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domingo, 5 de setembro de 2010

Mais uma da dupla maravilha...


Tenho andado muito calado, e como já devem ter percebido a inspiração para escrever é um atributo que me escasseia quando fico sem escrever durante algum tempo. Associado à pouca disponibilidade para escrever na época de férias, este factor faz com que não tenha expressado, entre outros assuntos, a minha opinião sobre o caso Moutinho, que não é caso nenhum. Sobre a transferência de Moutinho do Sporting para o Porto.


E primeiro é necessário recuar um pouco o filme. Verão de 2009, Bettencourt assume a presidência com esmagadora maioria dos votos, ultrapassando a barreira dos 90%, comparativamente ao derrotado Paulo Pereira Cristovão, que se teve de contentar com menos de 10% dos votos. Mal assumiu a presidência, penso até que mesmo antes desse acto, Bettencourt reforçou a ideia de que o clube necessitava de manter o cinto apertado no que a transferências dizia respeito. Assim, todos os gastos teriam de ser bem ponderados e a filosofia do clube, caracterizada por uma forte aposta na formação de jovens valores e pela contenção nos gastos, seria para manter. Não nos esqueçamos que esta filosofia resultava em pleno há 4 anos, com outros tantos segundos lugares e presenças na Liga que distingue realmente os verdadeiros campeões. Esqueci-me contudo de um pormenor importantíssimo: o que move um clube e influencia, muitas das vezes, as decisões das suas direcções são os adeptos e, neste particular, os adeptos leoninos viveram, quer se queira, quer não, 4 anos excepcionais, uma vez que em todos eles ficaram a ver o Benfica pelo retrovisor na tabela classificativa, acontecimento que por si só lhes basta para esquecerem o jejum de 8 anos e os escassos 8 campeonatos ganhos na última metade de século.


Contudo, não demorou muito até Bettencourt perceber que o Benfica tinha todas as condições para ganhar o título nacional 2009-10 e que o seu Sporting tinha todas as condições para se ir afundando na tabela classificativa, jornada após jornada. Assim foi, começou mal a equipa de Paulo Bento, culminando o mau momento com a demissão do 'Ferguson de Soares Franco', que posteriormente viria a reconhecer que a grande forma evidenciada pelos comandados de Jesus desde a pré-época tinha actuado como um tónico implacável para os lados de Alvalade. Para o seu lugar chegou Carvalhal e a equipa não arranjou melhor do que um 4o lugar enganador, principalmente para os próprios adeptos que se gabaram de não terem ficado em 6o, como aconteceu com os seus (grandes) rivais de Lisboa, naquela que foi a sua pior classificação de sempre, mas que se esquecem que nessa época, o Benfica terminou o campeonato a 23 pontos do Boavista, ao passo que o Sporting acabou a temporada última a 28 pontos do Benfica. E os 34 jogos disputados pelo Benfica em 2000-01, em contraste com os 30 disputados pelo Sporting em 2009-10, em nada abonam a favor da equipa do Visconde, uma vez que a forma de ambas as equipas não faziam prever nada mais que não uma diferença pontual ainda mais dilatada.


Dizia eu que cedo se apercebeu Bettencourt do problema que tinha entre as mãos, uma equipa acordada de maneira abrupta pelo grande rival que vem reclamar o lugar que, por história, é o seu. 4 segundos lugares consecutivos, seguidos de Taças e Supertaças que foram, de um momento para o outro, para o 'galheiro', porque no final de contas, se não podes ser campeão o que importa é ficar à frente do grande rival, nem que para isso se tenha de ficar em penúltimo.


Continuando a saga de Bettencourt, que depois de errar na escolha de Sá Pinto para director-desportivo, que nada teve de feliz (vide episódio com Liedson), Bettencourt decidiu apostar no 'leão de gema' Costinha, José Eduardo deu a Carvalhal o que nunca um presidente tinha antes dado a Paulo Bento: 3 nomes consagrados do futebol europeu e nacional de rajada, numas operações que envolveram a módica quantia de 11,2 milhões. O clube que menos gasta, acabava de gastar mais de 11 milhões num claro sinal de que a mudança não era tema discutível no reino do leão. O Sporting acabava de gastar 11,2 milhões no mercado de Inverno (desde o último campeonato conquistado – 2001-02 - que não tinha uma janela de Inverno tão agitada). Quem acreditar em coincidências poderá ainda achar que este “esforço financeiro” em nada teve que ver com o crescimento repentino do Benfica, que ainda na época transacta tinha ficado em 3o, sempre sem qualquer fio de jogo, e que nesta época, desde o 1o jogo, conseguiu assustar, consciente ou inconscientemente, os seus rivais de Lisboa, com grandes exibições e demonstrar que dali para a frente tinha outras intenções.


Chegado o fim da temporada 2009-10, o Sporting tinha de vender para poder fazer parecer coerente a sua 'nova' política de transferências, que nada tem de coerente se tivermos em conta o passado recente e até mesmo a história do clube leonino. Desde logo, os nomes de Moutinho e Veloso, dos melhores da equipa de Alvalade, foram largados às feras, pela cobiça que sempre despertaram no mercado internacional.


E aquí entra o primeiro facto: o Sporting teve a possibilidade de, há apenas 1 ano atrás, encaixar 15 milhões com a saída do seu capitão para o Everton, mas, volto a frisar: apenas há 1 ano atrás, já com Bettencourt como presidente (aumenta o grau de intensidade da incoerência), o mesmo Sporting tinha uma política de transferências completamente diferente que se caracterizava pelo aperto do cinto e por não vender assim jogadores da formação ao desbarato para mais tarde não se arrepender como acabou por acontecer com Quaresma e Ronaldo (não é uma opinião, mas uma constatação), ainda para mais quando o jogador em questão era o capitão da equipa (outra constatação: tinha de ter preponderância na mesma). Apesar de andar a manifestar publicamente a sua vontade de sair, depois de ter sido apanhado reunido com Pinto da Costa e com Pini Zahavi, seu empresário e depois de em tempos ter dado uma entrevista em que deixava completamente em aberto a hipótese de vir a representar o Benfica, seu clube de infância, o Sporting não arredava pé dos 18 milhões por si exigidos. Acabou por ficar, vendo o seu contrato ser melhorado e juntando-se a Liedson no tecto salarial vigente no clube.


Contudo, à semelhança de tantos outros jogadores vindos da cantera de Alcochete, o capitão Moutinho nunca demonstrou grande apreço pelo clube que o acolheu e casos como o da devolução da camisola enviada por Moutinho, por parte da claque, no final de um jogo, só vêem confirmar o que já se vinha sabendo: Moutinho não tinha grande vontade/motivação/paixão para jogar pelo Sporting e acolheria de bom grado a ideia de representar um dos rivais.


1 ano passado, com uma política de transferências completamente nova (nunca é demais lembrar), com um presidente e um director-desportivo (que fazem a pior dupla dirigente que já alguma vez vi, com este último a criar confusão com tudo o que mexe, entenda-se jogadores) a lembrarem os adeptos constantemente da necessidade e vontade do clube em investir em grande na equipa (têm de arranjar maneira de manter os adeptos motivados e ninguém lhes vai apontar o dedo por isso), Moutinho é falado como possível reforço do Porto, sendo no dia seguinte confirmado, ainda que não oficialmente, pela imprensa, como tal. 10 milhões mais Nuno André Coelho, por um jogador que há 2 anos tinha feito um grande Europeu 2008 (falando-se com uma insistência até elevada da possibilidade de rumar ao Barcelona, nesse mesmo defeso) e no ano transacto viu fugir-lhe a oportunidade de ir jogar para Inglaterra, com o seu clube a receber 15 milhões de euros. Para além de tudo isto, que depressa faz transparecer o péssimo negócio da dupla maravilha Bettencourt e Costinha que, por sua vez, depressa tentaram fazer do jogador o único e famigerado culpado da situação, foram vendê-lo a um rival directo na luta pelos seus (supostos) objectivos. Supostos, porque esta decisão só demonstra um claro afastamento da luta por esses mesmos objectivos. Ao rival que nos últimos 5 anos ganhou 4 campeonatos. Que nos últimos 16 anos, venceu por 11 vezes.


Sem querer entrar em assuntos que não conheço, sem querer aprofundar o meu cepticismo quanto ao facto de o Sporting não conseguir vender Moutinho para o estrangeiro pela mesma soma, que é total, admitamos que não é verdade o noticiado e o Sporting só conseguia vender Moutinho para o estrangeiro por 7 milhões. Não teria sido preferível terem 'investido' 3 milhões de euros e mandá-lo para o estrangeiro, em vez de meterem-me uma vez mais os pés pelas mãos? Porque apesar de Moutinho nada estar a jogar em Alvalade, comparativamente ao que pode jogar, tal não retira potencial ao jogador, que é imenso.


Bettencourt chamou-lhe de 'maçã podre', penso até que seria mais simpático ter sido mais rude no insulto escolhido, e afirmou que Moutinho chegou a um ponto de saturação em que pediu mesmo para ser vendido, não interessando se para o Porto ou Benfica. Mas diga-me uma coisa, Sr. Presidente: quer-me convencer a mim que o teria vendido em negócio semelhante para o Benfica? Porque você pode já ter metido muita água, mas tal negócio significaria o princípio do seu fim. A esta hora estariam ainda à porta do estádio adeptos protestando contra mais uma decisão infantil.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Prospecção: Christien Eriksen, mais um produto 'ajaxiano'


Ajax: o melhor formador!

É difícil escrever sobre grandes jogadores ou futuros grandes jogadores, uma vez que, por muitos adjectivos que sejam utilizados para os caracterizar, soam sempre a escasso. Hoje, o meu texto incidirá sobre o prestigiado Ajax que, apesar de os sportinguistas afirmarem serem eles os detentores da maior cantera, e apesar de ter em conta La Masía, a cantera culé, tem para mim a melhor formação a nível mundial. É certo que o Sporting já contribuiu muitíssimo para o futebol mundial, formando Figo, Cristiano Ronaldo, Futre, Simão, Quaresma, entre outros, e Barça já revelou jogadores como Guardiola, Messi, Xavi, Iniesta, Puyol, ou os mais recentes Pedro Rodríguez e Bojan, estando outros tantos na calha – Assulin, Alcantara, Jeffren, Jonathan dos Santos,…Não nos podemos esquecer, contudo, de Kluivert, Davids, Kanu, Bergkamp, Reiziger, Overmars, Van der Sar, Cruyff, Rijkaard, Van der Vaart, Sneijder, McCarthy, Reiziger, Piennar, Seedorf, Nigel de Jong, Witschge, Heitinga, Vermaelen, Ryan Babel, Huntelaar, Maduro ou ainda dos gémeos de Boer, todos formados lá, ou jogadores como Ibrahimovic, Danny Blind, Chivu e Maxwell, quase formados lá. Creio que esta lista é bastante esclarecedora sobre o porquê de colocar o Ajax no primeiro lugar do pódio, em detrimento de clubes conceituadamente formadores como o são Sporting, Barcelona, ou ainda o Manchester United, que tantos e tão bons futebolistas nos tem revelado nas últimas décadas.

Luis Suarez: não escapa deste Verão, atenção (Barça)!

Hoje não escreverei sobre a formação em geral, como a introdução faz transparecer erroneamente, mas sim sobre um valor em particular, não sem antes fazer uma sugestão ao Barça, que, segundo a imprensa, anda a preparar terreno para substituir Henry para a próxima temporada: o objectivo é simples e transcrevo-o: “o Henry está velho, foi já em tempos um bom jogador, é ainda útil, mas porquê arrastá-lo se o podemos substituir por um de qualidade técnica idêntica, com uma boa margem de progressão e que seja um talento ao nível de um Barça?”. Claro que esse talento passará por ser um destro, uma vez que apesar de o Henry actuar a avançado-esquerdo, o esquema do Barça passa por colocar um jogador com o pé mais forte contrário ao lado onde se posiciona (Messi joga no direito) para a realização de diagonais.

Depois de definida e bem interpretada a ideia, passemos à acção: Robinho é demasiado «craque» para esta equipa de jogadores da casa, como Xavi e Iniesta? Escolha fácil: (obviamente que será um do Ajax, se este texto é sobre este) Luis Suarez! Está na altura dos blaugrana recuperarem o Suarez que outrora lá tiveram (por acaso de primeiro nome Luis) e contratarem o jovem talentoso uruguaio de 23 anos que esta época já leva 24 golos em 23 jogos, sendo que não se trata o 16 do clube de Amesterdão de um nº9 mas de um polivalente que tanto pode ocupar o lugar das faixas como o 10, segundo-avançado ou ainda ponta-de-lança. A maneira de jogar faz-me lembrar um pouco Ribery nalguns movimentos, bem como na maneira como coloca o pé na bola e movimenta o corpo, sendo que este tem a vantagem de ter 3 anos a menos (maior margem de progressão portanto) e maior utilidade (Ribery é extremo, Suarez é, como já referi, um polivalente). Seria então engraçado ver para o ano La Liga com mais um duelo para incendiar o já de si caliente eterno confronto Madrid – Barça, Ribery – Suarez, para somar ao Ronaldo – Messi. E ao já falado Mourinho – Pep, já agora, sem querer ser chato para Pellegrini, que já começa a sentir a cadeira a arder.

Eriksen, que potencial tem o miúdo!

Como sempre me acontece, estou já a divagar bastante do que inicialmente tinha previsto fazer incidir no meu texto – por alguma razão tive média de 10 a línguas no secundário. E tinha previsto escrever um pouco sobre Suarez (já o fiz) e sobre o jovem Christian Eriksen. Este sim, foi o jogador que me levou a transcrever o que os meus olhos viram no ecrã para o papel. Quem é então Eriksen? Trata-se de um jovem dinamarquês que acabou de completar 18 anos há apenas 11 dias, que já esteve a treinar-se com Barcelona e Chelsea, antes de ingressar na actual equipa (Ajax), sendo ainda eleito pela federação do seu país jovem talento sub-17 do ano 2008. Com passagens pelas categorias de sub-17, 18 e 19 do seu país, estima-se que a sua aquisição tenha custado 1 milhão de euros ao Ajax, quando o foi buscar ao seu país, mais concretamente em 2008, ao OB.

Depois de feita uma curta introdução biográfica de mais um talento do Ajax, dizer apenas que este é um dos grandes. Muito grandes, frise-se. Jogador de técnica apuradíssima, não tenho dúvidas nenhumas em afirmar que Eriksen se encontra no lote restrito de 7/8 jogadores com maior margem de progressão a actuar na Europa, quero com isto dizer que, se pegássemos nesse grupo de jogadores e lhes déssemos uma evolução continuada ao longo de 4/5 anos seriam dos melhores do Mundo e Eriksen figurava certamente nesse lote. Eriksen é um médio-centro de fino recorte com visão de jogo, classe, onde mete o pé deixa um travo da sua magia e por isso não tenho quaisquer dúvidas que jogará tão bem ou melhor a 10 do que o já faz em redor da meia-lua. Joga e faz jogar e é daqueles que não engana e convence até os mais cépticos logo à primeira vista. A mim, que não me considero nada céptico convenceu-me e muito. Que jogador: escrevam este nome!



terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A incoerência de Bettencourt...


E eis que Bettencourt vai perdendo credibilidade a cada dia que passa. Para quem seguiu com atenção o processo de candidatura à presidência leonina terá certamente simpatizado com a figura de José Eduardo Bettencourt, dirigente jovem, sem grandes promessas, com alguns anos de casa e, por conseguinte, ciente da realidade leonina, um homem ligado ainda ao último título sportinguista (era um dos homens que se ocupava da pasta do futebol leonino), Bettencourt desde cedo pautou o seu discurso pela humildade, humildade essa não só para dentro (dentro do clube de Alvalade) como também para fora, nomeadamente quando à baila vinham Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira, presidentes rivais. «Chutava para canto», sem nunca se querer envolver em polémicas, referindo que a sua relação com estes seria a normal entre presidentes, sem nunca perder de vista os interesses superiores do seu Sporting. Pois bem, assim foi e assim continua a ser, uma vez que todo o adepto teve a oportunidade de assistir à confraternização amigável de JEB com LFV antes do derby da Segunda Circular, num encontro que teve por base a promoção dos transportes públicos como meio de transporte a utilizar para ir à bola. O que também já todos tiveram oportunidade de reparar foram as sucessivas incoerências de um presidente que vêm dando a ideia que não sabe tanto da realidade do Sporting como devia e que entra em polémicas desnecessárias quando nada o fazia prever há meio ano atrás, momento de todas as decisões em Alvalade. A 1ª aparição pública de Bettencourt que me desiludiu, a que me apanhou desprevenido e me alertou para o que lhe poderia suceder foi a sua crítica ao fundo de jogadores do Benfica, colocando inclusivamente em causa o valor de Nelson Oliveira e Roderick Miranda (jogadores que, excluindo qualquer tipo de factores extra-futebol, e assumindo uma evolução ‘normal’ de um jovem futebolista, serão grandes nomes no futebol mundial), que teve como claro objectivo o desviar de atenções para o mau momento que se começava a fazer sentir, em força, em Alvalade, utilizando para isso, um alvo que lhe concederia popularidade fácil, barata e suja. Pior que tudo isto, ainda, foi, no(s) dia(s) seguinte(s), ter revelado que era uma hipótese também o Sporting participar, também ele, num fundo de jogadores, quando confrontado com a questão.

Algumas aparições públicas infelizes, criticando o Benfica (mais uma vez: alvo fácil para desviar atenções e subir mais uns pontos por entre a massa adepta sportinguista, para além de ser um dos causadores do mau momento sportinguista, segundo admitiu o próprio Paulo Bento , é sempre o alvo nº1 a abater, mesmo quando o Porto vai à frente…), manifestando por diversas vezes desconhecer de onde é que o Benfica ia buscar o dinheiro para reforços, afirmando que o Sporting não o tinha para gastar – tudo isto em 6 meses apenas, relembro! – eis que Bettencourt afirma haver dinheiro para atacar o mercado em Janeiro e saca da cartola de cerca de 9,7 milhões de euros para, imagine-se 3 reforços apenas, tendo um deles sido o segundo mais caro de sempre da história do clube e sabendo-se desde já que ainda estão nos planos do clube a contratação de, pelo menos, mais 2 jogadores. Se não é estranho tem um “quê” de mágico o novo presidente do Sporting…

Estava farto de referir isto a amigos, aquando da realização de debates futebolísticos, quando se começa a falar de finanças em futebol, então está tudo estragado, uma vez que só quem lá está dentro, ou quem está de fora mas dentro do assunto (pessoas que lêem os documentos contabilísticos que o clube vai revelando durante o ano, por exemplo, que representam uma percentagem ínfima das pessoas que opinam sobre o tema), é que percebem realmente do assunto, pelo que não vale a pena questionarmo-nos onde é que o Benfica vai buscar o dinheiro. Quando me questionavam sobre a origem do dinheiro do Benfica, respondia sempre o mesmo: “quando os clubes querem ir buscar dinheiro conseguem, todos eles estão falidos, agora há os que conseguem arranjar mais dinheiro e mais rapidamente, através de contactos privilegiados e por constituírem um investimento mais seguro, e os que não conseguem arranjar tanto dinheiro, ou porque não possuem esses contactos, ou então porque não representam uma entidade tão segura para se investir” e prosseguia referindo que não vejo mal nenhum, muito antes pelo contrário, que clubes como o Benfica (tem vindo a fazer ao longo das últimas épocas) ou como o Sporting (parece começar a fazer), contratem jogadores com grande margem de progressão (e depois de uma prospecção detalhada e intensiva) por 7/8 milhões, se tiverem uma grande probabilidade de duplicar ou triplicar esse valor numa futura venda (casos de Di María, Cardozo, Sídnei, Javi García, Ramires, Sinama-Pongolle,…).

Há ainda a questão (nunca ultrapassada) do “Paulo Bento Forever”, afirmação feita por JEB, depois de explicitar que a sua candidatura só tinha sentido e era totalmente apoiada na continuidade de Paulo Bento ao comando da equipa principal. O que é facto é que passados 4 meses, Paulo Bento bateu com a porta (quando ainda não havia dinheiro para reforços) e Bettencourt continua na presidência. Poderá dizer-se que, mesmo que não sinta condições para continuar, fá-lo por amor ao clube, para tentar evitar que se afunde ainda mais mas, para isso, a posição que Bettencourt deveria tomar, caso a sua afirmação totalmente infantil e descabida fosse realmente sincera e verdadeira, seria colocar o lugar à disposição no fim da época…Mas isso seria pedir muito, vamos antes acreditar que se tratou apenas de uma afirmação sem nexo de um presidente que tem dado algumas provas de não ter estofo para assumir as rédeas de um clube de futebol com a dimensão do Sporting (sugestão: continue a proteger a imagem como o fez, e muito bem, durante a campanha de candidatura à presidência!).

Para terminar, gostaria apenas de referir que uma equipa de futebol não poderia nunca tomar o rumo que o futebol do Sporting estava a tomar, com um plantel formado por uma mistela de jogadores medíocres, jovens e alguns (poucos) de grande qualidade, pelo que o investimento teria de ser feito inevitavelmente e não sendo por isso de admirar que se fala de nomes de jogadores como Rubén Micael que, a vir a efectivar-se, se tratará sempre de uma excelente contratação.

Por tudo o que referi atrás sobre Bettencourt é que afirmo: se isto não é incoerência, então não sei o que poderá ser definido como tal…