No último dia de transferências (1 de Setembro este ano, costuma ser 31 de Agosto, porém, como calhava a um domingo, as grandes ligas europeias adiaram o prazo um dia), sucedeu-se um movimento que não podia deixar passar impune: a ida de Park Chu-Young para o Mónaco, precedente do FC Seoul. Park Chu-Young (nascido a 10.7.1985, em Daegu) já é bastante conhecido, por se tratar do jogador sul-coreano mais promissor da actualidade. E, para confirmar esse estatuto está, por exemplo, a hipótese levantada pela imprensa de rumar ao Bayern de Munique, quando tinha apenas 20 anos.
Há uma semana atrás, aquando do último dia do defeso, e já com 23 anos, Park Chu-Young rumou ao Mónaco, numa transferência que envolveu a soma de dois milhões de euros, com o intuito de iniciar aquela que irá ser a sua primeira experiência europeia, depois de ter representado o FC Seoul nas últimas três épocas (2005-2008) e de ter feito a sua formação no Korea University (2003-2005). O seu sonho é jogar na Premier League, seguindo assim as pisadas do grande herói nacional Park Ji-Sung e de Lee Young-Pyo (que, apesar de neste defeso ter trocado as cores do Tottenham pelas do Dortmund, numa transferência de 500.000 euros, foi o segundo jogador coreano, desde sempre, a actuar na Premier League, sendo que o primeiro lugar da lista, pertence, claro está, a Ji-Sung), sonho esse que se poderia ter realizado já este defeso, com o real interesse do Wigan em contar com o jogador.
Chu-Young começou a jogar futebol quando estava na quarta classe da Banyawol Elementary School, de Daegu. Desde aí que tem aprendido a sua própria maneira de aprender a desenvolver as suas habilidades. Futebol de pés descalços é uma delas: "Um dia tive de jogar futebol de pés descalços, porque tinha perdido as minhas chuteiras. Graças à experiência, aprendi a tocar sensivelmente na bola". Outro método é futebol no mercado: "Para treinar furar a defesa, eu praticava fintas no mercado ao ar livre, onde tem mais gente". O método final consiste em passar da prática para o jogo. Chu-Young nunca ia a nenhum lado sem a bola, e estava constantemente a fazer jogos de pontaria - acertar num alvo -, tais como acertar num determinado poster que estivesse na parede, o que o ajudou a melhorar a precisão do seu remate (factor determinante para o seu sucesso com os livres). Na escola secundária recebeu a honra de ser o melhor marcador em quatro competições e, em 2001 (há 7 anos atrás, quando Chu-Young tinha 16 anos de idade), o Pohang Steelers mandou-o treinar no Brasil um ano: "Foi lá que aprendi como chutar a bola levemente", refere o próprio, claramente satisfeito com a experiência.
Em 2004, a popularidade de Park Chu-Young por entre o público sul-coreano cresceu bastante com a sua performance no Campeonato Asiático de sub-20, onde este conduziu a sua selecção até à final da competição, final esta que foi ganha pela Coreia do Sul, numa vitória de 2-0 sobre a China, vitória esta que teve o carimbo de Chu-Young, já que este facturou os dois golos da exibição. O segundo desses golos deixou os adeptos da Coreia do Sul completamente fascinados, ao verem Chu-Young livrar-se de quatro defesas antes de marcar o golo, que deu a segunda vitória consecutiva neste torneio aos Taeguk Warriors. Com toda a naturalidade, recebeu a Bola de Ouro, por ter sido o melhor marcador do torneio, e foi nomeado o Melhor Jogador do Torneio. Anteriormente, tinha sido já selecionado para realizar o Mundial de sub-20, em 2003, com a selecção do seu país.
A histeria à volta de Chu-Young cresceu ainda mais quando a selecção de sub-20 foi convidada para participar, no Qatar, num torneio de oito equipas, todas elas convidadas, em Janeiro de 2005. Chu-Young facturou por duas vezes contra a China, três contra a Ucrânia, dois contra a Argélia, dois contra o Japão, conduzindo, mais uma vez, a sua selecção à vitória na competição.
Neste mesmo ano, Chu-Young foi nomeado Jovem Futebolista Asiático do Ano pela Confederação de Futebol Asiática.
Em Junho de 2005, foi chamado à selecção principal para realizar a sua primeira aparição com a camisola da selecção A ao peito. O seu debut ocorreu num jogo contra o Uzbequistão, onde Chu-Young marcou o seu primeiro golo pela selecção principal e viu os Red Devils (claque oficial da selecção sul-coreana) começarem a apelidá-lo de "génio do futebol".
Durante a época de 2005, Chu-Young marcou três golos e realizou quatro assistências ao serviço da sua selecção, apesar do titular ser Lee Dong-Gook. Chu-Young participou ainda no Campeonato do Mundo de sub-20 de 2005, onde a Coreia do Sul se ficou pelos grupos, realizando apenas três jogos, nos quais Chu-Young fez apenas um golo.
Em 2006, e depois do sucesso obtido em 2005, Chu-Young expressou publicamente o seu desejo de manter a boa forma que tinha vindo a demonstrar no Mundial de 2006, porém acabou por jogar apenas num jogo: o terceiro e final jogo da fase de grupos, contra a Suíça, no qual este jogou uns maus 63 minutos, recebendo inclusivamente um amarelo por uma falta, livre do qual resultou um dos dois golos suíços que derrotaram a Coreia do Sul (marcado por Philippe Senderos).
Apesar desta exibição pouco vistosa ao serviço da sua selecção no Mundial de 2006, os adeptos coreanos esperavam que Chu-Young se continuasse a exibir ao seu melhor nível na K-League (Liga Sul-Coreana de Futebol), mas não foi esse o caso: facturou apenas oito golos e efectuou apenas uma assistência em 30 jogos, na mesma época.
Mais tarde, mas também em 2006, juntou-se novamente à selecção, mas desta feita para jogar nas Olimpíadas em Doha, no Qatar, onde obteve um grande começo, ao apontar dois tentos, logo no primeiro jogo, frente ao Bangladesh. Apesar do começo, não mais marcou na competição. Por fim, a Coreia acabou por ser eliminada da competição, nas meias-finais, contra o Iraque, num jogo controverso, e foram incapazes de bater o Irão no jogo que decidiu o 3ºlugar, o que resultou na ausência de medalhas para o lado coreano, o que já há muito não sucedia.
Logo que começou a K-League, em 2007, Chu-Young obteve um bom começo conseguindo quatro tentos em onze jogos, porém cedo foi confrontado com uma lesão que não lhe permitiu fazer uma época regular e estável, visto que estava constantemente a dar sinal de si. Devido à lesão foi relegado para a equipa de reservas da selecção para o Campeonato Asiático de 2007, mas a sua lesão não ficou curada o que, juntamente com o facto de não haverem avançados lesionados ou em baixo de forma, levou ao seu afastamento da selecção para disputar esta competição. Ainda devido à sua lesão, falhou o amigável contra o Manchester United, que resultou na derrota do FC Seoul por 4-0, com um golo e um grande jogo de Cristiano Ronaldo.
Recuperado da lesão no pé, Chu-Young jogou nas rondas de qualificação para os Jogos Olímpicos de Pequim, para os quais, a Coreia do Sul garantiu o lugar ao empatar 0-0 com o Bahrain a 27/11/2007.
Em 2008, Chu-Young começou o ano com grandes exibições frente ao Turqueministão e à China (apesar de não marcar nenhum golo na vitória sobre o Turqueministão, fez duas assistências).
No Campeonato Asiático de Este, Chu-Young facturou por duas vezes na vitória da Coreia por 3-2 sobre a China.
Até este momento já marcou, também, dois golos na Fase de Apuramento para o Mundial de 2010, na África do Sul, ambos contra o Jordão (casa e fora).
Nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, Chu-Young marcou o único golo da Coreia num empate contra os Camarões, de livre directo (1-1). Mais tarde, este admitiu que a sua intenção era centrar. Poucos dias depois, atirou uma bola à barra, através dum cabeceamento, na derrota esclarecedora contra a Itália por 0-3.
Quer seja pela maneira de jogar futebol ou não, Park Chu-Young é especial, nem que seja pelo seu QI de 150 e pelas escassas seis horas de dormida diárias. Como é muito comum entre a cultura sul-coreana, Park Chu-Young é bastante religioso e, como tal, a pergunta que mais lhe desagrada ocorre quando lhe questionam o "porquê" deste ir à igreja - pelos seus festejos, comuns aos jogadores de futebol sul-coreanos, dá para perceber imediatamente que este é bastante religioso.
Muitas expectativas em cima deste menino sul-coreano que joga preferencialmente a ponta-de-lança, mas que pode também jogar a extremo-esquerdo.
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