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domingo, 11 de julho de 2010

Mundial 2010: Dia 31


Holanda 0 – Espanha 0 (0-1 a.p.)

Del Bosque decidiu seguir o lema que diz que em equipa que ganha, não se mexe e não mexeu, manteve o 4-2-3-1 que estreou frente à Alemanha, colocando exactamente os mesmos jogadores em todas as posições do 11. Manteve, por exemplo, Pedro, que contra a Alemanha foi fundamental na vitória, ele que substituiu Torres no onze.

E a Espanha entrou muito bem no jogo, deixando em aberto a possibilidade de tornar esta final num jogo aberto e muito atractivo, bastando para tal que a bola tivesse entrado nessa entrada que se fazia prever fulgurante. Contudo, com o passar dos minutos, a Holanda de Van Marwijk (essa sim, muito respeitadora da filosofia de não mexer em equipa que ganha: ganhou todos os jogos que a levariam à final, sempre com o 4-2-3-1 e com um onze base muito bem definido, que apenas variava por obrigação, entenda-se, castigos ou lesões) foi conseguindo contrariar essas investidas espanholas e também a Espanha foi tirando o pé do acelerador, fazendo com que o jogo acabasse por não ser um grande espectáculo, apesar das muitas oportunidades de golo iminente para ambos os lados, mas sim um jogo interessante, pelas oportunidades já faladas, e pelo confronto de duas boas selecções. Ambas muito organizadas e merecedoras de terem chegado onde chegaram – o que não significa, claro está, que também outras, como a Alemanha, não merecessem.

Apesar do meu prognóstico (desde antes da prova dar início) ter recaído sempre na vitória da Espanha, a partir dos oitavos-de-final todos os jogos são jogos de mata-mata pelo que tudo pode acontecer e, teoricamente, essa imprevisibilidade aumenta ainda mais, consoante se vai progredindo no Campeonato, já em forma de Taça. Pelo que, repito: teoricamente, porque no futebol só se pode analisar a teoria nas antevisões dos jogos, a Espanha demonstrava ser favorita, mas na minha cabeça subsistia sempre esse possível acontecimento. Isto é, apesar de estar perfeitamente convicto de que a Espanha demonstrava um maior poderio para vencer e erguer o troféu, subsistia sempre a possibilidade do trio maravilha da Holanda entrar inspiradíssimo em campo, deixando desde o apito inicial a Espanha em sentido e não deixando a selecção ibérica ganhar confiança, encostando-a com a maior frequência e consistência possíveis às cordas. Nada disto aconteceu. Pois só mesmo muito inspirados, poderiam Kuyt, Sneijder e Robben fazê-lo e, apesar da inspiração de Robben, que apesar de não estar no seu auge, estava lá, sentia-se nas suas arrancadas, diagonais e habituais ‘sacanços’ de amarelos aos adversários, a Espanha foi sempre muito coesa e decidida na hora de não deixar respirar, pensar e criar perigo o trio. Nem Van Persie, este escusado será dizer, tendo em conta a equipa que tinha à sua disposição e o tempo de jogo que lhe foi disponibilizado em toda a Competição foi, sem qualquer dúvida, para mim, dos piores do Mundial.

Mas, para mal dos pecados holandeses, não foram só os homens da frente que não conseguiram explanar devidamente o seu futebol. Van Bommel e De Jong, que em todos os outros jogos tiveram grande peso nas vitória, nada puderam fazer para evitar esta. Assim aconteceu com Van Bronckhorst e, para mim, estiveram a um nível alto os centrais Mathijsen e Heitinga e a um nível muito alto esteve Stekelenburg, realizador de defesas de grande gabarito (safou mesmo, sem vontade, cerca de 3 golos à sua selecção).

Gostaria de expressar a minha pena pelo Campeonato de Van der Wiel, uma vez que se trata de um jogador que admiro muito e para o qual projecto um grande futuro. Penso mesmo que será dentro de poucos anos um dos melhores laterais-direitos do Mundo, com todas as condições de se impor como o melhor. E um Mundial é sempre uma Competição que puxa animicamente para cima qualquer jogador e há sempre um bom punhado de jogadores que o sabem aproveitar, casos de Coentrão e Eduardo, nacionalmente falando, e Forlán, Suárez, Muller, Sneijder e Schweinsteiger, só para citar alguns casos internacionais. Com muita pena minha, tal não aconteceu com Van der Wiel, que logo no 1º jogo, contra a Dinamarca teve, quanto a mim, o seu melhor jogo do Campeonato, fazendo antever grande Competição, muito participativo no ataque e consistente a defender. Assim esteve, não demonstrando mais daquilo que realmente vale, vindo, depois, a perder o brilho de jogo para jogo.

Aquilo que há para dizer da Espanha, do seu jogo, penso que já foi bastante escalpelizado, tanto aqui no blog, como noutros meios de comunicação. Contudo, penso ser de bom senso, realçar a campanha excepcional de Sérgio Ramos, depois de um Euro 2008 fantástico, um Mundial 2010 também fantástico. Continua, para mim, a ser o melhor lateral-direito do Mundo, nunca chegou a perder esse trono para Maicon ou Dani Alves e fico contente por ver que neste Mundial foi muito superior aos seus colegas de posição. Para mim, o melhor espanhol, o mais regular e consistente. Aquele índio de que ninguém fala, está sempre a incorporar o ataque espanhol sendo tão ou mais importante que Iniesta ou Pedro neste momento do jogo, uma vez que vem de trás e torna-se mais um, um sem marcador directo, definido. E a defender dispensa também apresentações, ele que como se sabe, é central de raíz. Absolutamente soberbo.

Uma última palavra também para Casillas (111 internacionalizações A), uma segurança na Roja, um fenómeno na sua posição, titular da baliza blanca com apenas 19 anos de idade, Iker foi importantíssimo nesta conquista, sendo que o maior elogio que lhe posso fazer é que apenas um lance ‘negativo’ me ficou na retina, em todo o Campeonato, a bola que não agarrou pontapeada por Cristiano Ronaldo, que poderia ter sido letal no ressalto, com malefícios para a sua equipa e para os seus. Contudo, se olharmos e compararmos com todos os outros guarda-redes em prova, facilmente constatamos que se não foi o melhor, está no top 2.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Mundial 2010: Dia 27


Alemanha 0 – Espanha 1

“Assim sim!”, bem poderão exclamar os espanhóis. Finalmente, após tantos e tantos jogos, a Espanha voltou a jogar 90 minutos à Espanha. Ainda só o tinha feito logo no 1º jogo, contra a vencedora Suíça. E perdeu. Poderão dizer os menos atentos que também contra Portugal jogou à Espanha. Discordo. Jogou à Espanha quando se apanhou em vantagem – logo, não jogou à Espanha – e num jogo cuja filosofia abordada pelo adversário encaixa perfeitamente (bem como contra os suíços) na filosofia espanhola.

Hoje vimos uma Espanha que sufocou a Alemanha. Poderá invocar-se a baixa de Muller e a verdade é que a perda de um jogador da qualidade do jovem alemão, estreante nestas andanças mas já com tanta preponderância na equipa, terá ajudado a ditar as leis do jogo. Sempre mostrei, e continuo a mostrar, ‘mágoa’ pela ausência de um dos melhores do Mundial, contudo sou capaz de afirmar, ciente de que suposições destas, ainda para mais em futebol, são completamente inúteis e infundadas, que mesmo com a presença de Muller em campo, em detrimento do apagadíssimo (nada jogou!) Trochowski, não bastaria à mannschaft para obter o passaporte para o último jogo de selecções que o Soccer City acolherá nos próximos largos meses.

Falava em sufoco por parte da Espanha à Alemanha, como também poderia referir apenas alguns nomes (Xavi, Iniesta, Xabi Alonso, Busquets, Villa, Sérgio Ramos,…) que seriam sinónimos dessa mesma descrição. É que, para bem do futebol, hoje vimos a Espanha a jogar sem qualquer tipo de medo de enfrentar a selecção que marcou 4 golos à Inglaterra e, mais recentemente, à Argentina, nos oitavos e quartos, respectivamente. Com Busquets e Xabi Alonso a garantirem os equilíbrios da equipa, com o 1º a ficar com missões mais defensivas e o 2º com autorização para se aventurar um pouco mais no terreno, tendo algumas investidas de vez em quando, Xavi colocou-se à frente da dupla a pautar enquanto que Iniesta e Pedro Rodríguez, que substituiu Torres no onze e implicou mudança de 4-3-3 para 4-2-3-1, estiveram endiabrados durante todo o jogo, trocando de flancos, fazendo diagonais e 30 por uma linha! Foi toda esta máquina a carburar, com Villa na frente a manter o nível que vem mostrando nos jogos passados e uma dupla de centrais de excelência, com Piqué encarregue de subir no terreno e iniciar, desde trás, a construção de jogo ofensivo da Espanha, que permitiu que Sérgio Ramos passasse praticamente todo o jogo no meio-campo da Alemanha, com poucas preocupações defensivas. Que não deu quaisquer hipóteses à Alemanha de aplicar a sua matreirice e frieza nos contra-ataques, simplesmente não deu.

A Alemanha terminou o jogo com 1 remate perigoso, com possibilidade vincada de golo, num remate de Toni Kroos bem perto de Casillas. Foi este o único lance que fez com que Casillas largasse o conforto da sua posição vertical, para se esticar ao comprido e defender em esforço.

Já a Espanha podia até ter feito o 0-2, não fosse Pedro demasiado guloso, ao ponto de não passar a bola a Torres que, recém-entrado e ao seu lado esquerdo se encontrava, numa jogada de golo absolutamente iminente. Acabou por perder a bola e também algum brilho que vinha acumulando desde o apito inicial e desmanchando o título de exibição irrepreensível que a imprensa teria obrigatoriamente e sem possibilidades de incorrer em facciosismos bacocos, de colocar.

Temos uma Espanha aparentemente recuperada para a final, face a uma Holanda que não deixou boa imagem na meia-final e passou sem brilhantismos, certamente, pois, com vontade de regressar em alta e temos também uma Alemanha ferida no seu orgulho, por aquilo que jogou, ou não jogou, com Muller de volta, pronta a defrontar um Uruguai muito emocional e que já demonstrou ter capacidade de poder disputar um jogo com os melhores, também ele com Suárez (e Fucile) regressado, apontando ao 3º lugar. Ainda ferve, ainda ferve…

sábado, 3 de julho de 2010

Mundial 2010: Dia 23


Argentina 0 – Alemanha 4

A Alemanha entrou muito bem no jogo, com Muller a responder da melhor maneira a um livre de Schweinsteiger e a cabecear para a baliza de Romero, que foi muito mal batido.

A Argentina tentou responder, mais individualista que a Alemanha, naturalmente, mas a equipa de Low demonstrou, uma vez mais, ser a selecção mais bem organizada em prova e, quanto a mim, só possível de ser travada pela melhor Espanha, isto é, aquela Espanha que sabe trocar a bola entre si e deixar o adversário a cheirar a bola, com a filosofia de jogo do Barça e com grandes individualidades que podem decidir no último terço.

Schweinsteiger, jogador que há muito quero colocar no onze ideal da jornada, fez um jogão, sempre muito consistente e aproveitou o facto de Khedira ter jogado a grande nível para poder subir mais no terreno e participar um pouco mais nas acções ofensivas da equipa.

Muller, o jovem virtuoso do Bayern encheu, também ele, o campo. E quem perde, mais do que a Alemanha, pela sua ausência da meia-final por acumulação de amarelos, é o futebol, que chorará a ausência de um dos melhores jogadores do Mundial, que chegou à Competição com apenas 2 internacionalizações.

Voltou também a ser gigante Ozil, letal nos contra-ataques, como se viu no 4º e último golo do jogo. E mantenho o que venho dizendo de Klose: trata-se de um dos goleadores mais frios da actualidade, mas já desde há alguns anos largos.

Em 6 remates à baliza, 4 deram em golo e a Argentina precisava mais do que um Di María a fazer o seu melhor jogo, um Tevez lutador e a ter de vir buscar a bola atrás e um Maxi Rodríguez (o da 1ª parte) mais compreendido e imitado na capacidade de, também ele, vir buscar a bola atrás e empurrar a equipa para a frente. Precisava de uma capacidade de contrariar a Alemanha muito maior: um Messi mais influente, pois contrariamente a Di María, fez o seu pior jogo, sempre muito marcado; um Mascherano que tivesse mais apoio de toda a equipa e que não estivesse sempre marcado em cima por Ozil, uma vez que é ele o 1º homem da transição ofensiva da equipa, é ele quem transporta a bola e a coloca em Messi, Maxi ou Di María; um Higuaín mais esclarecido e inspirado na hora de finalizar, ele que também, escusado será dizer, esteve muito marcado.

Contudo, pouco mais há a dizer, se não que a Alemanha foi muito mais forte, como sinceramente já esperava, talvez não com tanta supremacia, e que não deu qualquer hipótese à Argentina que obrigava os jogadores mais criativos – costuma ser só Messi a ter essa preocupação de maneira tão ostensiva – a virem buscar a bola a Mascherano, que por sua vez, não tinha espaço para pensar e entregar, como ele tanto gosta. Normalmente (viu-se muito na 1ª parte, até à troca de Di María por Maxi) era Maxi a vir apoiar, dando a ilusão temporária que a Argentina jogava com um duplo-pivot. Tratava-se apenas de uma ilusão.

Uma última palavra para a troca de Di María com Maxi. Via-se desde o início que a oficialização da transferência de Di María para o Real Madrid retirou-lhe muita ansiedade, que não o deixava explanar o seu futebol na selecção e num palco tão vistoso, e ao mesmo tempo tão temível, pela pressão que acarreta, como é um Mundial de Futebol. Via-se que a pressa de ganhar no um-para-um, de mostrar que tinha capacidade para ganhar, essencialmente, não dignificava a sua qualidade e que hoje surgiu, desde o apito inicial, com outro arcaboiço para jogar, simplesmente. Um dos que demonstrava maior espírito de luta era Maxi, e Maradona decidiu trocá-los. Mais franzino, Di María saiu da asa do experiente Lahm, que poucas hipóteses dá aos atacantes, e passou para a asa do jovem Boateng, ficando a partir desse momento Lahm incumbido de marcar Maxi, jogador que outro porte físico e habituada a jogar em campeonatos mais competitivos, aumentando também o rendimento de Di María, muito mais capaz de diagonalizar o seu jogo e fazer uso da sua meia distância.

Paraguai 0 – Espanha 1

Muito bom jogo do Paraguai, muito mau jogo da Espanha. Este jogo foi ideal para se perceber que esta Espanha tem muitas dificuldades a jogar contra equipas que pressionam forte e agressivas. Já assim tinha mostrado o jogo contra o Chile de Bielsa. O que nos leva a nós, portugueses, desejar e imaginar como teria sido o desfecho do jogo com Portugal, se este tem entrado agressivo no jogo, a pressionar a Espanha em cima, mal esta recebe a bola, porque a verdade é que esta Espanha está longe, muito longe da de 2008. Quando se vê que selecções como Paraguai e Chile, por muita qualidade que tenham, conseguem não deixar jogar o meio-campo de Espanha e, consequentemente, Espanha, facilmente se percebe as dificuldades por que passa a Roja e rapidamente se questionam as hipóteses que terá contra a Alemanha, cuja baixa de peso dá pelo nome de Muller.

Martino montou cuidadosamente a sua equipa para este jogo, ciente da capacidade do seu adversário, voltando ao 4-4-2 do início do torneio, apostando na saída de Vera, dos melhores da equipa, e na entrada de Cardozo, para contrastar com as características de Valdez – o que não deixa de impressionar os mais atentos, uma vez que à frente de Cardozo, com características semelhantes, encontra-se Santa Cruz, que depois acabou mesmo por entrar, mas o que é facto é que o paraguaio fez um bom jogo assim, claro, como Valdez, que até viu o seu golo absolutamente válido, anulado. Que jogador é Valdez, demonstrou-o durante todo o tempo de jogo que Martino lhe ofereceu neste Mundial: lutador nato, porte atlético grande, corre e dá tudo em campo: saiu esgotado aos 72’, não aguentou mais, já estava esgotado quando o árbitro apitou para o intervalo!

Dizia eu que Martino, lá terá as suas razões…, prescindiu dos serviços de Vera para este jogo, numa atitude inesperada e deu a titularidade a Barreto e Santana, nas alas, mantendo os intocáveis Cáceres e Riveros no meio do meio-campo, a segurar o jogo espanhol. Tirou também Bonet, bom jogador, e apostou em Verón, que também actuou a bom nível. Para além da dupla de centrais, que já venho elogiando há muito, esta selecção paraguaia tem um jogador que me enche as medidas: actua na lateral-esquerda da defesa e dá pelo nome de Morel, jogador de 32 anos, actua no Boca Juniors há 6 anos e na Argentina fez todo o seu percurso futebolístico.

Pouco há a dizer da Espanha, uma desilusão constante. Os grandes jogadores que estão lá não rendem o esperado (sim: Xavi, Iniesta,…!) e há muito depende de Villa para resolver os jogos (já assim foi contra Portugal!).

terça-feira, 29 de junho de 2010

Mundial 2010: Dia 19


Paraguai 0 – Japão 0 (5-3, G.P.)

Um jogo equilibrado, com algumas oportunidades de golo para ambos os lados, mas nada assim de muito flagrante, até porque ambas as defesas estiveram muito sólidas e concentradas.

Ambas as equipas mantiveram-se fiéis a si mesmas, com o Paraguai apenas a trocar Cáceres por Ortigoza, para o lugar de trinco por pura obrigação, uma vez que o 15 da equipa sul-americana se encontrava a cumprir castigo.

Pareceu-me a mim que o Japão, apesar de ter feito um bom jogo, acusou um pouco a ansiedade e não conseguiu manter aquele seu jogo fluido, com trocas de bola entre si, muito colectivo, que faz quando não acusa pressão, como contra a Dinamarca, quando o jogo de fácil não tinha nada, antes pelo contrário. Conseguir manter a pressão afastada começa a ser cada vez mais difícil à medida que a Competição avança, ainda para mais nas selecções que não têm historial no que toca a presenças em fases adiantadas de Mundiais.

O certo é que, quanto a mim muito pela falta de presenças em fases tão adiantadas da prova de ambas as selecções, ambas tiveram muito cuidado com a abordagem do jogo, uma vez que ambas sabiam quem estava do outro lado, e em nenhum dos casos era fácil obter o carimbo para a fase seguinte.

Pouco há a dizer. Como já referi, ambas as equipas actuaram como o têm feito sempre e o jogo em si não foi muito bonito, mas também não foi feio. Poderá parecer repetitivo, mas o facto é que é natural que jogos destes sejam assim.

Na 2ª parte, o Japão tentou surpreender, juntando mais as suas linhas, e o que é facto é que fez uma 2ª parte melhor do que a 1ª, que foi muito equilibrada. No prolongamento, as equipas já estavam cansadas e só num lance de bola parada ou num ressalto poderia ficar resolvido um jogo que não ficou resolvido em 90 minutos.

Espanha 1 – Portugal 0

Portugal entrou com a sua estratégia bem definida. Queiroz optou por não adoptar a postura defensiva com que abordou o jogo com o Brasil, num 4-1-4-1 e voltou ao 4-3-3, mostrando não temer os espanhóis.

Na 1ª parte, a exibição de Portugal foi boa, com os jogadores lusos a saberem o que tinham de fazer. Quando a equipa não tinha a bola em sua posse, Cristiano largava a ala, ocupando a posição 9 e a equipa formava um 4-5-1, com Hugo Almeida a recair numa das alas do meio-campo, na da esquerda, quando Simão se encontrava na direita, e assim vice-versa.

Espanha soube voltar ao seu futebol, implacável na troca de bola entre os seus membros. Mas mérito para Portugal, que soube não deixar a Espanha chegar aos seus intentos e muito mérito para Eduardo, que impediu, literalmente, que a Espanha chegasse ao golo por 3 ou 4 ocasiões.

Na 2ª parte, a Espanha continuou a fazer o seu jogo, cada vez mais forte, impulsionada essencialmente pela substituição de Torres, que está muito em baixo de forma – vem de lesão –, por Llorente, que fez grande jogo e aumentou o poder de fogo na frente da roja. E Portugal não conseguiu manter a Espanha pressionada e ao mesmo tempo conseguir jogar, criar jogadas por si mesmo. Conseguiu continuar a pressionar a Espanha mas a parte de criar algo sozinho, como conseguiu por poucas vezes na 1ª parte, já não teve capacidade.

Deu-se o golo, com a Espanha a conseguir furar a muralha defensiva portuguesa, numa grande jogada, que permitiu a Villa marcar à 2ª após passe de calcanhar de Xavi e defesa de Eduardo a remate feito por si.

Tinham os adeptos portugueses esperança numa reacção positiva da parte de Portugal, pedia-se influência a Cristiano (já tinha tido oportunidade em conversas de amigos de dizer que o Ronaldo não ia jogar nada, perspectivando uma marcação cerrada à sua pessoa, como se veio a confirmar), mas nunca ouviram as preces dos adeptos os jogadores lusitanos.

Acabou Portugal a jogar em 4-4-2 com Ronaldo e Liedson na frente e Danny sobre a esquerda do meio-campo, com Tiago no lado oposto e Raúl Meireles e Pedro Mendes no meio, chegando mesmo Pedro Mendes a ocupar o lugar de trinco, com a natural mudança para 4-1-3-2.

Espanha jogou muito melhor que Portugal, que se limitou a tentar contrariar o jogo espanhol, através das poucas oportunidades que teve. Dominou o jogo, com 61% de posse de bola e terminou o jogo como sabe: trocando a bola no seu meio-campo e deixando Portugal a cheirá-la. Para mal dos nossos pecados, para bem do futebol.