Aqui ficam os grandes golos que Carlos Saleiro marcou ao serviço da Académica, o primeiro contra a Naval e os outros dois contra o Vitória de Guimarães, naquelas que foram a penúltima e última jornadas do campeonato. De referir que Saleiro começou a época emprestado ao Vitória de Setúbal, mas o facto de ser pouco ou nada utilizado levou-o ao descontentamento e fê-lo querer mudar de ares. Foi então que, no mercado de Inverno, o Sporting chegou a acordo com a Académica, clube pelo qual já marcou 4 golos, para a cedência do jovem ponta-de-lança de 23 anos até ao final da temporada. Para quem não sabe, estamos perante o primeiro bebé proveta em Portugal.
Logo aos 6’, a Naval esteve perto do golo, valendo uma intervenção muito boa de Rui Patrício a negar o golo a Davide, Carlitos marca o lançamento de linha lateral pela direita do ataque navalista, dá para Godemèche que junto à linha de fundo centra rasteiro para trás, onde surge Davide a rematar forte ao ângulo, mas para o lado de Rui Patrício. 7 minutos depois foi a vez do Sporting causar perigo, com a particularidade de a ofensiva ter dado o primeiro golo. Miguel Veloso, espicaçado com os assobios que se faziam sentir sempre que este tocava na bola, recebe a bola a meio-campo e faz um passe soberbo para as costas da defesa da Naval, mais propriamente de Baradji, o médio francês escorrega, saindo da jogada e deixando o levezinho à solta, ainda derruba Liedson mas rapidamente este controla a bola e se levanta entregando para Pereirinha, que vem detrás, a oportunidade de fazer o primeiro tento do jogo, este não desperdiçou. O golo da Naval não demorou a chegar, visto que aos 16’, já Marcelinho fazia o gosto ao pé: Veloso tentava sair calmamente para o ataque, virando o jogo para Pedro Silva, que se encontrava na direita, porém o passe saiu fraca e deu a possibilidade a Marinho, que se encontrava perto de Pedro Silva, de interceptar o passe e apanhar o Sporting em contra-pé, foi o que fez! Seguiu com a bola controlada em velocidade, onde se lhe depararam dois obstáculos, de nome Daniel Carriço e Pedro Silva, o primeiro tentou fechar o espaço a Carlitos, o segundo precipitou-se a interceptar a bola e acabou a atirar-se disparado para o chão, num erro que lembra as escolinhas a competir. Perante esta displicência da defensiva do Sporting (dois homens deveriam ter chegado completamente para anular o perigo e mesmo Carriço poderia ter feito bem melhor), Carlitos não teve grande dificuldade em cruzar a bola para Marcelinho, que se encontrava no coração da área ausente de marcação e não perdoou. Estava assim feito o empate, num lance em que Veloso reuniu também muitas culpas, pela maneira como deixou Marcelinho ausente de marcação, para ir marcar Carlitos, que estava rodeado por Carriço e Polga. Aos 27’, Godemèche proporcionava ao Sporting um lance de grande perigo, ao fazer falta sobre Liedson, por trás, mesmo à entrada da área. Deste livre surgiu um golo soberbo da equipa de Alvalade, Moutinho preparar-se para bater, e executa o livre com o intuito de rematar forte e colocado à baliza, tentando o golo, obrigando Peiser a estar atento à trajectória da bola e a mover-se com a mesma. No meio de todo este cenário surge Liedson, sempre muito activo nas movimentações, a cabecear a bola, quando esta ia a cerca de meio da sua trajectória, para dentro da baliza da Naval. Aos 76’, foi a vez de Derlei tentar a sua sorte, após receber um centro de Moutinho, da direita, de pé esquerdo mas muito bem direccionado, aparecendo sem qualquer tipo de marcação e cabeceando ao lado do poste da baliza de Peiser. Aos 81’, a Naval oferece mais um lance perigosíssimo ao Sporting, tirado a papel químico do que deu o primeiro golo a Liedson, após Lazaroni ter tocado com a mão na bola à entrada da área. Como tal, o livre foi indirecto e não directo como o outro e Moutinho necessitou de um toque de Veloso para o lado, para poder rematar à baliza, onde Peiser socou a bola, mesmo tendo esta ido à figura. Mesmo a terminar (90+4’), Izmailov rouba a bola a um navalista em sítio perigoso, combina com Veloso, e aparece no centro com a bola controlada a rematar à figura de Peiser, muma jogada que, mais uma vez, não se percebe como é que o guardião soca a bola com os punhos e não a amarra, como deveria fazer sem grandes dificuldades. Como não fez o que deveria ter feito, apareceu Liedson, claro está, sempre a farejar oportunidades de golo, a não desperdiçar e a matar o jogo, com o seu bis.
Foi logo aos 4’ que o FC Porto levou perigo à baliza da Naval, através de um cruzamento da esquerda efectuado por Cissokho com destino a Mariano que, de cabeça, envia a bola na direcção da baliza, sendo esta sido interceptada por Daniel, na recarga Cristian Rodríguez, o melhor em campo segundo a imprensa, falhou o remate mesmo à boca da baliza, numa jogada de golo iminente, um falhanço! Aos 11’, Rodríguez sofre falta a meio-campo, falta esta que foi rapidamente executada por Lucho González, através de um passe magistral do capitão para Lisandro Lopez, longo, para as costas de Paulão. Após uma excelente recepção de pé esquerdo Licha adianta a bola e sofre, quanto a mim, grande penalidade na grande área da Naval aquando do choque com Peiser, ainda assim a bola seguiu em direcção à baliza sem a natural oposição do guarda-redes (Peiser), valeu (um golo) Paulão. Um minuto depois, aos 12’, Marcelinho chuta muito colocado, rasteiro, mesmo perante a oposição de Bruno Alves e vê Helton negar-lhe o golo através de boa defesa para canto. Aos 19’, o público gritou golo uma vez mais: após boa combinação na esquerda de Rodríguez com Cissokho, o uruguaio acaba por centrar rasteiro para a área, para o espaço vazio, onde aparece Mariano a chutar às mãos de Peiser, na primeira vez e, em seguida, a voltar a tentar o golo, desta feita de pé direito, mas viu Paulão safar mais uma grande oportunidade para os caseiros, desta vez o central figueirense teve o seu trabalho facilitado, uma vez que o extremo chutou em desequilíbrio, pelo que a bola foi frouxo, mas de qualquer das maneiras, o mérito nestas situações é sempre de atribuir ao jogador que lá esteve posicionado num momento tão crucial do jogo…Aos 30’, o FC Porto chega finalmente ao 1-0: após marcação de um livre rasteiro de pé esquerdo de Bruno Alves a descobrir Mariano , este acabou por fazer o que lhe competia fintando Diego Ângelo (adversário mais próximo) e chutando, de pé esquerdo, para o fundo das redes da baliza defendida por Peiser, que ainda lhe toca antes da bola entrar. Um minuto antes dos 45’, aos 44’, portanto, os visitados tinham mais uma oportunidade de ouro, a somar a tantas outras: Raúl Meireles segue para o centro do terreno, passa a bola a Lucho, um pouco mais adiantado que depressa dá na esquerda em Rodríguez que, por sua vez, acaba por ver Lucho sem qualquer tipo de marcação na área, completamente desmarcado. No fim de tudo, após lhe passar a bola (que desta vez Paulão, que se encontrava entre Rodríguez e Lucho, não conseguiu interceptar), El Comandante faz o mais difícil, enviando a bola por cima da trave. Aos 57’ foi a vez do “operário” Raúl Meireles, o homem dos sete ofícios, tentar a sua sorte, através de um remate de longe que acabou por sair ao lado do poste, contudo. O último lance de realce no jogo de ontem acabou mesmo por ser o 2-0 (69'), autoria de Lucho González. Raúl Meireles vê Mariano em boa posição, passa-lhe a bola de pé esquerdo, o argentino roda bem sobre si e, perante a oposição de três navalistas, coloca a bola por cima, que domina a bola de pé direito e, devagar devagarinho, a coloca junto ao poste da baliza de Peiser que, apesar da velocidade com que a bola ia, nada pôde fazer para impedir que esta entrasse. O futebol tem destas coisas, tantas e tão boas oportunidades de golo iminente para o lado dos dragões que, por uma razão ou por outra (quase sempre pela razão Paulão), acabaram por não dar em nada. Chega Lucho à baliza da Naval, aos 69’, e faz o golo, numa situação bastante mais complexa do que outras já acima referidas.
O Benfica não jogou bem e o jogo não foi bom. Contudo, tal não impediu que abrisse o marcador muito cedo, logo aos 3’, por intermédio de Pablo Aimar. O argentino sofre falta de Lazaroni, filho do treinador brasileiro que esteve ao serviço do Marítimo na temporada transacta e apurou o clube para as competições europeias. O livre é batido por Reyes, directo à área adversária, onde surge Diego Ângelo a aliviar a bola como pode, eis senão quando surgem Yebda e Godeméche a lutar pela mesma. Na sobra do lance, Aimar tira um chuto rasteiro e colocado, de primeira, sem quaisquer hipóteses para o francês Peiser. Aos 36’, Miguel Vítor (que fez uma exibição de luxo, interceptando uma investida de Baradji na área encarnada e estando na assistência ao segundo golo, por exemplo) tenta interceptar a bola a Simplício, ponta-de-lança da Naval substituído ao intervalo por Marcelinho, caindo mal e ficando no chão bastante queixoso. A bola acaba por sobrar para Godeméche que abre na direita em David, jogador sempre muito activo em missões ofensivas. O português toca para o meio, onde Simplício se encontra na entrada da área, rodando sobre si e chutando forte, com a bola a sair, porém, por cima da baliza do Benfica, naquele que foi um belo movimento à ponta-de-lança. Já na segunda parte, mesmo no início (53’), a Naval chega ao golo através de finalização de Marcelinho. Após lançamento da esquerda efectuado por Daniel Cruz para a área, Godeméche surge entre Yebda e Maxi Pereira, cabeceando a bola para as suas costas, onde, após Luisão ver falhada a sua tentativa de tirar a bola com a coxa, é Marcelinho quem aparece a rematar a bola para o fundo das redes da baliza visitante. Quatro minutos depois, após um passe primoroso de Reyes, feito ainda antes da linha de meio-campo, a desmarcar Di María, na esquerda, o Benfica atirou à barra por intermédio de Angelito, aos 57’, ele que fez um jogão e comprovou uma vez mais que tem de jogarsempre (bendita hora – segunda parte no jogo contra o Paços de Ferreira, na Luz – em que Quique percebeu que devia pensar em Di María como primeira opção para a direita, em detrimento de Rubén Amorim e puxar o centro-campista português para o centro do terreno). Aos 63’, já o Benfica corria atrás do prejuízo, quando Cardozo teve uma boa oportunidade de golo que por pouco não servia para alterar o marcador: lançamento lateral marcado por David Luiz, na esquerda para Cardozo que quase perdia para Paulão, entretanto Di María veio detrás tentar seguir com a bola controlada para a baliza, tendo para isso, de passar “apenas” por Diego Ângelo, único obstáculo na altura, porém caiu e viu Cardozo recuperar a bola e tentar o golo mesmo com a pressão de Lazaroni, picando a bola e vendo a mesma passar perto do poste. Aos 73’, o Benfica chega mesmo ao golo por intermédio de Katsouranis, o melhor em campo segundo a imprensa e, por conseguinte, principal protagonista das capas dos jornais de hoje, no seguimento de um livre que teve origem numa falta inexistente de David, em que o árbitro entendeu que o jogador figueirense tocou a bola com a mão, quando na realidade a bola lhe foi à cara, após um toque de Di María. O livre, esse, foi batido pelo habitual marcador de livres, José António Reyes, que, da esquerda, coloca a bola ao segundo poste em Miguel Vítor que a passa de cabeça para o poste oposto, onde aparece, ausente de qualquer tipo de marcação, Katso a facturar e a dar os três pontos à águia. Nota para Reyes que, apesar de muito criticado por Quique (bem sei que faz parte da estratégia e não estou de maneira nenhuma a criticar a atitude do treinador espanhol) durante o desenrolar da partida, e pelos comentadores televisivos, acaba por estar na origem dos dois golos e no (excelente) passe de ruptura que originou o remate à barra de Di María – momentos cruciais do jogo – e é nisto que jogadores da qualidade individual de Reyes se distinguem dos outros: mesmo quando aparentam estar a jogar mal, a qualquer momento sacam um coelho da cartola e dão outra intensidade ao jogo, outro resultado, por vezes, como foi este caso. No exemplo de Reyes, há a tal particularidade da marcação de livres, tipo de lances em que o espanhol é perito.