Helton, depois de um desarme de Bruno Alves. Foi preciso chegar o intervalo para a equipa comandada por Jesualdo Ferreira arrebitar um pouco, visto que só aos 50' Hulk consegue facturar o primeiro para os dragões, depois de mais uma boa investida de Lisandro pelo centro do terreno. Quem fez mesmo as delícias da noite foi Rodríguez ao finalizar da melhor maneira possível, num remate acrobático, uma excelente combinação entre Lucho e Guarín que se inicia no centro, vai descaindo para a esquerda para Fucile que devolve ao jovem colombiano e este acaba mesmo por cruzar da melhor maneira para o espaço na área ocupado pelo 10 uruguaio (71'). Apesar de estar em desvantagem, o Nacional não baixa os braços e chega mesmo ao golo ao minuto 77, através de um cabeceamento, perto da pequena área, de Miguel Fidalgo, após receber uma bola da esquerda, cruzada primorosamente por Mateus. Ao minuto 59, Hulk volta a tentar a sua sorte ao realizar um remate cruzado da direita, imprimindo ao remate toda a sua potência, obrigando Bracalli a desviar para pontapé de canto (é isto que estes jogadores têm de bom, mesmo sendo à figura, é muito difícil ao guarda-redes agarrar uma bola destas, correndo até o perigo de aparecer alguém à frente da baliza, para aproveitar a recarga, pelo que os guarda-redes preferem enviar a bola para canto, como mandam as regras). Aos 83', e mesmo que à figura, Bracalli volta a estar em evidência, evitando o golo de Lisandro numa jogada um pouco semelhante à por ele protagonizada logo aos 2 minutos do encontro. Desta feita, aproveita uma jogada de fino recorte de Lucho, onde este pica a bola para o servir da melhor maneira, e Licha só tem de dominá-la de peito, virar-se automaticamente para a baliza adversária e chutar com o pé que está mais à mão que, neste caso, foi mais uma vez o esquerdo. Aos 84' minutos, Fabiano fez o que lhe competia, tentando aproveitar da melhor maneira o cruzamento da direita do lateral-direito e capitão Patacas, numa jogada típica do mesmo, em que este sobe no terreno pelo lado direito, cruzando eximiamente, e cabeceando para o chão com o intuito que a bola faça chapelinho a Helton, porém, esta oportunidade de ouro, que podia ter colocado o Nacional de novo em vantagem, foi atraiçoada pela barra da baliza de Bracalli. Já em tempo de descontos, nos 90', Guarín chuta a bola em direcção à baliza de Bracalli, buscando o golo da vitória, porém o remate é interceptado pela mão de Felipe Lopes, que se esqueceu da mão lá em cima, acontecimento visto por Pedro Proença e, como tal, resultando num penalty para a equipa visitante, penalty esse convertido facilmente por Lucho González, ele que marca bastante bem os pontapés da marca de 7 metros. Por fim, já a terminar a partida, Fucile intercepta o Nacional, quando este se preparava para invadir o meio-campo portista, dá a bola a Guarín, este toca para Lisandro e Lisandro, uma vez mais, a estar em evidência ao fazer um passe magistral, de grande efeito para Hulk que brinda os adeptos, ao tirar um defesa do Nacional do caminho com o pé direito (o seu mais fraco) e concretizando com o esquerdo, colocado, em jeito de chapelinho a Bracalli (93'), que não merecia sofrer 4 golos nesta partida.
Destaque para a tentativa de Suazo logo aos 30 segundos de jogo, porém, e apesar da boa investida, esta saiu à figura, ainda que para baixo, o que permitiu a Paulo Lopes a execução de uma defesa fácil com os pés, sem grandes alaridos. Ele que viria a fazer uma excelente partida. Paulo Lopes que, bem como Hugo Leal, tinham uma natural ambição acrescida neste jogo, uma vez que defrontavam uma ex-equipa sua, factor que se torna decisivo nalgumas partidas, como foi o caso. Logo a seguir, aos 18 minutos, uma perigosa jogada entre Aimar e Suazo ia dando o golo aos da Luz, não fosse mais uma grande intervenção de Paulo Lopes. Estes dois lances, logo no início do embate, deixavam adivinhar uma noite risonha para o Benfica.
Na outra baliza estava Moreira e, apesar de ter sido dos piores da noite, com claras culpas no golo de Reguila (45'), apesar de se ter tratado de um remate potente, passou uma imagem de segurança, de que não iria ser ele a facilitar o trabalho aos avançados trofenses quando, aos 30 minutos não se deixa enganar com o desvio traiçoeiro de Suazo aquando da marcação de um livre para os homens da Trofa, marcado pela antiga promessa Hugo Leal. De relembrar que este livre nasceu de uma falta sobre Hélder Barbosa, ele que fez um jogão que lhe vale o título de melhor em campo, com 16 passes acertados (entre os quais, uma assistência soberba para o golo de Reguila), vários pormenores de fino recorte técnico, como passes de calcanhar e ainda, matando a exibição ao fazer o 2-0.
Aimar ainda tenta, aos 57 minutos, fazer o golo, rematando de cabeça, à figura, numa jogada que constituiu provavelmente o maior perigo que o Benfica causou à equipa caseira na segunda parte, o que dá bem uma noção da exibição benfiquista que, com a expulsão de Binya, desceu ainda mais e, simultaneamente, permitiu ao Trofense crescer como equipa e continuar à procura do golo, que viria mesmo a acontecer a 8 minutos dos 90.
Única nota negativa para Hélder Barbosa, tapada pela excelente exibição do internacional sub-21 português, aconteceu 4 minutos antes de facturar, numa excelente combinação com Mércio, em que o 77 do Trofense engana bem a defensiva do Benfica e joga rápido na desmarcação do 7 que, em vez de focalizar os olhos na baliza e só pensar em fazer o golo, fê-lo de uma maneira mais floreada, ao tentar tirar a bola do caminho de Luisão e chutar em arco. Acabou por perder-se e a bola foi parar às bancadas, porém, tirando este senão, a exibição de Hélder Barbosa foi simplesmente deliciosa!