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sábado, 4 de outubro de 2008

Benfica 08/09

Tenho vindo a defender que este Benfica tem potencial para grandes feitos e nesta semana a equipa da Luz correspondeu às minhas expectativas ao realizar duas grandes exibições (contra Sporting e Nápoles, os dois em casa, a contar para a Liga e para a Taça UEFA, respectivamente; em ambos os jogos venceu por 2-0). Primeira grande aquisição para a época 2008/09 e que foi responsável por todas as restantes: Rui Costa. Se ainda restavam dúvidas quanto à capacidade do antigo maestro e agora director-desportivo e administrador da SAD em tomar as rédeas do glorioso, estas já se terão dissipado pois, afinal de contas, o Benfica precisava (e continua a precisar) de estabilidade e boas soluções dentro do plantel e, ao que tudo indica, o antigo número 10 dos lampiões veio rectificar ambas as necessidades da águia. E vai ser pelas boas soluções encontradas pelo Benfica para fazer frente à longa época que tem pela frente que eu vou começar a escrever. Questionava-se se o facto de Rui Costa ter sido um antigo jogador de futebol (de classe mundial) poderia ter uma relação directa com as suas habilidades na função que agora desempenha. O que é facto é que, e por isso serem importantes os parêntises que eu coloquei para elevar Rui Costa a um nível superior ao da grande maioria dos jogadores: um ex-jogador de classe mundial, Rui Costa percebe os jogadores, compreende-os e sabe o que é ser como eles, possui uma lista de contactos infindável e, para somar a todas estas virtudes e vantagens, trata-se de um homem muito respeitado no Mundo do Futebol, não só por ter sido o jogador que foi, dos melhores que já passaram pelos relvados, como também pela sua postura e atitude. Por tudo isto, arrisco-me a afirmar que Rui Costa será mais importante no Benfica como director-desportivo do que o foi enquanto jogador. O tempo me dará razão.
Depois de feita uma pequena introdução aos muitos benefícios que acredito que Rui Costa ainda pode trazer e está já a trazer para "sua casa" , vou então passar a dar a minha opinião relativamente aos reforços encarnados para encarar com garra a época que começou há quatro jornadas. Começando por Quique Flores. Boa aposta de Rui Costa: treinador jovem, ambicioso, disciplinador que, apesar da pouca experiência como treinador (treinou as camadas jovens do Real Madrid, onde apanhou jogadores muito desejados por si para o seu novo projecto com o Benfica, esta época, tais como Javier Balboa, Luís García e Jordi Codina - apenas as negociações pelo primeiro chegaram a bom porto -, seguiu-se o Getafe, cargo que ocupou de 2003 a 2005 e, antes de assinar pelo Benfica, o Valência, entre 2005 e 2007), já tem realizado bons trabalhos pelos clubes por onde passou. Para além dos seus atributos enquanto treinador, Quique impressiona com as frequentes declarações positivas, humildes e perspicazes que profere e que encaixam que nem uma luva naquilo que se pretende para o "Novo Benfica", tais como "90 % de suor e 10 % de sorte", e com as substituições eficazes que efectua. Relativamente a jogadores, é de notar que o Benfica parece ter acertado em todas as suas contratações, factor fundamental para o sucesso de uma equipa e que tem permitido ao FC Porto manter-se no topo da Liga nos últimos três anos. Começando pelos reforços sonantes, os nomes de Pablo Aimar, José António Reyes e David Suazo falam por si: jogadores de classe mundial e que têm como denominador comum o facto de falarem todos a mesma língua, o castelhano. Aimar foi a grande contratação da época, o grande nome arranjado pelo Homo-mercato do Benfica para o suceder, sendo a sua responsabilidade a de fazer, não digo esquecer Rui Costa, pois isso será impossível, mas sim tentar "tapar" ao máximo o buraco da sua ausência. Porém, até aos dias que correm, ainda não conseguimos ver jogar o "verdadeiro Aimar", pois o que chegou tem estado permanentemente lesionado e limitado fisicamente, todavia, quando pega na bola, vê-se logo que se trata de um jogador com uma técnica bastante acima da média e que, se recuperar a sua forma física de outrora, constituirá certamente uma grande mais-valia para o Benfica. David Suazo demonstrou toda a sua classe ao facturar na sua estreia pelo Benfica, fora, contra o Nápoles e, apesar de se ter lesionado, teremos ainda muito tempo para observar a sua capacidade de explosão durante várias jornadas, nacionais e europeias. Por fim, ainda no campo dos reforços sonantes, Reyes tem sido o reforço que mais rápido se tem adaptado à realidade do clube da Luz, tendo esta semana marcado dois golos decisivos, que deram o mote a duas vitórias importantíssimas e que mais rápido tem caído na graça dos adeptos. É de relembrar que apenas Aimar foi adquirido na totalidade, por 6,5 milhões de euros, ao passo que o Benfica ainda só adquiriu 25% do passe de Reyes por 2,65 milhões de euros, que vem por empréstimo de uma época, com uma cláusula de compra avaliada em 8 milhões de euros e David Suazo que, apesar de em Itália afirmarem que o empréstimo de um ano contempla cláusula de compra, tudo indica para o contrário. A boa política de contratações do Benfica para a temporada 2008/09 não se limitou a reforços sonantes (nem devia, devido ao elevado preço dos mesmos, não só a nível da transferência, como também dos salários), mas também a duas jovens promessas internacionais, a jogadores em fim de contrato e, como tal, adquiridos sem qualquer custo envolto na transferência e ainda a jogadores que não se incluem nem num grupo nem no outro, como são os casos de Carlos Martins e Javier Balboa. Assim, o Benfica apostou em Urreta, extremo-esquerdo/ponta-de-lança uruguaio, que veio do River Plate do Uruguai. Tido como uma das grandes promessas do seu país, Urreta transferiu-se para o Benfica a troco de 1,25 milhões de euros estando na altura a realizar um início de campeonato promissor com 8 golos em 14 jogos e a sua aquisição a ser disputada por algumas equipas europeias, com especial destaque para Chelsea, Real Madrid e Ajax. Apesar de alguma imaturidade própria da idade, este jovem mostra-se bastante bravo e raçudo a jogar, demonstrando possuir também boa velocidade. Sídnei, a outra jovem promessa internacional teve como cartão de visita os 5 milhões de euros dispendidos pelo Benfica por metade do seu passe, o que só demonstra a grande esperança que o clube da Luz deposita neste jovem brasileiro. Sídnei tem cumprido a sua missão com excelência, realizando grandes exibições, tendo inclusivé já marcado contra o Sporting, no jogo a contar para a quarta jornada da Liga, e contra o Nápoles na primeira-mão da eliminatória de acesso à fase de grupos da Taça UEFA. Destaca-se pela sua compleição física (185 cm e 80kg) e pelos bons índices de desarme que apresenta. Pegando nos jogadores contratados a custo zero, temos os portugueses Rúben Amorim, que abre uma excepção à regra, pois, apesar de estar em fim de contrato, "obrigou" o Benfica a pagar uma indemnização ao Belenenses de 900.000/1 milhão de euros, jogador que está a dar continuidade à sua qualidade já conhecida aquando dos tempos do Belenenses, agora num clube que já chegou a representar nos escalões de formação, clube esse com ambições e pressão maiores que o de Belém. Jorge Ribeiro, contratado ao Boavista, ele que também já tinha representado o clube da Luz: ao serviço do Bessa, facturou oito golos e realizou sete assistências em 26 encontros na época passada, que constituiu a sua primeira e última época de pantera ao peito. Outro jogador contratado a custo zero ao Boavista , foi Ivan Santos, internacional sub-20 também ele português, uma das maiores promessas nacionais disputado, entre outros, pelo Belenenses, que acabou por ingressar no clube da Luz, apesar de ter sido logo emprestado ao seu clube formador de onde tinha acabado de sair - Boavista - e pelo qual veste o número 10 nas costas e forma a dupla atacante com João Tomás (nº9, jogador que teve passagens, entre outros, pela Académica, Benfica, Bétis e Braga). No plano internacional, ainda a custo zero, encontra-se a situação de Hassan Yebda que, apesar de ter ganho o campeonato do Mundo de sub-17, em 2001, pela França, numa selecção em que figuravam, entre outros, os primos Sinama-Pongolle e Anthony Le Tallec, "ninguém" (e quando digo "ninguém", estou a incluir-me nesse "ninguém") dava nada por um médio do modesto Le Mans, que ficou em nono lugar na liga francesa no ano transacto, que jogou apenas 17 jogos a titular e neste momento é admirado por toda a gente, pelo excelente jogador que é: um trinco/interior muito útil e eficaz, com uma grande compleixão física (187cm e 77kg), muito alto, varre o meio-campo, bom no passe curto e que realiza muitas faltas inteligentes. Forma uma excelente dupla no meio-campo benfiqusita com Carlos Martins. Um jogador inteligente e bastante interessante (aqui fica uma grande contratação de que há uns meses falava, que os clubes têm, ou pelo menos deviam, de fazer: avaliar as capacidades dos jogadores e encaixá-los na equipa tendo em conta as suas capacidades e não o que fizeram nos últimos meses ou o facto de serem de renome). Para terminar esta curta análise aos reforços encarnados temos, entre os reforços sonantes e os que vieram a custo-zero, Javier Balboa, contratado ao Real Madrid por 4 milhões de euros, jogador que tarda bastante a impôr-se (é suplente) e o magnífico Carlos Martins, jogador de características que aprecio bastante, características estas que se baseiam na visão de jogo e na capacidade de passe (longo e curto), essencialmente, o que a juntar à sua garra, capacidade de marcar cantos, livres e rematar de longe, o tornam num dos melhores jogadores da Liga Portuguesa. Para além do mais, está com uma vontade muito grande de se impôr no futebol português, oportunidade que lhe foi dificultada em Alvalade, onde tinha fama de indisciplinado. Mais uma grande contratação do Benfica.

Como Rui Costa e Quique Flores têm tentado passar a mensagem: é preciso tempo para construir uma equipa e os adeptos precisam de ter paciência. Tem de haver humildade e esforço para catapultar o Benfica para os tempos gloriosos outrora sentidos com frequência na Luz. Mas uma coisa é certa, o Benfica está no bom caminho...