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sexta-feira, 10 de abril de 2009

Pensar a mentalidade...

O (excelente) jogo que o FC Porto foi fazer a Old Trafford, na última jornada da Champions levantou mais uma vez, como, aliás, sempre levanta, a velha questão do estar a favor, por se tratar de uma equipa que se encontra a representar Portugal ou do estar contra, pois uma coisa são clubes e outra é o país, ‘coisas’ independentes uma da outra. É desta mentalidade que quero hoje falar.

Muita gente pode negar, por conveniência profissional, pessoal, ou simplesmente para se enganar a si mesmo, mas (quase) toda a gente que gosta de futebol tem um clube, ou porque foi criado num ambiente que propiciou uma adesão a um determinado clube ou porque simplesmente se afeiçoou e identificou com as raízes do mesmo, com a sua maneira de jogar, a sua história, alguma(s) sua(s) individualidade(s), entre outros. E, como todos os clubes têm também a necessidade de criar rivais, devido à necessidade dos mesmos de ser o melhor clube da região (região que pode ser uma aldeia, vila, cidade, país, continente ou mundo), irá criar, inconsciente ou forçadamente, alguns anti-corpos com os tais rivais. Tudo isto, claro está, quando se envolve e se vive o clube, por mais racional que se seja. Quanto mais se vive, mais difícil se torna de se abstrair desse ambiente da tribo em que se está inserido, pois, como disse, se identifica com ela e, contrariamente, não se identifica com os outros.

No plano nacional, tudo é normal, isto é, toda esta competição ‘saudável’ entre as diversas tribos é natural; é natural um benfiquista querer que o FC Porto e o Sporting percam, é natural que um portista espere uma derrota dos rivais de Lisboa, é natural que um sportinguista sonhe com a derrota do Benfica e do FC Porto, é natural que um braguista deseje, todas as jornadas, sem excepção, a derrota do Vitória de Guimarães, e assim vice-versa, e por aí fora, até chegar às aldeias, onde os adeptos da Associação Desportiva Fazendense travam duras batalhas com os do União Futebol Clube de Almeirim com o intuito de elegerem qual o melhor clube.

O que acontece é que chegam os confrontos europeus, equipas nacionais contra equipas estrangeiras, e os adeptos dos clubes, que não os do que vai jogar, se dividem em dois tipos: os que apoiam o clube, por sentirem que há qualquer coisa no embate que representa e dignifica Portugal, indo contra as suas emoções e, portanto, seguindo o caminho mais difícil, e os que torcem pela equipa contrária (estrangeira) alegando erroneamente que uma coisa (representar bem o país) nada tem que ver com a outra (clubes nacionais presentes nas competições europeias). É aqui que quero chegar; este post só tem uma finalidade: contrariar essas pessoas, que optam pelo caminho mais fácil, arranjando o tal bode expiatório, e se deixam de preocupar com a questão. Um pouco em defesa daqueles que vão contra si próprios, contra as suas emoções, que muito bem poderiam seguir e não se “chatear”, porque nesses embates europeus lá viram qualquer coisita em jogo.

Como já dei a entender, há de facto uma coisa em jogo, que é o desenvolvimento da liga portuguesa e, consequentemente, o desenvolvimento do futebol português. Assim, quanto mais equipas um país tiver em prova, quanto mais longe estas chegarem, mais lugares estão reservados nos primeiros classificados das tabelas competitivas para as competições europeias, mais receitas obtêm os clubes, mais prestígio (internacional) ganham, mais jogadores de renome ficam ao alcance dos clubes e, consequentemente, da Liga, etc. E tudo isto é uma bola de neve. Quando falo em bola de neve, não o faço por acaso; as pessoas não têm a mínima noção das potencialidades que é a Champions, a melhor e mais prestigiante competição de clubes. Não têm a mínima noção da quantidade de pessoas de todo o Mundo que assiste aos jogos da competição e que poderá tornar-se fã das equipas nacionais, consoante a prestação das mesmas. Nem eu, nem ninguém tem noção da quantidade de pessoas que ficou a gostar do FC Porto quando, em 2003, ganhou a Liga dos Campeões, pessoas espalhadas pelas Américas, África, Ásia,…muitas delas que nem tinham ouvido ainda falar do clube e que talvez desconhecessem a existência de uma cidade chamada Porto ou de um país chamado Portugal – por muitos estudos estatísticos que se façam, nunca se conseguirá precisar um número. Não é por acaso, que clubes como o Manchester United e o Real Madrid fazem digressões pela Ásia e têm multidões a segui-los. Isto não é uma admiração que nasce de um dia para o outro. As pessoas vêem quem joga melhor, quem ganha mais, quem tem os melhores jogadores,…e tudo isto passa pela Champions, onde, actualmente, o número de equipas portuguesas presente é de 2 clubes.

Por tudo isto, gostaria que as pessoas reflectissem um pouco, parassem para pensar (fomos recentemente ultrapassados pela Roménia e acabámos ontem de ser ultrapassados pela Ucrânia, com o empate do Dínamo de Kiev e com a vitória do Shakhtar, descendo para uma posição – 10º – que já não conhecíamos desde o ano de 2001) e deixassem o egoísmo de parte. Poderão pensar que é por deixarem de querer a derrota dos clubes nacionais, que não o vosso, que estes deixarão de vencer, porém o principal do futebol, aquilo que o faz mover, é a massa humana, foi esta que permitiu criar um ambiente fantástico à volta da selecção em 2004, para dar um exemplo bem conhecido e lembrado com saudade pelo povo português, e é esta que continuará sempre a comandar o futebol…e a vida, pelo que é esta que permite às equipas chegarem o mais longe possível e atingirem feitos que, de qualquer outra maneira, nunca seriam alcançáveis.



sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Jajá Coelho, o craque do Metalist Kharkiv

Jackson Avelino Coelho (nascido a 28-02-1986), mais célebre pelo nome de Jajá, no Mundo do Futebol. Trata-se de um futebolista bastante desconhecido a nível europeu e, como tal, a nível mundial, mas que tem deixado a sua marca e se tem projectado ao marcar grandes e muitos golos, quer a nível nacional, no campeonato da Ucrânia, onde actua ao serviço do Metalist Kharkiv e é já o melhor marcador do campeonato, com 7 golos em 6 jogos (um golo à frente de Ismael Bangoura, jogador do Dínamo de Kiev, que, diga-se de passagem, aprecio bastante), quer a nível internacional, onde depois de, na primeira-mão da 1ª eliminatória da Taça UEFA, o Besiktas ter ganho em casa (Istambul) ao Metalist, por 1-0, Jajá ajudou o seu clube a passar esta fase, ao participar na vitória em casa, em jogo a contar para a segunda-mão, por 4-1, onde assinou o primeiro e terceiro golos da equipa. Assim, Jajá marcou o 1-0, com um grande chuto de longe (40m), em que a bola ainda bate na barra antes de tocar na rede da baliza adversária, e o 3-0, onde conclui um excelente trabalho de equipa presente numa jogada eficaz realizada com um colega que se basiou em duas tabelas. É ainda de referir, que Jackson é o 8º melhor marcador da Taça UEFA até ao momento com 2 golos em 2 jogos. Ainda, e para encerrar, em matéria de golos, é de frisar que Jajá tem apontados 2 golos nas suas, ainda poucas, três aparições pela selecção canarinha de sub-20.

Formado nas escolas do América Futebol Clube, de Minas Gerais (Brasil), Jajá (189cm e 79kg), que se caracteriza por ter capacidade de ocupar qualquer posição ofensiva apartir do meio-campo, apesar da sua posição predilecta ser jogar como avançado, pela sua (boa) envergadura física e por fazer do seu fabuloso pé esquerdo, uma máquina de marcar livres, chegou à Europa com apenas 18 anos, em Novembro de 2004, pelas portas do Feyenoord tido como uma grande promessa, mas foi imediatamente emprestado ao satélite Westerlo (Bélgica), onde nessa época fez apenas 1 golo em 12 aparições, mas que, na época seguinte (2005-06), fez sensação colocando a bola dentro da baliza adversária por 10 vezes em 18 partidas, o que dá uma média superior a um golo por jogo (1.8 golos/jogo). Em Janeiro de 2006 é adquirido pelo Getafe por 1 milhão de euros que, muito provavelmente, viu nele um potencial que não estava a ser aproveitado. Apesar de ter sido utilizado em apenas dois jogos na equipa principal do Getafe, na segunda metade da temporada 2005-06, o que aconteceu é que se assistiu a mais do mesmo, com Jajá a ser novamente emprestado, no caso ao Flamengo, na época 2006 do Brasileirão realizando apenas 5 jogos e ficando em branco na lista de marcadores, com exibições muito discretas. Na segunda metade da época 2006-07 foi, mais uma vez, emprestado. Desta feita ao Genk, clube que, tal como o Westerlo também pertence aos quadros da liga belga, onde em 9 jogos apenas por uma vez fez o gosto ao pé. Para toda esta aventura de empréstimos acabar em bem, voltou ao Westerlo para fazer parte da equipa que ia jogar na temporada 2007-08, único clube que lhe tinha permitido mostrar o seu verdadeiro valor até ao momento. Jajá chegou ao Inverno com 4 golos marcados em 9 jogos, facto que lhe valeu a transferência, em Fevereiro (2008), para o Metalist Kharkiv, numa soma avaliada em 500 mil euros. Actualmente, e com contrato até Junho de 2011, está já avaliado em 4,5 milhões de euros. Não tarda muito em largar o futebol ucraniano ou em dar o salto para um dos clubes de topo do país, Dínamo de Kiev ou Shakhtar. A propósito, aqui ficam os videos dos golos marcados no início desta temporada contra os mesmos clubes: contra D. Kiev e Shakhtar.