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domingo, 5 de setembro de 2010

Mais uma da dupla maravilha...


Tenho andado muito calado, e como já devem ter percebido a inspiração para escrever é um atributo que me escasseia quando fico sem escrever durante algum tempo. Associado à pouca disponibilidade para escrever na época de férias, este factor faz com que não tenha expressado, entre outros assuntos, a minha opinião sobre o caso Moutinho, que não é caso nenhum. Sobre a transferência de Moutinho do Sporting para o Porto.


E primeiro é necessário recuar um pouco o filme. Verão de 2009, Bettencourt assume a presidência com esmagadora maioria dos votos, ultrapassando a barreira dos 90%, comparativamente ao derrotado Paulo Pereira Cristovão, que se teve de contentar com menos de 10% dos votos. Mal assumiu a presidência, penso até que mesmo antes desse acto, Bettencourt reforçou a ideia de que o clube necessitava de manter o cinto apertado no que a transferências dizia respeito. Assim, todos os gastos teriam de ser bem ponderados e a filosofia do clube, caracterizada por uma forte aposta na formação de jovens valores e pela contenção nos gastos, seria para manter. Não nos esqueçamos que esta filosofia resultava em pleno há 4 anos, com outros tantos segundos lugares e presenças na Liga que distingue realmente os verdadeiros campeões. Esqueci-me contudo de um pormenor importantíssimo: o que move um clube e influencia, muitas das vezes, as decisões das suas direcções são os adeptos e, neste particular, os adeptos leoninos viveram, quer se queira, quer não, 4 anos excepcionais, uma vez que em todos eles ficaram a ver o Benfica pelo retrovisor na tabela classificativa, acontecimento que por si só lhes basta para esquecerem o jejum de 8 anos e os escassos 8 campeonatos ganhos na última metade de século.


Contudo, não demorou muito até Bettencourt perceber que o Benfica tinha todas as condições para ganhar o título nacional 2009-10 e que o seu Sporting tinha todas as condições para se ir afundando na tabela classificativa, jornada após jornada. Assim foi, começou mal a equipa de Paulo Bento, culminando o mau momento com a demissão do 'Ferguson de Soares Franco', que posteriormente viria a reconhecer que a grande forma evidenciada pelos comandados de Jesus desde a pré-época tinha actuado como um tónico implacável para os lados de Alvalade. Para o seu lugar chegou Carvalhal e a equipa não arranjou melhor do que um 4o lugar enganador, principalmente para os próprios adeptos que se gabaram de não terem ficado em 6o, como aconteceu com os seus (grandes) rivais de Lisboa, naquela que foi a sua pior classificação de sempre, mas que se esquecem que nessa época, o Benfica terminou o campeonato a 23 pontos do Boavista, ao passo que o Sporting acabou a temporada última a 28 pontos do Benfica. E os 34 jogos disputados pelo Benfica em 2000-01, em contraste com os 30 disputados pelo Sporting em 2009-10, em nada abonam a favor da equipa do Visconde, uma vez que a forma de ambas as equipas não faziam prever nada mais que não uma diferença pontual ainda mais dilatada.


Dizia eu que cedo se apercebeu Bettencourt do problema que tinha entre as mãos, uma equipa acordada de maneira abrupta pelo grande rival que vem reclamar o lugar que, por história, é o seu. 4 segundos lugares consecutivos, seguidos de Taças e Supertaças que foram, de um momento para o outro, para o 'galheiro', porque no final de contas, se não podes ser campeão o que importa é ficar à frente do grande rival, nem que para isso se tenha de ficar em penúltimo.


Continuando a saga de Bettencourt, que depois de errar na escolha de Sá Pinto para director-desportivo, que nada teve de feliz (vide episódio com Liedson), Bettencourt decidiu apostar no 'leão de gema' Costinha, José Eduardo deu a Carvalhal o que nunca um presidente tinha antes dado a Paulo Bento: 3 nomes consagrados do futebol europeu e nacional de rajada, numas operações que envolveram a módica quantia de 11,2 milhões. O clube que menos gasta, acabava de gastar mais de 11 milhões num claro sinal de que a mudança não era tema discutível no reino do leão. O Sporting acabava de gastar 11,2 milhões no mercado de Inverno (desde o último campeonato conquistado – 2001-02 - que não tinha uma janela de Inverno tão agitada). Quem acreditar em coincidências poderá ainda achar que este “esforço financeiro” em nada teve que ver com o crescimento repentino do Benfica, que ainda na época transacta tinha ficado em 3o, sempre sem qualquer fio de jogo, e que nesta época, desde o 1o jogo, conseguiu assustar, consciente ou inconscientemente, os seus rivais de Lisboa, com grandes exibições e demonstrar que dali para a frente tinha outras intenções.


Chegado o fim da temporada 2009-10, o Sporting tinha de vender para poder fazer parecer coerente a sua 'nova' política de transferências, que nada tem de coerente se tivermos em conta o passado recente e até mesmo a história do clube leonino. Desde logo, os nomes de Moutinho e Veloso, dos melhores da equipa de Alvalade, foram largados às feras, pela cobiça que sempre despertaram no mercado internacional.


E aquí entra o primeiro facto: o Sporting teve a possibilidade de, há apenas 1 ano atrás, encaixar 15 milhões com a saída do seu capitão para o Everton, mas, volto a frisar: apenas há 1 ano atrás, já com Bettencourt como presidente (aumenta o grau de intensidade da incoerência), o mesmo Sporting tinha uma política de transferências completamente diferente que se caracterizava pelo aperto do cinto e por não vender assim jogadores da formação ao desbarato para mais tarde não se arrepender como acabou por acontecer com Quaresma e Ronaldo (não é uma opinião, mas uma constatação), ainda para mais quando o jogador em questão era o capitão da equipa (outra constatação: tinha de ter preponderância na mesma). Apesar de andar a manifestar publicamente a sua vontade de sair, depois de ter sido apanhado reunido com Pinto da Costa e com Pini Zahavi, seu empresário e depois de em tempos ter dado uma entrevista em que deixava completamente em aberto a hipótese de vir a representar o Benfica, seu clube de infância, o Sporting não arredava pé dos 18 milhões por si exigidos. Acabou por ficar, vendo o seu contrato ser melhorado e juntando-se a Liedson no tecto salarial vigente no clube.


Contudo, à semelhança de tantos outros jogadores vindos da cantera de Alcochete, o capitão Moutinho nunca demonstrou grande apreço pelo clube que o acolheu e casos como o da devolução da camisola enviada por Moutinho, por parte da claque, no final de um jogo, só vêem confirmar o que já se vinha sabendo: Moutinho não tinha grande vontade/motivação/paixão para jogar pelo Sporting e acolheria de bom grado a ideia de representar um dos rivais.


1 ano passado, com uma política de transferências completamente nova (nunca é demais lembrar), com um presidente e um director-desportivo (que fazem a pior dupla dirigente que já alguma vez vi, com este último a criar confusão com tudo o que mexe, entenda-se jogadores) a lembrarem os adeptos constantemente da necessidade e vontade do clube em investir em grande na equipa (têm de arranjar maneira de manter os adeptos motivados e ninguém lhes vai apontar o dedo por isso), Moutinho é falado como possível reforço do Porto, sendo no dia seguinte confirmado, ainda que não oficialmente, pela imprensa, como tal. 10 milhões mais Nuno André Coelho, por um jogador que há 2 anos tinha feito um grande Europeu 2008 (falando-se com uma insistência até elevada da possibilidade de rumar ao Barcelona, nesse mesmo defeso) e no ano transacto viu fugir-lhe a oportunidade de ir jogar para Inglaterra, com o seu clube a receber 15 milhões de euros. Para além de tudo isto, que depressa faz transparecer o péssimo negócio da dupla maravilha Bettencourt e Costinha que, por sua vez, depressa tentaram fazer do jogador o único e famigerado culpado da situação, foram vendê-lo a um rival directo na luta pelos seus (supostos) objectivos. Supostos, porque esta decisão só demonstra um claro afastamento da luta por esses mesmos objectivos. Ao rival que nos últimos 5 anos ganhou 4 campeonatos. Que nos últimos 16 anos, venceu por 11 vezes.


Sem querer entrar em assuntos que não conheço, sem querer aprofundar o meu cepticismo quanto ao facto de o Sporting não conseguir vender Moutinho para o estrangeiro pela mesma soma, que é total, admitamos que não é verdade o noticiado e o Sporting só conseguia vender Moutinho para o estrangeiro por 7 milhões. Não teria sido preferível terem 'investido' 3 milhões de euros e mandá-lo para o estrangeiro, em vez de meterem-me uma vez mais os pés pelas mãos? Porque apesar de Moutinho nada estar a jogar em Alvalade, comparativamente ao que pode jogar, tal não retira potencial ao jogador, que é imenso.


Bettencourt chamou-lhe de 'maçã podre', penso até que seria mais simpático ter sido mais rude no insulto escolhido, e afirmou que Moutinho chegou a um ponto de saturação em que pediu mesmo para ser vendido, não interessando se para o Porto ou Benfica. Mas diga-me uma coisa, Sr. Presidente: quer-me convencer a mim que o teria vendido em negócio semelhante para o Benfica? Porque você pode já ter metido muita água, mas tal negócio significaria o princípio do seu fim. A esta hora estariam ainda à porta do estádio adeptos protestando contra mais uma decisão infantil.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

1º Prognóstico do Ano...


Grande nível que apresenta o Braga e que, não vou dizer nada que já não tenha sido dito e escrito, tem de ser levado cada vez mais a sério, como todas as equipas da liga já perceberam. Domingos disse que o resultado foi melhor que a exibição. Tenho de confessar que não vi qualquer jogo da eliminatória contra o Celtic e contra o Sevilha só vi o jogo no Sánchez Pizjuán, mas sei o que vi ontem, contra o Marítimo de Van der Gaag. E o que vi foi uma equipa com vontade de se demarcar cada vez mais do rótulo de ‘clube pequeno’, apesar de ter a certeza (não achar) que para que o Braga seja considerado um dos ‘grandes’ muitos danoninhos terá de comer. Entenda-se títulos, porque massa adepta vem por acréscimo.

Mas o que me trouxe de volta à escrita não foram as grandes exibições de Matheus, Alan e Elderson, mas sim de Sílvio, jovem lateral português, que se tem valido da lesão do ex-titular (penso que já assim o podemos tratar) Miguel Garcia, para se fazer valer e mostrar nos grandes palcos as suas qualidades.

Assim aconteceu ontem. A ele pertenceu a autoria do momento alto da noite, um golão ao cair do pano da 1ª parte: recebe a bola à entrada da área, do lado direito, dominando de peito, mete-a para dentro, simula o remate de pé esquerdo (o seu mais fraco), induzindo em erro o adversário e obrigando-o a ficar-se pelo caminho e, quando viu que era o momento certo, não se conteve e o remate fortíssimo e colocadíssimo (não, não são elogios a mais) saiu-lhe desse seu pé mais fraco, que demonstra ser forte.

Eis o meu primeiro prognóstico da temporada: para o ano (não excluo a possibilidade de acontecer já na reabertura de Inverno, apesar de mais provável ser ocorrer no próximo defeso de Verão) Sílvio está a mudar-se para o Porto.

Jogador jovem, que já vem demonstrando toda a sua qualidade ao serviço do Rio Ave, nas últimas temporadas, português, actua nos dois flancos da ala defensiva tem se vindo a impor como gente grande e já foi, inclusive, chamado aos AA nacionais. Falou-se na hipótese Sporting, mesmo antes de assinar pelo Braga, mas o que é facto é que as grandes relações que ligam Salvador a Pinto da Costa, o facto de Sílvio ter sido mais um desperdício do Benfica (foi lá formado) e do dono do lugar portista ser ocupado pelo banal Sapunaru, estes 3 motivos, em conjunto com a da sua óbvia qualidade, fazem-me prever uma transferência da Pedreira para o Dragão para o jovem Sílvio.

Afinal de contas, não podemos descurar a ida de Miguel Lopes do Rio Ave para o Porto há 1 ano atrás. O único motivo que não aparecia na lista eram as relações de Pinto da Costa com Salvador, porque o negócio foi feito com o Rio Ave, mas o facto de ter sido desaproveitado pelo Benfica e de ser um jovem português com valor estavam presentes.

Deixo até uma pergunta no ar: alguém tem dúvidas que se a lesão contraída ontem por Sapunaru for prolongada, isto é, medida em meses e não em semanas, o Porto não o vai já, imediatamente, resgatar à Pedreira? Pois eu não tenho. É que com a saída iminente de Fucile (surpreendente será a sua permanência), ficará apenas Miguel Lopes no activo...

Sim, trata-se mesmo de uma subida meteórica, estou a insinuar que Sílvio poderá ser o titular da ala direita da defesa portista a partir de hoje ou amanhã, a partir de Janeiro...ou a partir de de finais do próximo mês de Maio.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Mais um!


E é assim que uma equipa com dinheiro como é o ucraniano Shakhtar Donetsk cresce, apostando em jovens valores, com um potencial desmedido a preços acessíveis (falo de 6/7 milhões) e, por conseguinte, susceptíveis de originarem grande margem de lucro numa futura venda, obviamente, sempre ligados a grandes exibições. O Shakhtar tem-nos habituado nos últimos anos a grandes jogadores como o são Matuzalém, Elano, Jadson, Willian, Ilsinho, Fernandinho, Brandão que, entre outros brasileiros têm deixado aquele cheirinho a samba nos relvados ucranianos e que tantas saudades têm deixado no Donbass Arena quando saem para clubes com um nome mais sonante no futebol europeu. E este cheirinho a samba, aliado à virtude de leste que jogadores como Tymoschuk, Vukic, Razvan Rat e Darjo Srna têm sabido imprimir à equipa elevaram-na a um patamar superior, ao de Rainha da Europa, após a conquista da última Taça UEFA da história do futebol, 2008/09, devolvendo um título importantíssimo ao futebol ucraniano que, nos últimos largos anos, tem estado arredado do pódio europeu, depois de anos a fio de supremacia do Dínamo.

Segue a sua política e, após adquirir Alex Teixeira ao Vasco a meio de Dezembro por cerca de 6 milhões de euros, eis que o clube orientado por Mircea Lucescu, há 6 anos no cargo acaba, segundo a imprensa do país, de adquirir o passe de Douglas Costa por 6,5 milhões de euros, sendo que esta verba corresponde a apenas 80% do passe. A concretizar-se a transferência será mais um resgate de qualidade de um jogador jovem de grande potencial para Donetsk. Apontado há muito como o «novo Ronaldinho», Douglas Costa era dado com frequência como sendo um jogador sob mira dos grandes tubarões europeus, com especial incidência para o Manchester United, o clube mais ligado ao avançado canarinho.

«Não penso ficar no Shakhtar a vida toda. Quero ficar um ano ou dois, e depois atingir o meu objectivo, que é chegar a um grande clube europeu». Foram estas as primeiras declarações do jogador como reforço do Shakhtar, citado pela Globoesportes. Declarações que em nada são novas em reforços de clubes de países que não os pertencentes aos reconhecidos como de top da Europa (vide Ramires, aquando da chegada ao Benfica), e que transmitem na integra o pensamento dos jogadores que, na grande maioria dos casos não muda, o que muda é a maneira como esse pensamento passa para o exterior (e aí entra em acção a eficácia dos gabinetes de comunicação dos clubes). Não esquecer que o contrato é de 5 anos, mas se tivermos em conta que o futebol é isto, a questão do profissionalismo patente nesta e noutras declarações é bastante discutível, uma vez que, se de facto Douglas fizer 2 temporadas acima da média e, quando estas findarem render uma boa maquia ao seu clube, então ficarão todos a ganhar. É, ainda assim, uma declaração que nenhum adepto gosta de ouvir e que poderia ser evitada com uma pinga de bom senso e de respeito pelo “clube acolhedor”.

Mais uma vez, os meus parabéns ao Shakhtar, cujo objectivo tem de passar pela manutenção de boas prestações, internas e externas, para se poder tornar num Porto Ucraniano, isto é, através da montra europeia, e com tantos valores no plantel, não há nenhuma razão de carácter desportivo para que o Shakhtar, não consiga ter os seus jogadores sob permanentes observações dos tubarões europeus…chegado ao cume (ou quase) resta o mais difícil – e o que torna um clube num grande clube – manter…

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A incoerência de Bettencourt...


E eis que Bettencourt vai perdendo credibilidade a cada dia que passa. Para quem seguiu com atenção o processo de candidatura à presidência leonina terá certamente simpatizado com a figura de José Eduardo Bettencourt, dirigente jovem, sem grandes promessas, com alguns anos de casa e, por conseguinte, ciente da realidade leonina, um homem ligado ainda ao último título sportinguista (era um dos homens que se ocupava da pasta do futebol leonino), Bettencourt desde cedo pautou o seu discurso pela humildade, humildade essa não só para dentro (dentro do clube de Alvalade) como também para fora, nomeadamente quando à baila vinham Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira, presidentes rivais. «Chutava para canto», sem nunca se querer envolver em polémicas, referindo que a sua relação com estes seria a normal entre presidentes, sem nunca perder de vista os interesses superiores do seu Sporting. Pois bem, assim foi e assim continua a ser, uma vez que todo o adepto teve a oportunidade de assistir à confraternização amigável de JEB com LFV antes do derby da Segunda Circular, num encontro que teve por base a promoção dos transportes públicos como meio de transporte a utilizar para ir à bola. O que também já todos tiveram oportunidade de reparar foram as sucessivas incoerências de um presidente que vêm dando a ideia que não sabe tanto da realidade do Sporting como devia e que entra em polémicas desnecessárias quando nada o fazia prever há meio ano atrás, momento de todas as decisões em Alvalade. A 1ª aparição pública de Bettencourt que me desiludiu, a que me apanhou desprevenido e me alertou para o que lhe poderia suceder foi a sua crítica ao fundo de jogadores do Benfica, colocando inclusivamente em causa o valor de Nelson Oliveira e Roderick Miranda (jogadores que, excluindo qualquer tipo de factores extra-futebol, e assumindo uma evolução ‘normal’ de um jovem futebolista, serão grandes nomes no futebol mundial), que teve como claro objectivo o desviar de atenções para o mau momento que se começava a fazer sentir, em força, em Alvalade, utilizando para isso, um alvo que lhe concederia popularidade fácil, barata e suja. Pior que tudo isto, ainda, foi, no(s) dia(s) seguinte(s), ter revelado que era uma hipótese também o Sporting participar, também ele, num fundo de jogadores, quando confrontado com a questão.

Algumas aparições públicas infelizes, criticando o Benfica (mais uma vez: alvo fácil para desviar atenções e subir mais uns pontos por entre a massa adepta sportinguista, para além de ser um dos causadores do mau momento sportinguista, segundo admitiu o próprio Paulo Bento , é sempre o alvo nº1 a abater, mesmo quando o Porto vai à frente…), manifestando por diversas vezes desconhecer de onde é que o Benfica ia buscar o dinheiro para reforços, afirmando que o Sporting não o tinha para gastar – tudo isto em 6 meses apenas, relembro! – eis que Bettencourt afirma haver dinheiro para atacar o mercado em Janeiro e saca da cartola de cerca de 9,7 milhões de euros para, imagine-se 3 reforços apenas, tendo um deles sido o segundo mais caro de sempre da história do clube e sabendo-se desde já que ainda estão nos planos do clube a contratação de, pelo menos, mais 2 jogadores. Se não é estranho tem um “quê” de mágico o novo presidente do Sporting…

Estava farto de referir isto a amigos, aquando da realização de debates futebolísticos, quando se começa a falar de finanças em futebol, então está tudo estragado, uma vez que só quem lá está dentro, ou quem está de fora mas dentro do assunto (pessoas que lêem os documentos contabilísticos que o clube vai revelando durante o ano, por exemplo, que representam uma percentagem ínfima das pessoas que opinam sobre o tema), é que percebem realmente do assunto, pelo que não vale a pena questionarmo-nos onde é que o Benfica vai buscar o dinheiro. Quando me questionavam sobre a origem do dinheiro do Benfica, respondia sempre o mesmo: “quando os clubes querem ir buscar dinheiro conseguem, todos eles estão falidos, agora há os que conseguem arranjar mais dinheiro e mais rapidamente, através de contactos privilegiados e por constituírem um investimento mais seguro, e os que não conseguem arranjar tanto dinheiro, ou porque não possuem esses contactos, ou então porque não representam uma entidade tão segura para se investir” e prosseguia referindo que não vejo mal nenhum, muito antes pelo contrário, que clubes como o Benfica (tem vindo a fazer ao longo das últimas épocas) ou como o Sporting (parece começar a fazer), contratem jogadores com grande margem de progressão (e depois de uma prospecção detalhada e intensiva) por 7/8 milhões, se tiverem uma grande probabilidade de duplicar ou triplicar esse valor numa futura venda (casos de Di María, Cardozo, Sídnei, Javi García, Ramires, Sinama-Pongolle,…).

Há ainda a questão (nunca ultrapassada) do “Paulo Bento Forever”, afirmação feita por JEB, depois de explicitar que a sua candidatura só tinha sentido e era totalmente apoiada na continuidade de Paulo Bento ao comando da equipa principal. O que é facto é que passados 4 meses, Paulo Bento bateu com a porta (quando ainda não havia dinheiro para reforços) e Bettencourt continua na presidência. Poderá dizer-se que, mesmo que não sinta condições para continuar, fá-lo por amor ao clube, para tentar evitar que se afunde ainda mais mas, para isso, a posição que Bettencourt deveria tomar, caso a sua afirmação totalmente infantil e descabida fosse realmente sincera e verdadeira, seria colocar o lugar à disposição no fim da época…Mas isso seria pedir muito, vamos antes acreditar que se tratou apenas de uma afirmação sem nexo de um presidente que tem dado algumas provas de não ter estofo para assumir as rédeas de um clube de futebol com a dimensão do Sporting (sugestão: continue a proteger a imagem como o fez, e muito bem, durante a campanha de candidatura à presidência!).

Para terminar, gostaria apenas de referir que uma equipa de futebol não poderia nunca tomar o rumo que o futebol do Sporting estava a tomar, com um plantel formado por uma mistela de jogadores medíocres, jovens e alguns (poucos) de grande qualidade, pelo que o investimento teria de ser feito inevitavelmente e não sendo por isso de admirar que se fala de nomes de jogadores como Rubén Micael que, a vir a efectivar-se, se tratará sempre de uma excelente contratação.

Por tudo o que referi atrás sobre Bettencourt é que afirmo: se isto não é incoerência, então não sei o que poderá ser definido como tal…

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Será este Braga assim tão audaz? Porque não?


Tem sido uma pergunta constantemente presente nas cabeças dos amantes de futebol, em particular, nas daqueles que seguem com atenção o campeonato português que não tem um nível técnico ao nível dos principais campeonatos europeus, mas que é dos principais campeonatos europeus com mais pontos de interesse, mesmo em termos de futebol jogado, logo a seguir aos big five, penso que ninguém colocará qualquer dúvida. Pois bem, falo da questão que tem sido levantada pela imprensa desportiva desde a 4ª, 5ª jornada do ano corrente: “terá o Braga condições e estofo para se tornar campeão este ano?”. Braga em 1º à 14ª jornada, Benfica em igualdade pontual (só não se encontra em 1º porque perdeu no confronto directo em Braga, por duas bolas sem resposta), a fazer frente ao Porto como já não fazia há muito (desde o título do Trap – 2004/05), Porto a 4 pontos de distância (bem queriam ter ido para férias com uma vitória na Luz, mas a equipa liderada por Jesus montou bem a estratégia e demonstrou que mesmo sem Aimar e Di María tem estofo de campeã, aplicando uma vitória por 1-0, golo de Javier El Conejo Saviola) e Sporting em 5º lugar, mais perto do último lugar (11 pontos) do que do 1º (12 pontos) e mostrando a cada jogo que passa que a coisa está bera e que não tem condições algumas para lutar pelo título esta temporada, praticando um futebol ao nível dos piores, não obstante os bons jogadores que abrilhantam o plantel leonino, como o são Moutinho, Veloso, Liedson, Matias Fernandez, Vukcevic, Carriço,…

Feito o balanço dos 3 grandes e de um outsider minhoto, a quem chamam de Arsenal do Minho, nome pelo qual o Braga é conhecido tais são as parecenças do equipamento dos portugueses e dos ingleses de Londres, hora de revelar um facto curioso, que deve ter passado ao lado de muitos dos espectadores que viram com atenção o último jogo do Braga, na passada 6ª feira contra o Paços de Ferreira. Faltavam cerca de 15 minutos para o final quando a televisão registou os cânticos dos excitadíssimos (e cheios de razão para estarem neste estado) adeptos bracarenses: SLB, SLB, SLB, SLB, SLB, filhos da puta SLB, filhos da puta SLB. Pois bem, rapidamente me recordei de uma crónica que li no jornal A Bola, em finais da época transacta, escrita pelo actual director, Vitor Serpa, que chamava a atenção aos seguidores da Liga Portuguesa para o facto de o Braga vir evidenciando um futebol agradável ao longo da última década, com boas classificações no final de cada ano e de ter sempre bons recursos no seu plantel, como causa e consequência disso mesmo e que poderia pegar na estratégia de crescimento do Porto, baseado num espírito regionalista, para crescer como clube. E estes gritos de raiva dos bracarenses vêem evidenciar isso mesmo, que querem deixar rapidamente para trás o rótulo de benfiquistas, e assumir-se apenas e somente como “braguistas”, isto é, pessoas que só têm um único clube – o Braga (antigamente, Braga era constituído quase exclusivamente por benfiquistas, porém, hoje em dia assite-se a este fenómeno, de uma cada vez maior “braguisação” do clube – ver performance do Braga ao longo dos últimos anos). Ainda para mais, se tivermos em conta a média de idades (bastante jovem) dos adeptos do Braga que vão regularmente ao “Estádio da Pedreira” facilmente percebemos que há claramente aqui um rasgo com o passado, os jovens adeptos já constataram que poderão ter alegrias que os seus antepassados provavelmente nunca sonharam.

Por isso fica o aviso, este Braga é um caso sério e independentemente do que vier a acontecer daqui para a frente, tudo aponta para um mínimo de um 3º lugar na tabela classificativa no final desta temporada, tal é a diferença pontual e qualitativa do Braga para o Sporting e para os outros aspirantes à Europa. Vindo-se a concretizar esta previsão, ficará para sempre na memória de todos nós, com especial incidência, obviamente, para os adeptos e simpatizantes do clube, uma vez que se tratará sempre de um feito histórico (máximo alcançado: 4º lugar). Juntando a este facto, o de o Braga ter vencido os 3 grandes (Benfica e Porto, casa, Sporting fora) com um saldo de 5 golos marcados e apenas 1 sofrido e de ter, a cada ano que passa, um plantel cada vez mais apetrechado com boas soluções, jogadores que têm realmente qualidade e ambição para vencer, então os adeptos do Braga só têm razões para estarem optimistas num futuro risonho. Isto, claro está, enquanto à frente do clube se mantiver António Salvador, homem forte do Braga que tem feito um trabalho absolutamente notável desde que assumiu a presidência em Outubro de 2003 (há, portanto, 6 anos), desde esse momento, Salvador soube incutir espírito vencedor ao clube, formando um grupo de trabalho capaz de ser presença assídua na Europa, aumentou receitas (dinamizando o mercado de transferências, por exemplo), contratou sempre bons treinadores, bons jogadores e, neste momento, é ver os seus pupilos a andarem sozinhos…até parece fácil! Volto um pouco atrás e termino dizendo: o Braga é um caso sério e, como tal, tem de ser levado a sério!